Pistis Sophia
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Pistis Sophia é um importante texto Gnóstico. As cinco cópias remanescentes, que os estudiosos datam de c. 250–300 AD, relatam os ensinamentos Gnósticos do Jesus transfigurado aos apóstolos (incluindo Maria de Magdala, Maria, mãe de Jesus e Marta), quando o Cristo elevado havia cumprido onze anos falando com seus discípulos. Nele as estruturas complexas e as hierarquias celestes familiares nos ensinamentos gnósticos são reveladas.
O título Pistis Sophia é obscuro e é, às vezes, traduzido como Sabedoria da Fé, Sabedoria na Fé ou Fé na Sabedoria. Uma tradução mais exata, levando em conta seu contexto gnóstico, é "a fé de Sophia", uma vez que Sophia para os gnósticos era a syzygy divina do Cristo, e não uma simples palavra significando sabedoria. Numa versão anterior e mais simples de uma Sophia no Códice de Berlim e também encontrado em um papiro em Nag Hammadi, o Cristo transfigurado explica Pistis de um modo bastante obscuro:
- Novamente, seus discípulos disseram: Diga-nos claramente como eles desceram das invisibilidades, do imortal para o mundo que morre?'
- O perfeito Salvador disse: O Filho do Homem entendeu-se com Sophia, sua consorte, e revelou uma grande luz andrógina. Seu nome masculino é designado 'Salvador, progenitor de todas as coisas'. Seu nome feminino é designado 'Todo-progenitora Sophia'. Alguns a chamam de 'Pistis'.
O mais bem conhecido dos cinco manuscritos da Pistis Sophia está amarrado com um outro texto gnóstico intitulado na encadernação "Piste Sophiea Cotice". Este "Códice Askew" foi adquirido pelo Museu Britânico em 1795 de um certo Dr. Askew. Até a descoberta da biblioteca de Nag Hammadi em 1945, o Códice Askew era um dos três códices que continha quase todos os escritos gnósticos que tinham sobrevivido a eliminação dessa literatura tanto no Leste quanto no Oeste, sendo os dois outros códices o Códice Bruce e o Códice de Berlim. A menos dessas fontes, tudo o que foi escrito sobre o Gnosticismo antes da Segunda Guerra Mundial é baseado em cotações, referências e inferências a partir dos escritos Patrísticos dos inimigos do Gnosticismo, uma fonte nada neutra, onde as crenças gnósticas eram selecionadas para mostrar seus absurdos, seu comportamento bizarro e não ético e sua heresia do ponto de vista do Cristianismo Paulino ortodoxo.
O texto proclama que Jesus permaneceu no mundo após a ressurreição por 11 anos e foi capaz nesse tempo de ensinar a seus discípulos até o primeiro (isto é, inicial) nível do mistério. Começa com uma alegoria fazendo um paralelo entre a morte e ressurreição de Jesus e decrevendo a descida e a ascensão da alma. Depois disso, ele prossegue descrevendo figuras importantes na cosmologia gnóstica e então, finalmente, lista 32 desejos carnais que devem ser superados antes que a salvação seja possível, sendo que a superação de todos os 32 constitui a salvação.
[editar] Referências
- Francis Legge, Forerunners and Rivals of Christianity, From 330 B.C. to 330 A.D. (1914) - Antecessores e Rivais do Cristianismo, de 330 A.C. a 330 D.C. - reimpresso em dois volumes encadernados juntos, University Books New York, 1964. LC Catalog 64-24125.
- Mead, G.R.S. (1921) Pistis Sophia.
[editar] Ligações Externas
- Pistis Sophia: Texto Completo (em inglês). Trata-se da edição de 1921 de Pistis Sophia por G.R.S. Mead. Inclui uma função de busca para o texto (na Gnostic Society Library).
- Gnosticweb A Pistis Sophia Revelada e Textos Gnósticos Cristãos (em inglês).
- Early Christian Writings: Pistia Sophia
- J.J. Hurtak discute a Pistis Sophia (vídeo)