Hino Nacional original - Brasil
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A versão da letra do hino nacional brasileiro que se canta hoje não é a letra original composta por Osório Duque Estrada. Ele compôs uma letra em 1909 que só foi adotada oficialmente em 1922 após sofrer várias modificações apócrifas. A letra original de 1909, que aparece abaixo, chegou a ser conhecida e cantada. Num conto no livro "Brás, Bexiga e Barra Funda" de Antônio de Alcântara Machado, publicado em 1927, alguns soldados cantam a versão original (lê-se "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / Da Independência o brado retumbante." - infelizmente, só esses dois versos são citados).
Note que:
(1) A versão abaixo traz a grafia e a pontuação encontradas no manuscrito assinado pelo autor em outubro de 1909.
(2) As palavras posteriormente modificadas estão em negrito.
(3) As palavras entre aspas são uma citação da Canção do exílio de Gonçalves Dias ("Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores.").
I
Ouviram do Ipiranga as margens placidas
Da Independencia o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fulgidos,
Brilhou no céo da patria nesse instante.
Si o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Pelo amor da Liberdade
Desafia o nosso peito a propria morte!
- Ó Pátria amada,
- Idolatrada,
- Salve, salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vivido
De amor e de esperança à terra desce.
Escudo em teu céo asul, risonho e limpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela propria natureza,
És bello, és grande, impavido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza!
- Terra adorada
- Entre outras mil,
- És tu, Brasil,
- Ó Patria amada!
Dos filhos de teu flanco és mãe gentil,
Patria amada,
Brasil!
II
Deitado eternamente em berço esplendido,
Entre as ondas do mar e o céo profundo,
Fulguras, ó Brasil, joia da America
Iluminada ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos tem mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida,"
"Nossa vida," no teu seio, "mais amores!"
- Ó Patria amada,
- Idolatrada,
- Salve, salve!
Brasil! Seja de amor eterno symbolo
O pavilhão que ostentas estrellado,
E diga o verde-louro dessa flammula:
- Paz no futuro e gloria no passado.
Mas da Justiça erguendo a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à lucta
Nem teme, quem te adora, a propria morte,
- Terra adorada
- Entre outras mil,
- És tu, Brasil,
- Ó Patria amada!
Dos filhos de teu flanco és mãe gentil,
Patria amada,
Brasil!