Usuário:Frank Márcio
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1. Encarnado, o Espírito conserva vaga lembrança das percepções que teve e dos conhecimentos que adquiriu nas existências anteriores, o que se chama idéias inatas. (LE 218) As idéias inatas não podem ter senão duas fontes: a criação das almas mais perfeitas umas que as outras, no caso de serem criadas ao mesmo tempo que o corpo, ou um progresso por elas adquirido anteriormente à encarnação. Sendo a primeira hipótese incompatível com a justiça de Deus, só fica de pé a segunda. As idéias inatas são o resultado dos conhecimentos adquiridos nas existências anteriores, são idéias que se conservaram no estado de intuição, para servirem de base à aquisição de outras novas. [O Que é o Espiritismo, 2ª parte, item 118] 2. A teoria das idéias inatas não se trata de uma quimera. Os conhecimentos adquiridos em cada existência não mais se perdem. Liberto da matéria, o Espírito sempre os tem presentes. Durante a encarnação, esquece-os em parte, momentaneamente; porém, a intuição que deles conserva lhe auxilia o progresso. Se não fosse assim, teria que recomeçar constantemente. Em cada nova existência, o ponto de partida, para o Espírito, é o em que, na existência precedente, ele ficou. (LE 218a) 3. A conexão que há entre duas existências consecutivas não é tão grande quanto se possa supor, dado que bem diferentes são, muitas vezes, as posições do Espírito nas duas e que, no intervalo de uma a outra, pode ele ter progredido. (LE 218b) 4. As faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc. são lembranças do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem. (LE 219) Como se podem revelar gênios nas classes da sociedade inteiramente privadas de cultura intelectual? É um fato que prova serem as idéias inatas independentes do meio em que o homem foi educado. O ambiente e a educação desenvolvem as idéias inatas, mas não no-las podem dar. O homem de gênio é a encarnação de um Espírito adiantado que muito houvera já progredido. A educação pode fornecer a instrução que falta, mas não o gênio, quando este não exista. [O Que é o Espiritismo, 2ª parte, item 119] 5. Mudando de corpo, o Espírito pode perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes, desde que conspurcou a sua inteligência ou a utilizou mal. Depois, uma faculdade qualquer pode permanecer adormecida durante uma existência, por querer o Espírito exercitar outra, que nenhuma relação tem com aquela. Esta, então, fica em estado latente, para reaparecer mais tarde. (LE 220) 6. O sentimento instintivo que o homem, mesmo quando selvagem, possui da existência de Deus e o pressentimento da vida futura são uma lembrança que ele conserva do que sabia como Espírito antes de encarnar. Mas, o orgulho frequentemente abafa esse sentimento. (LE 221) 7. São devidas a essa mesma lembrança certas crenças relativas à Doutrina Espírita, que se observam em todos os povos. Esta doutrina é tão antiga quanto o mundo; tal o motivo por que em toda parte a encontramos, o que constitui prova de que é verdadeira. Conservando a intuição do seu estado de Espírito, o Espírito encarnado tem, instintivamente, consciência do mundo invisível, mas os preconceitos bastas vezes falseiam essa idéia e a ignorância lhe mistura a superstição. (LE 221a) LE – O Livro dos Espíritos