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José Alberto Braga tem duas grandes dificuldades: conciliar o o amor por Portugal com a paixão pelo Brasil; e optar entre ser escritor português ou intelectual brasileiro. Porque é muito menos restritivo possuir duas nacionalidades e duas profissões do que apenas uma, como qualquer mortal. E ele é português, mas não é burro. Se pode ser dois, por que ser um? Um dia, perguntado sobre o que faria se fosse obrigado a optar, respondeu: "- Pode cortar ao meio!"
Um português possui uma lógica bem mais cartesiana, um humor bem menos sutil, um jeito de ser não tão sensual, uma postura mais rígida. O brasileiro é solto, mais romântico, mais atraente, muito menos radical, um tanto anarquista.
Português é vascaíno e fadista. JAAB é flamengo e adora samba. Torce pela Portela. Mas se ouve uma piada maldosa de português, em que o 'patrício' é rotulado de ignorante, ou mal educado, o homem vira bicho!
Creio que é esse o segredo da delícia do seu texto, que congrega o clássico rigor dos textos portugueses, com o saboroso humor do escracho brasileiro. Frasista reconhecido pela crítica dos dois lados do Atlântico, só perde para o capricorniano que vive dentro dele, teimoso como uma mula. Casado com uma intelectual brasileira, autora de 18 livros, muitos deles premiados, teima em continuar repetindo uma frase cunhada por ele bem antes de conhecê-la: "Só sei uma coisa, que minha mulher nada sabe". E sorri, irônico. Fazer o quê? A mulher sou eu...
Marilia Trindade Barboza