Jorge de Mascarenhas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jorge de Mascarenhas foi um fidalgo português nomeado em 1641 pelo rei da Espanha FIlipe IV 1º vice-rei do Brasil, tendo caído em desgraça o conde da Torre. Era Marquês de Montalvão.
O 2º vice-rei, em 1648, seria o conde de Óbidos; era um título honorífico, de caráter pessoal, não somava autoridade.
O Estado do Brasil seria elevado a vice-reinado em 1714, designação que se transformaria em usual em 1763 com a transferência da capital para o Rio de Janeiro.
Seu governo ficou datado de 26 de maio de 1640, data em que desembarcou na Bahia, a 16 de abril de 1641. Elogiado por Frei Caneca, no século XIX, que diz: « Que exemplo mais imitável que o do marquês de Montalvão, na Bahia de Todos os Santos, que conhecendo, pela ação que perdeu contra os holandeses, lhe faltava a arte militar, entregou a campanha ao conde de Bagnuolo, militando debaixo de suas ordens como soldado, alcançou a vitória?» (in «Frei Joaquim do Amor Divino Caneca», Colação Formadores do Brasil, 1994, página 362).
Foi sucedido por uma Junta Governativa tríplice, pois nesse tempo chegara ao Brasil a notícia de ter assumido o trono o duque de Bragança como D. D. João IV. Quando se soube na Bahia da Restauração, pela Carta Régia de 15 de fevereiro de 1641, o Vice-Rei reconheceu D. João IV imediatamente. Usou de toda a cautela para não suscitar a hostilidade de um troço de castelhanos alojados na fortalza. Só quando o bispo, os funcionários, os mercadores e a população foram avisados se tornou possível aclamar o novo rei na Câmara e proceder a uma cerimônia religiosa na Sé. Para exprimir o júbilo do Estado, Montalvão enviou a 26 de fevereiro uma caravela para Lisboa, com seu filho D. Fernando Mascarenhas, e os jesuítas António Vieira e Simão de Vasconcelos. Desembarcaram em abril em Peniche, mas o povo os quis maltratar como agentes de Castela, dado que os dois irmãos de Fernando haviam há pouco fugido para Castela. A missão seguiu para Lisboa, mas havia o receio de Montalvão se rebelar com apoio da guarnição castelhana da Bahia. Intrigas locais transformaram suspeitas em certezas e o vice-rei foi preso e embarcado à força para Lisboa. Em 15 de agosto de 1641 o rei havia assinado uma Carta Régia em que confirmava a patente de Salvador Correia de Sá e Benevides como governador do Rio de Janeiro, depondo e remetendo Montalvão preso para Lisboa, acusado de deslealdade pelo jesuíta Francisco de Vilhena.