O Estado de S. Paulo
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Periodicidade | diário |
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Formato | standard |
Sede | São Paulo |
Circulação | nacional |
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Fundação | 1875 |
Fundador | Francisco Rangel Pestana e Américo Campos |
Proprietário | S.A. O Estado de S. Paulo |
Presidente | Roberto C. Mesquita |
Diretor de Redação | Ricardo Gandour |
Editor-Chefe | Roberto Gazzi |
Ombudsman | não tem provedor do leitor |
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Editorias e Cadernos | Nacional, Internacional, Vida&, Economia&Negócios, Metrópole/Cidades, Esportes, Caderno 2, Aliás, Link, Viagem&Aventura, Feminino, Casa&, Agrícola, Estadinho, TV&Lazer |
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Website | www.estadao.com.br |
Telefone | (11)3959-8500 |
O Estado de S Paulo (lê-se "O Estado de São Paulo", conhecido também por Estadão) é um jornal brasileiro.
Foi fundado baseando-se nos ideais de um grupo de republicanos em 4 de Janeiro de 1875. Nessa época, o jornal se chamava A Província de São Paulo e foi o pioneiro em venda avulsa no país, fato pelo qual foi ridicularizado pela concorrência (Correio Paulistano, O Ipiranga e Diário de S. Paulo). Curiosamente, a venda avulsa foi impulsionada pelo imigrante francês Bernard Gregoire, que saía às ruas montado num cavalo e tocando uma corneta para chamar a atenção do público - e que, décadas depois, viraria o próprio símbolo do jornal - aumentou a tiragem do jornal.
Índice |
[editar] História
O termo "Província" foi conservado até 31 de dezembro de 1889, um mês após a queda da Monarquia e instituição da República no Brasil. Embora tivesse apoiado a troca de regime, o jornal se mostrou independente de qualquer Partido Político, recusando-se a servir aos interesses do ascendente Partido Republicano Paulista.
Quando o então redator-chefe Francisco Rangel Pestana se afastou para trabalhar no projeto da Constituição, em Petrópolis, o jovem redator Julio Mesquita assumiu efetivamente a direção do Estado e deu início a uma série de inovações. A agência Havas, então a maior do mundo, foi contratada pelo jornal e deu mais agilidade às notícias internacionais.
[editar] Século XIX
Ao final do século XIX, o Estado já era o maior jornal de São Paulo, superando em muito o Correio Paulistano. Propriedade exclusiva da família Mesquita a partir de 1902, o Estado apóia a causa aliada na Primeira Guerra Mundial, sofrendo represália da comunidade alemã na cidade, que retira todos os anúncios do jornal. Mesmo assim, Mesquita mantém a posição de seu diário. Durante a guerra, passa a circular a edição vespertina do jornal, conhecida como "Estadinho", dirigida pelo então jovem Júlio de Mesquita Filho.
Em 1924, o Estado é impedido de circular pela primeira vez, após a derrota do levante tenentista que sacudiu a cidade. Julio Mesquita, que tentara intermediar um diálogo entre os revoltosos e o governo, é preso e enviado ao Rio de Janeiro, sendo libertado pouco depois.
Com a morte do velho diretor em 1927, seu filho Julio de Mesquita Filho assume a redação com o irmão Francisco, este à frente da parte financeira do jornal.
Em 1930 o Estado, ligado ao Partido Democrático, apóia a candidatura de Getúlio Vargas pela Aliança Liberal. Derrotado Vargas pela costumeira fraude da República Velha, o jornal saúda a Revolução de 1930 como um marco do fim de um sistema oligárquico.
O chamado Grupo do Estado assume em 1932 a liderança da revolução constitucionalista e, com sua derrota, boa parte da diretoria é enviada ao exílio.
Anos depois, com a eclosão do Estado Novo, o jornal mantém a oposição ao regime e, em março de 1940, é invadido pelo Dops e, numa farsa, armas são "apreendidas" na redação. O jornal é inicialmente fechado e logo depois é confiscado pela ditadura, sendo administrado pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) até 1945, quando o Estado é devolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a seus legítimos proprietários. Os números publicados a partir da intervenção são desconsiderados da história do diário.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial o Estado conhece enorme progresso, com o aumento da tiragem e de seu prestígio nacional. Na década de 1950 é construída uma nova sede, o edifício da rua Major Quedinho, que ainda abrigaria o famoso Hotel Jaraguá. É a fase em que a editoria de Internacional, comandada pelo jornalista Giannino Carta e por Ruy Mesquita, passa a ser considerada a mais completa do jornalismo brasileiro. O Estado, desse período até a década de 1970, ostenta em sua primeira página, quase que exclusivamente o noticiário internacional.
[editar] República Nova
Durante a República Nova (1946-64) o Estado perfila-se à União Democrática Nacional de Carlos Lacerda e faz oposição a todos os governos, em especial o de João Goulart. Em 1962, o diretor Julio de Mesquita Filho chega a escrever o "Roteiro da Revolução", procurando unir a oposição civil aos militares, o chamado "partido fardado", que desde o início da República costumava intervir na política brasileira. Em 1964, o Estado apóia o golpe militar e a eleição indireta de Castello Branco. Logo após o Ato Institucional nº 2, que dissolve os partidos políticos, o jornal rompe com o regime.
[editar] Censura
Em 13 de dezembro de 1968, a edição do Estado é apreendida em razão da recusa de Mesquita Filho de excluir da seção "Notas e Informações" o editorial Instituições em Frangalhos, no qual denunciava o fim de qualquer aparência de normalidade democrática. A partir de então, o jornal passa a contar com censores da Polícia Federal em sua redação, ao contrário dos outros grandes jornais brasileiros que aceitaram se censurar.
Com a morte de Mesquita Filho, o Estado passa a ser dirigido em 1969 por Julio de Mesquita Neto. Nesse período o jornal ganha visibilidade mundial ao denunciar a censura prévia com a publicação de trechos de Os Lusíadas, de Luís de Camões no lugar de matérias proibidas pelos censores. Em 1974, recebe o Prêmio Pena de Ouro da Liberdade, conferido pela Federação Internacional de Editores de Jornais.
A partir da década de 1970 o jornal endivida-se para a construção de sua nova sede na Marginal Tietê e passa por severa crise financeira, disputando o mercado com o novo padrão de jornalismo representado pela Folha de S. Paulo.
[editar] Anos 80
Em 1986 o Estado contrata o renomado jornalista Augusto Nunes para assumir o posto de diretor de redação. Ele renova o noticiário do jornal e empreende uma série de reformas gráficas, que redundará na adoção, em 1991, de cores no jornal e de edições diárias - até então o Estado não circulava às segundas e após feriados.
[editar] Anos 90
Em 1996 morre Julio de Mesquita Neto e o jornal passa a ser dirigido por seu irmão, Ruy Mesquita, até então diretor do Jornal da Tarde, pertencente ao Grupo Estado.
[editar] Grupo Estado
Depois de uma fracassada experiência no campo das telecomunicações, o Grupo Estado passa por uma restruturação em 2003 e a maior parte da família Mesquita deixa os cargos de direção. Demissões em massa ocorrem no grupo.
Após o saneamento financeiro, o Estado empreende inovadora reformulação gráfica em outubro de 2004, com a criação de novos cadernos e recebe sucessivos prêmios de excelência gráfica.
Além do jornal O Estado de S. Paulo, o Grupo Estado controla a Rádio Eldorado AM e FM, a Agência Estado e o periódico "Jornal da Tarde".
[editar] Notas e Informações
A mais antiga de todas as seções, conhecida como "Notas e Informações", sempre localizada na página 3, manteve a tradicional postura do jornal de unir, em seus editoriais, conservadorismo político e liberalismo econômico, sendo uma das colunas mais emblemáticas de O Estado de S. Paulo, identificado com o pensamento "conservador" ou "neo-liberal" no Brasil. Entretanto, desde o golpe militar de 1964, e principalmente após 1968, o jornal vem tomando posições mais que liberais também no âmbito social e político, como a defesa em editorial da legalização do aborto no Brasil, as críticas ao presidente dos EUA George W. Bush e ao ministro do Interior francês Nicolas Sarkozy e o apoio à candidata e atual presidente de centro-esquerda do Chile Michelle Bachelet.