Movimento Democrático Brasileiro
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O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), inicialmente descrito como MODEBRAS, foi fundado em 24 de março de 1966, sendo um dos dois partidos políticos brasileiros durante o período do Regime Militar quando estava em vigor o bipartidarismo. Opunha-se ao partido governista, a Aliança Renovadora Nacional ARENA.
Inicialmente acorreram ao novo partido militantes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que detinha o governo deposto. Também acorreram um pequeno contingente de descontentes do Partido Social Democrata (PSD) e menor ainda da União Democrática Nacional (UDN) onde estavam opositores tenazes aos trabalhistas, com os quais teriam difícil convivência como correligionários. Correntes socialistas e comunistas ao lado de correntes democratizantes não ligadas ao socialismo também abrigaram-se no MDB.
O Movimento Democrático Brasileiro, não obstante as restrições a que era submetido, decorrentes do regime autoritário, obteve importantes vitórias na Câmara dos Deputados e no Senado na década de 1970.
Por trás da cena política aparente, desdobrava-se nos bastidores um clima de suspeitas que levavam a atitudes arbitrárias e constrangimentos. Considera-se como pano de fundo, a guerra fria. A América Latina, de posição geográfica estratégica, não poderia ficar de fora. Diversos regimes militares se instalaram ao sul da linha equatorial, como o do General Pinochet no Chile e o Regime Militar Argentino. Os militares brasileiros da linha dura não concordavam com a abertura da política, pois consideravam-na uma ameaça à segurança nacional. Para eles, haviam agentes comunistas na oposição, na imprensa e nos sindicatos. Em busca de tais agentes, prenderam o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manuel Fiel Filho. A morte dos dois em condições suspeitas nas dependências do II Exército, em São Paulo, provocou enorme protesto público e levou o presidente a afastar o comandate dessa região militar.
A extinção do MDB deu-se em 27 de novembro de 1979, juntamente com o fim do sistema bipartidário. Nesta ocasião, surgiram novas legendas e reestabeleceu-se a antiga legenda do PTB . Nomes expressivos do MDB (como o ex-petebista Pedro Simon e o ex-libertador Paulo Brossard de Souza Pinto) foram para o PMDB, cujo nome sugeria uma continuação programática . Alguns voltaram para o PTB (entregue estrategicamente pelo General Golbery do Couto e Silva a Ivete Vargas). Descontente com este fato, Leonel Brizola, chegado do exílio, fundou o PDT, mais próximo do trabalhismo do antigo PTB. Miguel Arraes foi para o PSB . A partir daí, o MDB, que era uma vertente de redemocratização, deu origem - direta ou indiretamente - a novos ramos (como o PSDB, de Franco Montoro ), e inspirou surgimento de novos partidos (como o PT , de Lula) que sofreram o mesmo processo de fragmentação, gerando o singular e dinâmico pluripartidarismo brasileiro do final do século XX.