Serra da Aboboreira
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A Serra da Aboboreira, um contraforte granítico implantado no extremo ocidental do maciço montanhoso Marão/Alvão, está localizada no extremo noroeste do distrito do Porto, Portugal. Distribui-se pelos concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses.
Não é muito acidentada, estendendo-se por longos planaltos (designados por «chãs»), e eleva-se até uma altitude de 1 000 metros, sendo de destacar, pela sua importância, três pontos: o da Abogalheira, com 962 metros; o de Meninas, com 970 e o da Senhora da Guia com 972 metros.
A Serra da Aboboreira, foi povoada desde o Paleolítico Inferior (30 000 a.C.) e apresenta muitos vestígios do Neolítico e da Idade do Bronze, datados de 2 500 a.C., como o dólmen de Chão de Parada.
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[editar] A necrópole megalítica da Aboboreira
Os estudos arqueológicos que têm vindo a ser realizados nas serras da Aboboreira e do Castelo desde 1978 revelaram já a existência de uma vasta necrópole megalítica, das maiores que actualmente se conhecem em território português, com cerca de quatro dezenas de mamoas identificadas. No seio de uma maioria de mamoas pequenas, ou médias, cuja datação científica sugere serem as mais antigas (embora nem todas tenham sido datadas), insere-se uma minoria de dólmens de relativamente grande porte, um deles com corredor e átrio (dólmen 1 de Chã de Parada).
Na estrada de Baião para Mesão Frio, no lugar de Queimada, pode-se seguir por um estradão que sobe para o planalto da Aboboreira e o cruza, dando acesso aos múltiplos monumentos. No entanto, não é fácil para quem não conheça o local encontrar a maioria deles, porque não existe nenhuma indicação para os visitantes ao longo do estradão.
[editar] Vestígios da Idade do Bronze e da Idade Média
Encontram-se também vestígios da Idade do Bronze. É o caso da necrópole do Tapado da Caldeira onde foram escavadas quatro sepulturas, contendo, cada uma delas, um vaso. São também desta época os primeiros povoados conhecidos nesta área, com fossas abertas no saibro, buracos de poste e lareiras, como o da Bouça do Frade. Estes povoados parecem mostrar que, no final da Idade de Bronze, a região conheceu uma ocupação mais intensiva das zonas dos vales férteis e uma maior estabilidade do habitat.
No topo da serra do Castelo, fronteira à da Aboboreira, havia na Idade Média o antigo Castelo de Penalva (no alto que designa hoje por Castelo de Matos), da família nobre de Baião, que topograficamente dominava a Terra de Baião. Foram encontrados vestígios de um castelo de madeira dos meados do século XI e, na orla do cume, de uma muralha em pedra que rodeava um habitat (século XI-XII). Foi lá encontrada uma espora de um cavaleiro medieval e várias pontas de tiro ao arco.
[editar] Especulação sobre a Santinha da Serra da Aboboreira
Há uma lenda antiga na região que fala de uma santa em cima da Serra da Aboboreira. Nos anos 70, um padeiro de Baião disse tê-la avistado e, depois de muitas peripécias, acabou por ser construída uma capela à Santinha no alto da serra. É a capela da Senhora da Guia, hoje associada pela Igreja católica a Nossa Senhora, perto da qual foram já detectadas meia dúzia de mamoas.
Estará essa lenda relacionada com alguma antepassada importante sepultada num dos dólmens, como o dólmen da Aboboreira? Uma Matriarca da Aboboreira que ficou na história? Curiosamente, o alto do Castelo de Matos, que faz parte do cenário que se desfruta da Serra da Aboboreira, tem a forma de uma mamoa (ou seja, de uma mama). Talvez esse cenário também fosse relevante simbolicamente para a necrópole da Aboboreira e explique a sua grande dimensão. Essa forma talvez estivesse associada ao elemento feminino e à Terra e o dólmen, encoberto pelas mamoas, a um útero materno.... Quem sabe?
[editar] Ligações externas
- Serra da Aboboreira - o último bastião selvagem do distrito do Porto
- Museu Municipal de Baião
- Escavação da mamoa 1 de Outeiro de Gregos
- Escavação da mamoa 1 de Outeiro de Gregos - Estampas
- Estação arqueológica do tapado da Caldeira
- Estação arqueológica do tapado da Caldeira - Estampas
- A mamoa 1 de Chã de Carvalhal
- Documento galego
- Pesquisa de Sítios Arqueológicos IPA - pesquisar sítios arqueológicos em Baião, Amarante e Marco de Canaveses