Francisco Jesuíno Avanzi
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Francisco Jesuíno Avanzi foi um jogador do futebol brasileiro. Popularmente conhecido como Chicão, jogou na posição de volante. Na maior parte de sua carreira, atuou em times do futebol paulista, com exceção do Atlético-MG. Defendeu, ainda, a seleção brasileira, tendo sido convocado para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Sua carreira começou no Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba), em 1968, e foi encerrada em 1986, no Mogi Mirim Esporte Clube (SP).
Chicão era um volante que se destacava mais por sua disposição do que pela técnica. Era considerado um jogador raçudo e viril e, ocasionalmente, até violento. Este foi, inclusive, um dos motivos para a sua convocação para o Mundial de seleções disputado na Argentina. O treinador queria contar com um jogador como ele para jogos mais tensos contra adversários que usassem a catimba. “Eu só havia atuado meio tempo contra o Peru e meio tempo contra a Áustria. Saí jogando contra a Argentina no lugar de Cerezo porque o Coutinho queria mais pegada”, conta o ex-jogador.
Foi nesta partida, aliás, que Chicão teve uma de suas atuações mais famosas pela seleção brasileira. Cláudio Coutinho, técnico do Brasil na ocasião, pediu ao volante que impusesse seu jogo sem ser expulso. “Os argentinos queriam fazer aquela catimba de sempre e não conseguiram. Eu cheguei arrepiando e eles se encolheram”, lembra o ex-volante. Até hoje ele é lembrado pelos argentinos por sua atuação no empate sem gols no duelo entre Brasil e Argentina.
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[editar] Carreira
Chicão nasceu na cidade de Piracicaba (SP) em 30/01/1949. Quando jovem, trabalhava numa fábrica de sua cidade natal como aprendiz de torneiro-mecânico, atividade que não o agradava. Preferia jogar futebol e acabou ingressando nas categorias de base do Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba), na qual chegou a ser campeão de torneios juvenis. Lá, foi descoberto pelo treinador Cilinho, o técnico da equipe profissional do clube piracicabano na época, que o chamou para treinar no time principal. Foi contratado em 1968, mas não conseguiu se tornar titular.
Ainda em 1968, o jogador foi emprestado para o União Agrícola Barbarense (atual União Barbarense Futebol Clube), de Santa Bárbara D´Oeste (SP), e se firmou como o principal jogador da equipe. De lá, transferiu-se para o Esporte Clube São Bento, de Sorocaba (SP), e depois foi para a Ponte Preta. No clube campineiro, jogou novamente em um time orientado por Cilinho, que o havia lançado no XV de Piracicaba, e se destacou novamente. Em 1973, foi negociado com o São Paulo Futebol Clube, time que defenderia por sete anos e no qual logo se tornou um dos grandes ídolos da torcida tricolor.
No ano seguinte ao de sua chegada ao São Paulo, Chicão disputou a Libertadores da América, conseguindo o vice-campeonato. A derrota na final por 1x0 para o Independiente, da Argentina, chegou a ser classificada pelo próprio volante como a “maior decepção de sua vida”. Mesmo assim, seu estilo de jogo de sempre buscar a vitória e mostrar muita disposição fazia dele um ídolo para os são-paulinos.
Em 1975, conquistou seu primeiro título pelo São Paulo e também o da carreira ao vencer o Campeonato Paulista. A sua maior glória, no entanto, viria em 1977, quando ajudou o time do Morumbi a vencer seu primeiro Campeonato Brasileiro. Em 1978, foi convocado para a Copa do Mundo da Argentina, na qual conseguiu a terceira colocação.
Chicão permaneceu no São Paulo até 1980, tendo atuado em 331 jogos e marcado 12 gols. Foi para o Atlético-MG, onde conquistou dois Campeonatos Mineiros (1980 e 1981), e também foi ídolo da torcida do time de Minas Gerais. Nos anos seguintes, jogou ainda no Santos Futebol Clube, Corinthians de Presidente Prudente, Botafogo de Ribeirão Preto e Mogi Mirim Esporte Clube, clube em que encerrou sua carreira em 1986, aos 37 anos, após ajudá-lo a subir para a primeira divisão do Campeonato Paulista.
Quando se aposentou dos gramados, Chicão tentou a profissão de técnico. Começou no XV de Piracicaba e, em seguida, foi para o Independente de Limeira. Além disso, teve uma loja de material esportivo em sua cidade por seis anos. Em 2001, voltou a treinar um time de futebol, o Clube Atlético Monte Negro, de Avaré (SP), atualmente licenciado da Federação Paulista de Futebol e que chegou à série B-3 sob seu comando.
[editar] Curiosidades
- Em 1976, antes de um jogo São Paulo x Palmeiras, Chicão foi advertido com um cartão amarelo antes da partida começar. “Eu cheguei próximo do José de Assis de Aragão e disse a ele: vê se apita direito essa porcaria. O Aragão não teve dúvida e me deu o amarelo antes do começo do jogo", conta o ex-volante.
- Na Copa de 1978, no jogo entre Brasil e Argentina, Chicão se estranhou com o atacante argentino Mario Kempes logo no início do duelo. Coincidência ou não, o artilheiro da equipe adversária teve fraco desempenho em toda a partida.
- Chicão sofria de um problema crônico no nervo ciático. No entanto, sua determinação e raça não deixavam que isso o atrapalhasse quando jogava.
- Em 1980, quando se transferiu para o Atlético-MG, Chicão teve dificuldades para ser aceito por sua nova torcida. Isso porque ele estava no time do São Paulo que derrotou o mesmo clube na final do Campeonato Brasileiro de 1977. Naquele jogo, o volante são-paulino foi acusado de quebrar, propositalmente, a perna de Ângelo, do Atlético-MG. A partir daí, a torcida atleticana passou a xingá-lo e odiá-lo. Mesmo assim, foi contratado pela agremiação mineira, sagrando-se bicampeão estadual (1980/1981) e também se tornou um de seus ídolos.
[editar] Perfil
Nome: Francisco Jesuíno Avanzi (Chicão)
Nascimento: 30 de janeiro de 1949, em Piracicaba (SP).
Clubes que defendeu: Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba), União Agrícola Barbarense (atual União Barbarense Futebol Clube), Esporte Clube São Bento, Associação Atlética Ponte Preta, São Paulo Futebol Clube, Atlético-MG, Santos Futebol Clube, Corinthians-Presidente Prudente, Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto) e Mogi Mirim Esporte Clube.
Principais títulos: Paulista (75) e Brasileiro (77), pelo São Paulo. Campeonato Mineiro (80/81), pelo Atlético-MG.
Seleção: terceiro lugar na Copa da Argentina (1978).
[editar] Referências
- http://www.gazetaesportiva.net/porondeanda/futebol/chicao.htm
- http://miltonneves.uol.com.br/qfl/index.asp?id_qfl=994
- http://www.tricolormania.com.br/chicao.asp