Maria de Portugal (1313)
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Entrava a fermosíssima Maria «Quantos povos a terra produziu Aquele que me deste por marido, Portanto, ó Rei, de quem com puro medo Não de outra sorte a tímida Maria |
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Maria de Portugal (1313 - 3 de Fevereiro de 1357), a «Fermosíssima Maria» a que se refere Luís de Camões n'Os Lusíadas, foi uma infanta portuguesa, a filha primogénita do rei de Portugal D. Afonso IV e sua esposa Beatriz de Castela.
Tornou-se rainha de Castela pelo seu casamento, em 26 de Março de 1328, em Alfaiates, com Afonso XI, filho de Fernando IV de Castela e da princesa portuguesa Constança de Portugal. O rei praticamente esteve para se separar dela, por não dar à luz um herdeiro, o que viria a acontecer em 1334 (o futuro rei Pedro I de Castela. Contudo, o rei manteve abertamente uma relação extraconjugal com Leonor de Gusmão, o que levou a jovem rainha a regressar a Portugal, fixando-se em Évora, onde então se achava a corte de seu pai. Tal facto gerou um breve conflito entre Portugal e Castela, pela honra da rainha portuguesa, com o rei português a atacar as terras da raia.
O conflito viria a ser sanado, por um tratado assinado em Sevilha em 1339. O rei Afonso XI, embora ao abrigo do acordo de casamento com D. Maria, pudesse contar com a ajuda recíproca do sogro no combate aos muçulmanos, temeu que Afonso IV se negasse a fazê-lo devido à traição para com a esposa sua filha, num momento em que o sultão de Marrocos se preparava para invadir a Península Ibérica. Por isso enviou a própria esposa ir ter com o pai a Évora, a fim de solicitar a sua participação no conflito que se avizinhava com os mouros.
Maria acedeu gentilmente ao pedido, tendo Afonso IV partido em campanha para Castela, desta feita para batalhar o inimigo da fé cristã. A peleja travou-se nas margens do Rio Salado, donde houve nome a batalha do Salado, em 29 de Outubro de 1340, tendo os mouros sido completamente derrotados. Parece que depois disto o rei passou a tratar melhor a sua rainha.
Depois da morte de Afonso XI, em 1350, Maria retornou a Portugal, acolhendo-se a Évora (onde então estava a corte), onde viria a falecer, em 1357, tendo sido mais tarde trasladada para a Capela dos Reis da Catedral de Sevilha, ao lado do seu marido.
O seu único filho nascido vivo, Pedro I de Castela, cognominado o Cruel, tratou de vingar a mãe, mandando assassinar Leonor de Gusmão e praticando todo o género de atrocidades que muito consternaram a mãe. Ironicamente, o filho que Afonso XI tivera da amante, Henrique de Trastâmara acabaria também por vingar-se, ao assassinar Pedro I e subir ao trono como Henrique II de Castela.