Reino da Romênia
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Romênia desde 1989 |
De 1859 a 1877, a Romênia evoluiu de uma "união pessoal" de dois principados (Moldávia e Valáquia) sob a regênica de um único príncipe para um reino pleno com uma monarquia Hohenzollern. Após a derrota dos grandes impérios da Europa Central e Oriental na I Guerra Mundial, a "Romênia Maior" anexou a Transilvânia, Bessarábia e Bucovina. Contudo, a "Romênia Maior" não sobreviveria à II Guerra Mundial.
Índice |
[editar] Unificação e monarquia
A ascensão ao trono em 1859 de Alexandre João Cuza como príncipe tanto da Moldávia como da Valáquia sob a suserania nominal do Império Otomano unificou uma identificável nação romena sob um único governante. Em 1862, os dois principados foram formalmente unidos para formarem a Romênia, com Bucareste como sua capital.
Em 23 de fevereiro de 1866, a assim chamada coalizão Monstruosa, composta de conservadores e liberais radicais, forçou Cuza a abdicar. O príncipe alemão Carol (Carlos) de Hohenzollern-Sigmaringen foi designado como príncipe da Romênia, em um gesto para assegurar o apoio alemão à unidade e futura independência. Seus descendentes governariam como reis da Romênia até a ascensão dos comunistas em 1947.
Em 1877, após uma guerra russa-romena-turca, a Romênia foi reconhecida como independente pelo Tratado de Berlim, 1878, obteve Dobruja, embora tenha sido forçada a entregar a Bessarábia meridional à Rússia. Carlos foi coroado como Carol, o primeiro rei da Romênia, em 1881.
O novo Estado, espremido entre os impérios otomano, austro-húngaro, e russo, com vizinhos eslavos em três lados, voltou-se para o Ocidente, particularmente a França, em busca de seus modelos culturais, educacionais e administrativos.
Em 1916, a Romênia entrou na I Guerra Mundial no lado da Entente. Apesar das forças romenas não se saírem bem militarmente, ao final da guerra os impérios austríaco e russo haviam terminado; corpos governamentais criados na Transilvânia, Bessarábia e Bucovina escolheram a união com a Romênia, confirmada em 1920 pelo Tratado de Trianon.
[editar] Linha do tempo
1859 | Alexandre João Cuza unifica a Moldávia e Valáquia sob seu domínio pessoal. |
1862 | União formal da Moldávia e Valáquia para formarem o principado da Romênia. |
1866 | Cuza é forçado a abdicar e uma dinastia estrangeira é estabelecida. Carol I assina a primeira Constituição moderna. |
1877 | (9 de maio) A independência romena é declarada. |
1878 | Pelo Tratado de Berlim, o Império Otomano reconhece a independência romena. A Romênia cede a Bessarábia meridional à Rússia. |
1881 | Carol I é coroado rei da Romênia. |
1907 | Violentas revoltas camponesas são esmagadas por toda a Romênia, milhares de pessoas são mortas. |
1914 | Morte de Carol I, sucedido por seu sobrinho Ferdinando. |
1916 | (Agosto) A Romênia entra na I Guerra Mundial no lado da Entente. |
1918 | "Romênia Maior." |
[editar] Os anos entre guerras
A "Romênia Maior" resultante não sobreviveu à II Guerra Mundial. A maioria dos governos pré-II Guerra Mundial da Romênia manteve a forma, mas não a substância, de uma monarquia constitucional liberal. O Partido Liberal Nacional, dominante nos anos imediatamente seguintes à II Guerra Mundial, tornou-se progressivamente clientelista e nacionalista e, em 1927, foi suplantado no poder pelo Partido Nacional Camponês. Entre 1930 e 1940 houve mais de 25 governos separados.
A década de 30 viu o aumento do número de partidos ultra-nacionalistas, notavelmente o semi-místico movimento da Guarda de Ferro fascista, explorando o nacionalismo, o medo do comunismo e o ressentimento por uma suposta dominação estrangeira e judaica da economia. Em 10 de fevereiro de 1938, para prevenir a formação de um governo que incluiria ministros da Guarda de Ferro, e em confrontação direta ao apoio expresso da Guarda de Ferro a Adolf Hitler, o rei Carol II dissolveu o governo e instituiu uma ditadura real de vida curta. (Esses eventos são melhor detalhados no artigo Romênia durante a II Guerra Mundial.)
Em 1939, a Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto de Molotov-Ribbentrop, que estipulava, entre outras coisas, o "interesse" soviético na Bessarábia.
[editar] Linha do tempo
1918 | "Romênia Maior". Pelo Tratado de Versalhes, a Romênia concorda em conceder cidadania aos antigos cidadãos dos impérios russo e austro-húngaro que vivem nos novos territórios romenos. |
1920 | Tratado de Trianon confirma a unificação da Romênia. |
1921 | Uma grande e radical reforma agrária. |
1923 | Constituição liberal de 1923. A Liga de Defesa Nacional Cristã (LANC) é fundada. |
1924 | Um membro da LANC (posteriormente o fundador da Guarda de Ferro), C.Z. Codreanu, assassina o Chefe de Polícia em Iaşi, mas é absolvido. |
1926 | Lei Eleitoral liberal adotada. "Pequena Entente" com a Tchecoslováquia e a Iugoslávia e Tratado Franco-Romeno. |
1927 | O Partido Nacional dos Camponeses toma o lugar do Partido Liberal Nacional no governo. A Legião do Arcanjo Miguel, posteriormente Guarda de Ferro, separa-se da LANC. |
1929 | Início da Grande Depressão. |
1930 | Carol II é coroado rei. |
1931 | Primeira proibição sobre a Guarda de Ferro. |
1933 | (16 de fevereiro) Greve das Oficinas Automotrizes Griviţa sufocada violentamente pela polícia. (10 de dezembro) O primeiro-ministro Ion Duca "dissolve" a Guarda de Ferro, prendendo milhares; 19 dias depois ele é assassinado por legionários da Guarda de Ferro. |
1935 | A LANC e o Partido Agrário Nacional se fundem para formarem o Partido Cristão Nacional (NCP). |
1937 | "Pacto de Não Agressão" eleitoral entre o Partido Nacional dos Camponeses e a Guarda de Ferro, posteriormente incluindo a União Agrária. O Partido Comunista Romeno denuncia o pacto mas, na prática, apoia o Partido Nacional dos Camponeses. A LANC forma um governo, mas entra rapidamente em conflito com Carol II sobre sua concubina judia. |
1938 | (10 de fevereiro) É declarada a ditadura real. Nova constituição adotada em 27 de fevereiro. (29-30 de novembro) O líder da Guarda de Ferro Codreanu e outros legionários são fuzilados por ordem do rei. |
1939 | (7 de março) Armand Călinescu forma um governo. O Pacto de Molotov-Ribbentrop estipula o "interesse" soviético na Bessarábia. |