Serra de Montemuro

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Nota: Se procura pela parónima Montejunto, consulte Serra de Montejunto.

Serra de Montemuro
Altitude: (em metros)	1.382 (4.534 pés)
Proeminência: (em metros)	833
Localização:	norte do distrito de Viseu

A Serra de Montemuro é a oitava maior elevação de Portugal Continental, com 1382 metros de altitude. Situa-se nos concelhos de Cinfães, Resende e Castro Daire (distrito de Viseu) e entre as regiões do Douro Litoral e da Beira Alta.

A altitude média é de 838 metros. Está compreendida entre o rio Douro, a Norte e o rio Paiva, a sul, confina com a cidade de Lamego. O ponto mais alto da serra é denominado por Montemuro, a 1.381 metros de altitude. Toda a serra tem bastante relevo e é íngreme praticamente de todos os lados. A serra é povoada até cerca dos 1.100 metros de altitude, as aldeias encontram-se espalhadas por toda a serra, mas quase sempre perto de cursos de água.

[editar] Fauna e flora

A Serra de Montemuro, faz parte da 1ª fase da lista nacional de sítios da rede natura 2000. Está classificada como BIÓTOPO CORINE, com designação de Serra do Montemuro/Bigorne. Na descrição que o Instituto da Conservação da Natureza faz, destaca-se a sua importância por se tratar de uma serra com uma grande biodiversidade, resultado do bom estado de conservação dos tipos de habitat que aí encontram representação – alguns deles de considerável valor conservacionista, como as turfeiras activas (habitat prioritário) e por também apresentar uma vasta comunidade de vertebrados, da qual fazem parte inúmeras espécies com estatuto de ameaça, como o lobo (Canis lupus), consta que existiu no passado, mas hoje não existe qualquer vestígio disso, apenas testemunhos de pessoas, como por exemplo: “Por aqui havia muito lobo, quando havia muito gado e isso é que segurava o lobo na serra. Agora não se tem constado que por aí haja. A serra tem pouco mato para eles se esconderem, pouca caça e pouco gado, para se alimentarem. Por aqui já não há” Existe praticamente em toda a serra, aves, como por exemplo: as perdizes (Alectoris rufa), galinholas (Scolopax rusticola), águia de asas redondas (Buteo buteo), pombo trocaz (Columba palumbus), melro preto (Turdus merula), mocho orelhudo (Otus scops), tentilhão comum (Fringilla coelebs), estorninho preto (Sturnus unicolor), rouxinol comum (Luscinia megarhynchos), mas para além destas aves existe muitas outras, mas estas são as que mais se vêm, e são as mais comuns na serra. Em toda a serra são predominantes alguns mamíferos, como os pequenos ratos (Crocidura sp.), a toupeira (Talpa occidentalis), o coelho bravo (Oryctolagus cuniculus), a fuinha (Martes fuina), a lebre (Lepus granatensis) e a raposa (Vulpes vulpes), javali (Sus scrofa), doninha (Mustela nivalis), texugo (Meles meles), estes são os mais predominantes, mas existe outros. Ao javali, organizam caçadas para o abater, mas pelo que consta são ilegais. O réptil que mais predomina na serra é a víbora cornuda (Vipera latasti), é um réptil ofídio, venenosa, o seu cumprimento não vai além dos 50 cms e conta-se entre as espécies do velho mundo. A sua mordedura é dolorosa e venenosa, podendo levar a morte em poucas horas. Há mais de um quarto de século que os “caçadores de víboras” não param de as procurar, a sua captura tem como finalidade ganhar dinheiro. Da víbora só aproveitam a cabeça que rende actualmente entre 15.00€ a 30.00€ cada.

A flora de toda a Serra de Montemuro é bastante complexa. Nas encostas da serra, mas praticamente no fundo da serra predomina o pinheiro (Pinus pinaster), acompanhado do carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o castanheiro (Castanea sativa), este nunca aparece acima dos 1.000 metros. Nas margens dos ribeiros predomina o amieiro (Alnus glutinosa), o salgueiro (Salix spp.), a borrazeira branca (Salix salvofolia), a borrazeira preta (salix atrocinerea) e o freixo (Fraxinus angustifolia). Na “Crista da Serra” acima dos 1000 metros, apresenta uma vegetação arbustiva, onde predomina o tojo (Ulex spp) e as urzes, como a urze vermelha (Erica australis), a urze branca (Erica arborea), a queiró (Erica umbellata), sargaço branco (Cistus psilosepalus), a giesta branca ou giestas das serras (Cytisus multiflorus), e os fetos (Asplenium spp.). A carqueja (Pterospartum tridentatum), encontra-se por toda a serra, mas é mais ferquente no lado Sul onde chega a ocupar grandes espaços. Existe uma espécie pouco vulgar nesta região, que é o piorno bravo (Echinospartum lusitanicum), é uma espécie vulnerável, encontra-se a 1317 metros de altitude, na parte sul da Serra, e encontra-se ainda a 1370 metros. Esta espécie floresce no início do mês de Junho. As espécies arbóreas variam consoante a formação geológica, como por exemplo, o azevinho (Ilex aquifolium), que é uma espécie rara e protegida, o amieiro e o salgueiro. Existem factores que têm vindo a destruir pouco a pouco a fauna e flora, desta serra, esses factores são: • O fogo constitui um dos factores de degradação das zonas florestais causando danos graves na vegetação. • As queimadas, utilizadas de forma sistemática e incorrecta, levam também à destruição do coberto vegetal espontâneo, favorecendo a erosão e o desaparecimento de biótopos característicos. • A colheita de espécies botânicas por coleccionadores (as mais raras) e por laboratórios (as de carácter medicinal). • O sobrepastoreio, praticado pelo gado caprino, compromete a regeneração de algumas espécies de vegetação autóctone. • A caça furtiva exerce-se por meios ilegais, sendo eliminadas espécies cinegéticas e não cinegéticas. • A utilização de áreas protegidas para percursos todo-o-terreno, danifica o coberto vegetal. • A ausência de fiscalização permite o uso de técnicas e meios ilegais de pesca, capturando indivíduos de tamanho inferior à medida legal. • A instalação de um parque de energia eólica.