Monte do Castelo do Neiva
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Erguido na Idade do Ferro, o "Castro de Moldes", também conhecido por "Monte do Castelo de Neiva", situa-se na margem direita do Rio que lhe deu nome (Neiva), e de onde se desfruta de uma excelente visibilidade sobre a extensa planície que se espraia em seu redor, bem como sobre a própria foz.
As escavações arqueológicas realizadas no sítio durante a primeira metade dos anos oitenta do século passado permitiram colocar a descoberto um povoado de consideráveis dimensões dotado de um assinalável sistema defensivo constituído por cinco linhas de muralha reforçado por torreões localizados na vertente Sul, acompanhando, quase sempre, a geografia do terreno.
Quanto à área definida pela muralhada interior, ela alberga uma notável densidade de estruturas de carácter doméstico de planta predominantemente circular (em cuja edificação se utilizou o próprio afloramento rochoso), algumas das quais com vestíbulo e apartadas por ruas lajeadas em granito. De entre estes elementos, destaca-se uma habitação pelo facto de possuir uma espécie de assento corrido coberto por placas rectangulares de ardósia.
As investigações evidenciaram de igual modo a reutilização do espaço em épocas posteriores, designadamente durante o período de ocupação romana do actual território português, certamente pela sua inegável posição estratégica. Apontam, aliás, nesse sentido, alguns materiais exumados durante as diferentes campanhas, como artefactos de bronze (entre os quais uma fíbula), a par de um abundante número de fragmentos de cerâmica comum e de importação, a atestar, não apenas o carácter relativamente permanente das gentes que ocuparam o povoado neste período, como, sobretudo, a sua inserção numa complexa rede de relações comerciais, bem evidente na presença de inúmeros exemplares de diversos tipos de ânforas e respectivas tampas.
A sua relevância táctica foi reforçada já em plena Idade Média, e em concreto, no início do século XII, do qual data a primeira referência de que há conhecimento até à data sobre a existência, no local, de um castelo, pouco antes de D. Afonso Henriques (1109-1185) ser cercado em Guimarães. Foi, a partir de então, palco de vários episódios relacionados com a consolidação do Reino de Portugal, em pleno processo de Reconquista, até que, em finais do século XIV, o castelo acabou por perder a sua anterior importância política na sequência da transferência da sede de julgado de Neiva, executada no âmbito de uma ampla reorganização administrativa do território. Foi, então, abandonado, entrando num lento processo de degradação, embora ainda sejam visíveis os sulcos onde assentavam os muros da torre e subsista a romaria à capela de N. Sra. das Oliveiras, construída num dos caminhos conducentes ao interior do povoado.
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