Lucídio Portela Nunes
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Lucídio Portela Nunes (Valença do Piauí, 8 de abril de 1922) é um médico e político brasileiro, governador do Estado entre 1979 e 1983. É o irmão mais velho do falecido Petrônio Portela Nunes, articulador da abertura política havida nos governos de Ernesto Geisel e João Figueiredo.
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[editar] Biografia
Filho de Eustáquio Portela Nunes e Maria Ferrira de Deus Nunes formou-se em Medicina pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro) com especialização em tisiologia pelo Ministério da Saúde e pós-graduação em radiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Membro da Associação Piauiense de Medicina.
[editar] Carreira Política
Por muitos anos sua única atividade política foi acompanhar a carreira de seu irmão ao longo de pelo menos três décadas sempre recusando um papel mais ativo no cenário político de seu estado natal. Tal postura só viria a mudar em 1978 quando foi referendado pela direção da Aliança Renovadora Nacional para o cargo de governador do Piauí, indicação aceita pelo presidente Ernesto Geisel e confirmamda pelo colégio eleitoral estadual em 1 de setembro daquele ano, sendo o último governador do Piauí eleito pelo voto indireto. Com a morte de seu irmão em 1980 assumiu o comando do PDS no estado e presidiu as eleições gerais de 1982 nas quais seu partido conquistou uma ampla maioria.
[editar] Eleições de 1982
Em 15 de novembro de 1982 o PDS elegeu não apenas o governador Hugo Napoleão e seu vice-governador como também manteve a vaga de senador que estava em disputa. No mais seus filiados conquistaram seis das nove vagas na Câmara dos Deputados e dezessete das vinte e sete cadeiras na Assembléia Legislativa, além de assegurar o controle de 102 das 113 prefeituras em disputa, número que se elevou para 104 por causa da nomeação de Freitas Neto para o cargo de Prefeito de Teresina por decisão de Hugo Napoleão e a manutenção de Júlio César de Carvalho Lima à frente da Prefeitura de Guadalupe onde se encontrava desde 1977. Dos 971 vereadores eleitos naquela ocasião 774 pertenciam ao partido governista. O PMDB apresentou a candidatura do senador Alberto Silva e saiu das eleições com considerável peso político apesar da derrota na disputa para governador: elegeu três deputados federais, dez deputados estaduais, onze prefeitos e 194 veradores. Já o PT elegeu três vereadores no município de Esperantina e teve José de Ribamar Santos como candidato a governador.
[editar] Rompimento com Hugo
Lucídio Portela deixou o governo em 15 de março de 1983 mas conservou influência no seio de sua agremiação partidária e se manteve afinado com seu sucessor até que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a candidatura oficial de Paulo Maluf à Presidência da República em favor do oposicionista Tancredo Neves. O resultado foi a "implosão" do PDS e a criação do PFL, partido liderado no Piauí justamente por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos antigos pedessistas. Para se ter uma idéia do estrago feito nas hostes do PDS, dos dezessete deputados estaduais eleitos pela legenda em 1982 apenas um ficou ao lado de Lucídio Portela, justamente seu sobrinho Marcelo Coelho. Aturdido pelo golpe encorajou a candidatura de sua então esposa Miriam Portela a Prefeitura de Teresina em 1985 com o intuito de avaliar o quanto lhe restava de capital político. No ano seguinte avalizou a coligação de seu partido com o PMDB e foi eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva, até então o mais combatido inimigo político de sua família, em especial de seu falecido irmão Petrônio Portela. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de três deputados federais e seis deputados estaduais.
[editar] Senador pelo Piauí
Após a necessária convivência política com Alberto Silva o PDS rompe com o governador que ajudara a eleger e firma uma coligação com o PFL com vistas as eleições de 1990 e em meio as negociações para a formalização da coligação "Frente de Recuperação do Piauí" eis que Lucídio Portela faz valer seu cacife ao assegurar a vaga de vice-governador para o seu afilhado político Guilherme Melo na chapa do pefelista Freitas Neto e apresenta a si mesmo como candidato a senador, estratégia afinal vitoriosa ante o desgaste do bloco situacionista. Em 1993 apoiou a extinção do PDS e sua transformação no Partido Progressista Reformador (PPR), legenda que se fundiria em 1995 ao Partido Progressista (liderado por Álvaro Dias) e daria origem ao Partido Progressista Brasileiro (PPB) comamdado por Paulo Maluf e que em 2003 daria lugar ao atual Partido Progressista (PP). Ressalte-se que apesar das mudanças de nomenclatura a condução de seu grupo político sempre coube ao próprio Lucídio Portela.
[editar] Família
Seu familiar mais conhecido é Petrônio Portela Nunes, político que ao longo de trinta anos foi guindado de deputado estadual a Ministro da Justiça com passagens pelo Governo do Piauí e ainda pelo Senado Federal onde ocupou funções de destaque. Seu sobrinho, Marcelo Coelho, foi eleito deputado estadual em 1982, 1986, 1998 e 2002 sempre pelo PDS e pelas legendas que o sucederam, sem mencionar que sua então esposa Miriam Nogueira, foi candidata a prefeita de Teresina em 1985, eleita deputada federal em 1986 e novamente derrotada na eleição para a prefeitura da capital piauiense em 1988, isso quando filiada ao PDS. A seguir seu então genro Guilherme Melo trocou o PMDB pelo PDS e seus sucedâneos e foi eleito deputado estadual em 1986, vice-governador do Piauí em 1990 sendo efetivado em 1994 devido a renúncia do titular, e nesse último ano seu novo genro Ciro Nogueira Lima Filho estreou na política sendo eleito deputado federal em 1994, 1998, 2002 e em 2006. Por fim entre abril de 1998 e janeiro de 1999 seu outro irmão, o engenheiro Elói Portela Nunes exerceu o mandato de senador devido ao fato de que Freitas Neto foi Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso.
[editar] Homenagens
O Terminal Rodoviário de Teresina é oficialmente "Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portela" e uma escola da rede estadual de ensino localizada na referida cidade também leva o seu nome.
| Precedido por Djalma Veloso |
Governador do Piauí 1979 - 1983 |
Sucedido por Hugo Napoleão |
