Ricardo Flores Magón
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Ricardo Flores Magón (San Antonio Eloxochitlán, Oaxaca, 16 de setembro de 1874 - Leavenworth, Kansas, Estados Unidos, 21 de novembro de 1922) foi um anarquista mexicano.
Flores Magón estudou as obras e idéias de muitos anarquistas, estudou os textos da primera geração de filósofos anarquistas como Mikhail Bakunin e Pierre-Joseph Proudhon, mas também foi influenciado por seus contemporâneos: Elisée Reclus, Errico Malatesta, Emma Goldman e Max Stirner.
Foi o ideólogo da Revolução Mexicana, e do movimento revolucionário mexicano do Partido Liberal Mexicano. Flores Magón escreveu Regeneración, livro que levou a uma revolta popular contra a ditadura de Porfirio Díaz.
No início da Revolução Mexicana liderada por Francisco I. Madero, Magón é convidado por este a participar no movimento, convite que não aceita, considerando que a causa liderada por Madero era uma rebelião burguesa desprovida de propostas sociais. Nos anos seguintes teve contatos com com os revolucionários Francisco Villa e Emiliano Zapata sem aliar-se a eles.
Exilado nos Estados Unidos volta a publicar o jornal Regeneración e funda o Partido Liberal Mexicano em julho de 1906, junto com Juan Sarabia, Antonio I. Villareal, Librado Rivera, Manuel Sarabia, Rosalío Bustamante e seu irmão Enrique.
Entre os postulados do novo partido havia ideias bastante revolucionárias para a época tais como: supressão da reeleição, supressão da pena de morte para presos políticos e comuns, obrigatoriedade do ensino elementar até aos 14 anos, estabelecimento de um salário mínimo, expropriação de latifúndios e terras não cultivadas, bem como regulamentar as jornadas de trabalho.
As vontades plasmadas no programa do Partido Liberal Mexicano seriam retomadas pelos homens e mulheres que em 1910 se ergueram contra a longa ditadura de Porfirio Díaz dando início à Revolução Mexicana, a primeira do século XX. Atualmente, os postulados do Partido Liberal Mexicano fazem parte da legislação mexicana.
Seu movimento incendiou a imaginação dos anarquistas dos Estados Unidos. Em janeiro de 1911 organizou, a partir de Los Angeles, uma sublevação na Baixa Califórnia, aparentemente com o propósito de estabelecer uma república socialista independente, versão refutada por alguns historiadores que argumentam que a península serviria como base de operações para levar a revolução a todo o país.
Após vários confrontos armados os rebeldes tomaram as povoações de Mexicali e Tijuana sempre apoiados por anarquistas de várias nacionalidades, sobretudo dos Estados Unidos, dando razões para que alguns escritores considerem os Flores Magón como traidores à pátria.
Os insurretos a quem o governo apelidou de filibusteiros, foram derrotados pelas forças federais em 22 de junho de 1911 terminado assim o sonho de estabelecer a primeira república socialista do mundo.
A conquista do pão de Peter Kropotkin, que Magón considerava ser uma espécie de bíblia anarquista, serviu de base teórica às efémeras comunas revolucionárias da Baixa Califórnia durante a revolta magonista de 1911. Flores Magón viveu nos Estados Unidos desde 1904, passando a metade do tempo na prisão, levado de cidade em cidade.
Em 1918, juntamente com Librado Rivera, publica um manifesto dirigido aos anarquistas do mundo, manifesto este que motivaria a detenção e posterior condenação de ambos a 20 anos de prisão, acusados de sabotar o esforço de guerra dos Estados Unidos que então participavam na Primeira Guerra Mundial.
Ricardo foi encarcerado na ilha McNeil, estado de Washington, e já muito doente foi transferido para a prisão de Leavenworth, Kansas onde faleceu em 21 de novembro de 1922; existem três versões sobre as circunstãncias da sua morte, a primeira e oficial, indica que terá sofrido uma paragem cardíaca, na segunda, segundo o seu companheiro Rivera, Magón teria sido enforcado e a terceira diz que terá sido espancado pelos guardas prisionais.
Os seus restos mortais descansam na Rotunda de los Personajes Ilustres na Cidade do México.
[editar] Ver também
- Flores Magón
- Tijuana
- Anarquismo