Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz
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A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz e Opus Dei é uma associação de clérigos intrinsecamente unida ao Opus Dei. É composta pelos sacerdotes da Prelazia - que são seus sócios natos - e por outros padres e diáconos diocesanos. Não é uma ordem religiosa, no sentido técnico-canônico da expressão e nem a elas se equipara ou equivale.
A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz e Opus Dei foi fundada por São Josemaría Escrivá em 14 de fevereiro de 1943 que a "viu" durante a missa que celebrava neste dia. Os três primeiros sacerdotes do Opus Dei foram: Álvaro del Portillo, José María Hernández de Garnica e José Luis Múzquiz, que foram ordenados no dia 25 de junho de 1944, por D. Leopoldo Eijo y Garay, bispo de Madrid-Alcalá.
Os clérigos diocesanos que se filiam à sociedade propõem-se receber ajuda espiritual para alcançar a santidade no exercício do seu ministério, segundo a ascética própria do Opus Dei. O seu ingresso na sociedade não implica incorporação (incardinação) ao corpo de sacerdotes (presbitério) da Prelazia, continua vinculado à sua própria diocese e dependendo exclusivamente do respectivo bispo e somente a ele presta contas do seu trabalho e atividades pastorais.
Do sacerdote diocesano que pretende ingressar na sociedade é exigido amor à diocese e união aos demais membros do clero da diocese, fidelidade ao seu ministério, obediência e veneração ao seu bispo, estudo da ciência sagrada, zelo pelas almas, esforço para cumprir com o máximo de perfeição as suas tarefas e encargos ministeriais e espírito de sacrifício. As atividades espirituais e formativas dos sócios da sociedade não interferem com o ministério que lhes é destinado pelo respectivo bispo diocesano.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Presbyterorum ordinis, n. 8, favorece a formação deste tipo de associação sacerdotal, também o Código de Direito Canônico da Igreja Católica, no cânone 278, em três parágrafos estabelece: o reconhecimento formal e genérico do direito de associação dos clérigos seculares; favorece positivamente a formação de associações sacerdotais que fomentem uma vida de santidade de seus integrantes, através do ministério, da união com os demais sacerdotes e com o próprio bispo e, finalmente, desaprova aquelas que tenham por fim atividades incompatíveis com o status sacerdotal ou que sejam constituídas mais como grupo de pressão perante a hierarquia eclesiástica.
No Breve Apostólico da Beatificação do Venerável Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer, Sacerdote, Fundador do Opus Dei está dito a respeito da Sociedade Sacerdotal:
Em 1943, mediante uma nova graça fundacional que recebe durante a celebração da Missa, nasce, dentro do Opus Dei, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, na qual se poderão incardinar os sacerdotes que procedam dos fiéis leigos do Opus Dei. O facto de pertencerem plenamente ao Opus Dei tanto sacerdotes como leigos, bem como a cooperação orgânica de uns com os outros nos seus apostolados, são características próprias do carisma fundacional, que a Igreja confirmou em 1982, ao determinar a sua definitiva configuração jurídica como Prelatura pessoal. No dia 25 de Junho de 1944 recebem a ordenação sacerdotal três engenheiros, entre eles Álvaro del Portillo, futuro sucessor do Fundador na direcção do Opus Dei. Com o decorrer do tempo, serão quase mil os leigos do Opus Dei que o Beato Josemaría conduzirá ao sacerdócio.
A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, intrinsecamente unida à Prelatura do Opus Dei, promove também, em plena sintonia com os Pastores das Igrejas locais, actividades de formação espiritual para sacerdotes diocesanos e candidatos ao sacerdócio. Os sacerdotes diocesanos também podem fazer parte da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, mantendo inalterada a sua pertença ao clero das respectivas dioceses.
A sociedade é presidida pelo Prelado do Opus Dei, atualmente D. Javier Echevarría, sucessor de D. Álvaro del Portillo.
[editar] Bibliografia
- Código de Direito Canõnico, anotado. (Tradução de José A. Marques). Braga: Edições Theologica, 1997.
- LE TOURNEAU, Dominique. O Opus Dei. Lisboa: Rei dos Livros, 1990 (t.o.: L'Opus Dei, Paris, 1985).