Personagem
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A personagem é um elemento vivo de uma obra narrativa. Comumente é uma pessoa (Dom Quixote), mas pode ser um animal (A revolução dos bichos), uma boneca de pano (Sítio do pica-pau amarelo) e o que mais a imaginação do artista inventar.
Existem personagens tanto em obras ficcionais como não-ficcionais, assim como o termo se aplica não apenas a literatura, como também ao cinema, teatro, dança, história em quadrinhos, etc. Em alguns casos, como na televisão ou no teatro, as personagens são representadas por um ator.
Índice |
[editar] Tipos de personagem
Há diversas formas de classificar as personagens, algumas delas mais conhecidas entre o senso comum, outras academicistas. De qualquer forma não são classificações definitivas. Vejamos:
[editar] Quanto ao protagonismo
- Protagonista: a personagem principal de uma narrativa. Nas narrativas clássicas era comumente o herói, mas não apenas ele (vide Medéia, da tragédia de Eurípedes). É normalmente o Protagonista quem comanda a acção.
- Antagonista: a personagem que rivaliza com o protagonista. Comumente é o vilão. A dicotomia herói e vilão foi muito bem trabalhada pelas histórias em quadrinhos (Super-Homem X Lex Luthor; Batman X Coringa; Omi X Chase Young).
- Coadjuvantes: são as personagens em torno do protagonista. Pode-se dividir os coadjuvantes em "graus de importância", criando novas categorias como o ajudante do herói (Sancho Pança, Robin).
- Oponentes: as personagens que auxiliam o Antagonista.
[editar] Quanto a complexidade
- Personagens esféricas: são personagens com capacidade de surpreender, mas de maneira convincente. Na literatura há uma profusão de personagens esféricas, especialmente a partir do romance, como Werther, Dom Casmurro, Julien Sorel e tantos outros.
- Personagens planas: são personagens que não mudam com as circunstâncias, sendo facilmente identificados. Muito comuns na comédia (Mr. Bean, Os três patetas).
- Personagens tipo: alguns teóricos criam essa categoria que seria "inferior" ao personagem plano. São personagens de uma única função na narrativa.
[editar] Quanto a existência real
- Personagens "reais": apenas em obras históricas, jornalísticas ou outras não-ficcionais uma personagem pode representar o mais fidedignamente possível uma pessoa real, como um presidente, um rei ou um atleta. O limiar disso é o jornalismo literário, inaugurado por Capote com A sangue frio.
- Personagens "ficcionais": a grande maioria das personagens, criados a partir da imaginação do narrador, ainda que alguns de seus traços sejam inspirados em pessoas da vida real.
- Personagens "reais ficcionais": as personagens de uma narrativa podem remeter a pessoas da vida real, sem necessariamente representá-los fidedignamente. Digamos que os caracteres provêm da vida real, mas as ações e gestos e pensamentos são ficcionais. A própria tragédia clássica representava mitos de deuses ou nobres que realmente existiram, "ficcionando-os". Um exemplo contemporâneo bastante elucidativo - e polêmico - é o do filme A queda, em que Hitler é transformado em protagonista da ficção.
[editar] Quanto a representação
- Personagens únicas, próprias: a grande maioria das personagens, quando são únicas e diferentes, ou protagonistas de feitos únicos, merecedoras de que se conte sua história. Caso dos clássicos (Odisséia, Dom Quixote), dos românticos (Werther, Escrava Isaura), dos heróis (Sherlock Holmes, Batman).
- Personagem coletiva: personagem que representa um tipo social. Sua existência individual ou as coisas que acontecem com ela não são diferentes de outras pessoas do mesmo grupo, e por isso a narração é mais uma representação social. Muito comum a partir do realismo/naturalismo (O Jogador, Vidas Secas). Em Morte e Vida Severina, por exemplo, o Severino representa não apenas ele próprio como tantos e tantos retirantes nordestinos.