Madrigal
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Madrigal é um gênero musical Profano que surgiu entre os séculos XV e XVI. O madrigal aborda assuntos heróicos, pastoris, e até libertinos. Por sua flexibilidade, que nenhuma outra forma musical havia até então oferecido aos músicos, assim como pela variedade dos textos sobre os quais se constrói, ele favorece a imaginação criadora e o lirismo de expressão. De acordo com a história da música, o madrigal leva simultaneamente à origem da ópera. Os madrigais começaram a ser cantados em Itália nos finais do séc. XIII (exemplos de Giovanni da Caccia e de Jacopo da Bologna). Arcadelt, Verdelot e Willaert retomaram-nos no séc. XVI de uma maneira diferente. No séc XVII foram substituídos pela Cantata. Os madrigalistas da segunda metade do século foram particularmente engenhosos com os chamados "madrigalismos" — passagens nas quais a música aplicada a uma determinada palavra expressa o seu sentido, por exemplo, atribuindo à palavra "riso" uma passagem com notas rápidas como numa gargalhada, ou à palavra "suspiro" uma nota que recai na nota inferior; construindo efeitos de eco e contraponto; fazendo corresponder a palavras monossilábicas italianas como sol, mi, fa, re, as notas homônimas; utilizando as semínimas (ou, ao contrário, as mínimas), para exprimir sentimentos de tristesa ou alegria; compondo uma melodia ascendente para corresponder à palavra "céu" e fazendo-a descer para corresponder à palavra "profundo". Essa técnica é também chamada de "pintura musical" ou musica visiva e pode ser encontrada não apenas em madrigais, mas em outras músicas vocais desse período. Dentre os madrigalistas mais rigorosos estão o flamengo Orlando di Lasso, Giovanni Pierluigi da Palestrina, autores de madrigais profanos e sacros, o veneziano Andrea Gabrieli, que adota o recitativo coral e o diálogo, seu neto Giovanni Gabrieli e Luca Marenzio, Carlo Gesualdo, e Cláudio Monteverdi, que introduziu em 1605 o baixo contínuo na forma e, mais tarde, compôs o livro Madrigali guerrieri et amorosi (1638) (Madrigais de Guerra e Amor), que é, no entanto, um exemplo de madrigal Barroco; algumas das composições desse livro carregam uma pequena relação com os madrigais a cappella do século anterior. Na ária de soprano "Blute nur" da Paixão segundo São Mateus, Bach compôs melodias sinuosas para fazer corresponder à palavra serpente.