Oásis de Siuá
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Oásis de Siuá localiza-se no Egipto, no deserto da Líbia, a 560 quilómetros a oeste do Cairo e a 300 quilómetros a sul do porto de Marsa Matruh. Possui uma extensão de 80 quilómetros de comprimento (de oeste a leste) e entre a 10 e 30 quilómetros de largura (de norte a sul).
A presença humana no oásis está atestada desde o Paleolítico. No que diz respeito às relações do oásis com a civilização do Antigo Egipto, nada se sabe destas até ao período da XXVI dinastia.
De acordo com uma lenda transmitida pelo historiador grego Heródoto, o rei Cambises da Pérsia (524 a.C.) teria enviado um exército de 50 mil soldados para atacar o oásis, mas este teria desaparecido no meio das areias do deserto próximas do oásis.
O oásis tornou-se famoso na Antiguidade devido a nele se encontrar o oráculo de Amon, cujo templo teria sido construído pelo faraó Amásis. A localização do templo foi identificada em 1899 pelo egiptólogo alemão Georg Steindorff em Aghurmi (a leste). Este templo era de dimensões pequenas (14 x 22 m), julgando-se ter sido construído por trabalhadores gregos, possivelmente da Cirenaica. Em Um el-Ubeida encontram-se ainda as ruínas de um templo dedicado a Amon-Ré que possui inscrições do faraó Nectanebo II.
Depois de ter conquistado o Egipto aos Persas, Alexandre Magno dirigiu-se ao oásis de Siuá para consultar o oráculo, tendo sido confirmado não só como filho de Zeus, mas do deus egípcio Amon. Este acto é interpretado como uma manobra de propaganda que visava legitimar o poder de um estrangeiro sobre o Egipto.
Pouco se sabe da história do oásis durante o período romano, embora os sacerdotes tenha continuado a prestar culto a Amon até ao século VI d.C.
O primeiro europeu a visitar o oásis foi William George Browne em 1792. Teve que o fazer disfarçado de árabe dado que os habitantes eram hostis a estrangeiros. Em 1820 o oásis foi conquistado por Mehmet Ali, governador do Egipto (na altura parte do Império Otomano). Nos anos 80 do século XX foi construída uma estrada de asfalto que liga o oásis a Marsa Matruh, quebrando-se assim o isolamento.
[editar] Bibliografia
- BARD, Kathryn Ann A.; SHUBERT, Steve Blake - Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt. Routledge, 1999. ISBN 0415185890