Le bordereau
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Le borderau, francês para "o memorando", foi o nome como em 1884 a imprensa francesa passou a designar o documento descoberto por uma empregada de limpeza na Embaixada Alemã em Paris, a Madame Bastian, no cesto do lixo do adido militar alemão, o tenente-coronel Schwarzkoppen. A Madame Bastian entregou os papéis aos serviços secretos franceses, que logo concluíram que existia um traidor entre os oficiais franceses, que fazia espionagem para os alemães. O bordereau despoletou assim o caso Dreyfus. Era a única prova que fundamentava a condenação (que se provaria injusta) de Alfred Dreyfus.
Como se viria a provar mais tarde, o bordereau não foi escrito por Dreyfus mas sim por Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy.
Para além de conter a assinatura de Esterhazy, que mudou de assinatura assim que o jornal "Le Matin" publicou um fac-simile do bordereau, o documento tinha sido escrito por alguém que demonstrava pouco conhecimento técnico dos termos de artilharia. O próprio Esterhazy afirmou que como infantarista sabia pouco do assunto. Dreyfus era da artilharia. Seria ilógico que Dreyfus se referisse aos termos técnicos de uma forma tão incorrecta, imprópria e desajeitada.
O documento também afirma que o espião iria em breve partir em manobras. Dreyfus não partiu em manobras, ao contrário de Esterhazy. O espião escreveu mesmo com um erro: "je vais partir en manoeuvres", que não era hábito em Dreyfus e sim em Esterhazy.