Restauração do capitalismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Restauração capitalista nos antigos Estados Operários burocráticos é objeto de uma acirrada polêmica no interior do Marxismo.
Para os membros da chamada corrente "morenista" do Trotskysmo (referência a Nahuel Moreno, dirigente argentino da IV Internacional), como o PSTU no Brasil e a LIT-QI a restauração do capitalismo se consolidou na URSS e Leste Europeu, durante a década de 1980, em Cuba no início da década de 1990 e China durante a década de 1980. Baseam sua análise no abandono dos três pilares s que definiam estes países no terreno econômico como "de transição ao socialismo" ou "não-capitalistas": A Economia planificada, o monopólio estatal do comércio exterior e propriedade estatizada dos meios de produção.
Os membros da organização liderada por Pierre Lambert e Daniel Gluckstein, a IV Internacional (1993), afirmam que o processo de restauração capitalista não se deu por completo nos antigos Estados Operários, tendo em vista a atualidade da premissa histórica afirmada por Trotsky no Programa de Transição ao Socialismo, documento de fundação da IV Internacional. Segundo Trotsky as forças produtivas pararam de crescer e começam a apodrecer. O conceito de Gluckstein de imperialismo senil desenvolve ainda mais esta idéia, afirmando que a impossibilidade de restauração capitalista no Leste é a prova viva da atualidade do Programa de Transição, pois que houve apenas a criação de estados dominados por máfias, sem uma burguesia local; isto é, a burocracia stalinista ao invés de tornar-se burguesia se tornou uma camarilha mafiosa, o que implica que não houve total restauração do capitalismo, visto que é óbvio que não há capitalismo sem burguesia.
[editar] Restauração na URSS
Segundo às formulações da LIT-QI o processo de restauração do capitalismo na URSS vai se dando na medida em que cresce o comércio com os países imperialistas, uma vez que cada vez mais o Lucro e as necessidades do mercado capitalista determinam o plano econômico, em detrimento das necessidades dos trabalhadores soviéticos. No entanto este processo dá um salto qualitativo em 1986 com o fim da planificação da economia e do monopólio do comércio exterior (o ministério do monopólio do comércio exterior é extinto) votado pelo pleno do Comitê Central do PCUS de junho. Estas medidas abrem o caminho para a completa subordinação da economia soviética aos interesses do mercado internacional e, em conjunto com outros fatores (como a própria limitação de uma economia na concepção de "socialismo em um só país") acaba por levar a uma tremenda crise de desabastecimento, que influenciará o processo revolucionário de 1991, no qual a burocracia estalinista é derrubada.