Paracoccidioidomicose
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A Paracoccidioidomicose ou Blastomicose Sul-Americana, também conhecida por Doença de Lutz-Splendore-Almeida é uma doença pulmonar causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis.
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[editar] Paracoccidioides brasiliensis
O Paracoccidioides brasiliensis, também conhecido por Blastomyces brasiliensis é um fungo dimórfico muito semelhante ao Histoplasma capsulatum que causa a doença Histoplasmose. A sua forma sexual multicelular é um bolor com mícélios consituidos por hifas, mas no homem adapta a forma unicelular levedura com multiplicação assexuada por geminação.
[editar] Epidemiologia
A paracoccidiomicose existe nas zonas rurais do Brasil e de outros países da América do Sul. Afeta principalmente os agricultores que trabalham a terra que contém os seus esporos (produzidos pela forma sexual livre). A infecção é pela inalação desses esporos infecciosos.
[editar] Progressão e Sintomas
Após inalação dos esporos, as leveduras localizam-se nos pulmões, sendo fagocitadas pelos macrófagos, no interior dos quais sobrevivem e se multiplicam. Na maioria dos casos a infecção é assintomática e o sistema imunitário destroi o invasor. Há frequentemente formação de granulomas que limitam a disseminação das leveduras. Numa minoria há sintomas de pneumonia, com febre, suores, tosse e expectoração e falta de ar. Pode haver disseminação do fungo, mesmo na ausência de sintomas pulmonares, com infecção de orgãos e formação de granulomas levando a úlceras vermelhas na pele e mucosas, particularmente na boca e nariz, que serão talvez os sintomas mais comuns da doença.
Por vezes há limitação da doença ao pulmão sem resolução, desenvolvendo-se um quadro clínico semelhante ao da tuberculose. Deve-se notar que há outras formas de paracoccidioidomicose, além da pulmonar (como entre outras a paracoccidioidomicose cutânea, ganglionar e neurológica) e nem sempre a doença é adquirida por via respiratória.
[editar] Diagnóstico e Tratamento
A expectoração é observada ao microscópio, mas a cultura pode ser necessária para a identificação.
O tratamento é farmacológico e os fármacos mais comumente administrados são:
- Cetoconazol - 200 mg, via oral, a cada 12 horas, durante 365 dias.
- Itraconazol - 100 mg, via oral, a cada 12 horas, durante 180 dias.
Em certas ocasiões, pode apresentar lesões ulcerativas na mucosa gastrintestinal.
[editar] Referências
- E.Brummer, E.Castaneda, A.Restrepo. Paracoccidioidomycosis: an update. Clin Microbiol Rev. 1993;6:89-117.
- G.Benard, A.J.Duarte. Paracoccidioidomycosis: a model for evaluation of the effects of human immunodeficiency virus infection on the natural history of endemic tropical diseases. Clin Infect Dis. 2000;31:1032-9.
- M.A. Shikanai-Yasuda, F. de Queiroz Telles Filho, et al. Guidelines in paracoccidioidomycosis. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2006,39;297-310.
- Paracoccidioidomicose em eMedicine
- Paracoccidioidomicose Universidade de Adelaide-Southern Australia