Smendes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Smendes foi o fundador da XXI dinastia egípcia, cuja capital seria Tânis na região oriental do Delta do Nilo. Reinou entre 1069 e 1043 a.C.. no começo do Terceiro Período Intermediário.
O nome egípcio deste faraó era Nesubanebdjed, mas este tornou-se mais conhecido pela forma grega do nome, Smendes. Este nome estava relacionado com o culto do deus carneiro em Mendes, cidade próxima de Tânis. O seu prenome (ou nome de nascimento) foi Hedjkheperré-Setepenré, o que significa "Brilhante é a forma de Ré - Escolhido por Ré".
As origens familiares deste faraó são desconhecidas. Smendes começou por ser o vizir do norte do faraó Ramsés XI, último representantes da XX dinastia. Nesta condição administrava a região do Delta do Nilo ou Baixo Egipto. Quando Ramsés XI faleceu, sem deixar herdeiros, Smendes declarou-se rei. Era casado com uma filha de Ramsés XI, Tentamon, o que pode ter facilitado a legitimação do seu poder.
Smendes transferiu a capital do Egipto de Pi-Ramsés para Tânis, tendo os materiais usados para erguer os monumentos da nova capital sido retirados de Pi-Ramsés. O faraó viveu também durante algum tempo em Mênfis.
Na sua época o Egipto não se encontrava unificado, exercendo Smendes a soberania apenas sobre o norte. No sul governavam os sumo-sacerdotes de Amon, que apesar de aceitarem teoricamente a soberania de Smendes, eram na prática os governantes naquela região do país.
O legado de monumentos deixado por este faraó é escasso. Sabe-se que Smendes promoveu obras de conservação dos templos de Karnak e de Luxor.
Smendes é mencionado num clássico da literatura do Antigo Egipto, A Desventura de Uenamon. Esta obra relata as aventuras do funcionário tebano homónimo na sua viagem até ao Líbano para obter madeira de cedro. Apesar das vicissitudes, o objectivo é alcançado, sendo Uenamon recompensado por Smendes.
Smendes foi sepultado em Tânis, mas até hoje o seu túmulo não foi descoberto. Relacionado com a sua morte apenas se conhecem dois vasos canópicos. Foi sucedido por Amenemnesu, filho de Herihor, que se julga ter tido um co-regência com Psusennes I.