Taça Libertadores da América de 1983
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O campeão da Taça Libertadores da América do ano de 1983 foi o Grêmio Football Porto Alegrense, time brasileiro que conquistou esse título também no ano de 1995.
POR DIVINO FONSECA
Com o rosto sangrando, os pés enterrados no gramado barrento, De León ergueu a bela Taça Libertadores da América e recusou um pedido para que sorisse - enquanto o Olímpico, vazio apenas num canto até há pouco ocupado por 4 mil torcedores do Peñarol, chegava ao delírio.
Próximo dali, no meio de outro bolo, Tita, com o supercílio aberto, sujava de sangue a lapela do paletó do presidente Fábio Koff num abraço apertado e depois se agarrava a César, autor do gol da vitória, e gritava-lhe, chorando: 'Português, Português, você é demais!'
É assim, com sangue, suor e lágrimas, que se ganham os grandes títulos. Titulares e reservas corriam e saltavam por todas as partes do campo, amalucados, enquanto a torcida entoava seu novo canto:
'Grêeeemio, Grêeeemio, nós somos campeões da América!' Sim, aqueles 2x1 sobre o Peñarol, na noite da quinta-feira passada, tinham dado ao Grémio o inédito - e saborosíssimo, pois conquistado na cidade do Internacional - título de campeão da Libertadores.
Pensou-se que o gol de Caio, logo aos 10 minutos, era o início de uma festa. Mas o Peñarol fez valer a sua raça, dominou e furou o heróico bloqueio tricolor aos 25 do segundo tempo - uma cabeçada mortal de Morena. Só que o sangue de De León e Tita não tinha sido derramado em vão: a obstinação dos jogadores, e talvez até os fluidos dos corações de 70 mil gremistas empurrando o time para o gol de César.
'Ganhei a Libertadores com o Nacional em 1980, mas agora tenho a maior alegria da minha vida', abria-se De León, que em honra dela acabaria cortando a barba de três anos e meio. 'Maior porque ganha em cima de um campeão do mundo, o Peñarol, que aliás sempre foi meu freguês'.
Pouco depois, o sempre calmo De León enfurecia-se: "Tirem esse cara daqui", gritava nos vestiários apontando Camelinho, um histórico torcedor que anda unido a dirigentes da oposição.
Tão alegres, tão soltos estavam todos, que Fábio Koff, um circunspecto juiz de direito, soltou gargalhadas quando Renato lhe atirou água portado o corpo e enfiou-lhe o balde na cabeça. Em outro canto, Osvaldo vibrava sozinho, e nem tanto pelo bicho de 5 milhões, explicava ele: 'Amigo, sabe quais eram os títulos que eu tinha até hoje? Três vices com a Ponte Preta.'
Perto dele, um repórter mais exigente apontava-o como o único jogador do Grémio que tentara praticar bom futebol, bem como nos tempos da Ponte, e que os outros só mostraram raça. Mas calou-se quando outro argumentou: 'E você acha que com futebol bonitinho o time teria ganho a Libertadores?'
Passado a euforia, Tita antevia o futuro. E apostava que o Mundial não será mais difícil do que qualquer jogo da Libertadores: 'O Grémio pode ganhar só na preparação. É só fazer como o Flamengo fez em 1981. Ir para o Japão cinco dias antes para se adaptar ao fuso. E, você sabe, time europeu não é dado a isso.'
Trata-se do novo sonho gremista, que a torcida começou a embalar já naquela madrugada, quando bebeu, cantou e dançou pelas ruas até o sol raiar. Como dizia um deles, cambaleando pela Avenida Érico Veríssimo: 'Os colorados não vão ter do que se queixar. Afinal, o Inter vai ficar conhecido como o outro time da cidade do campeão do mundo.' ==
04/03 Grêmio 1 x 1 Flamengo 22/03 Blooming 0 x 2 Grêmio 25/03 Bolívar 1 x 2 Grêmio 26/04 Grêmio 2 x 0 Blooming 31/05 Grêmio 3 x 1 Bolívar 05/06 Flamengo 1 x 3 Grêmio
Fase Semifinal (triangular):
21/06 Grêmio 2 x 1 Estudiantes 24/06 América 1 x 0 Grêmio 06/07 Grêmio 2 x 1 América 08/07 Estudiantes 3 x 3 Grêmio
Finais:
22/07 Peñarol 1 x 1 Grêmio 28/07 Grêmio 2 x 1 Peñarol
TIME BASE: Mazaropi, Paulo Roberto, Baidek, China, Casemiro e De León, Renato, Oswaldo, Caio, Tita e Tarciso.
Técnico: Valdir Espinosa
Preparador Físico: Ithon Fritzer
Presidente: Fábio Koff
Vice de futebol: Alberto Galia
Libertadores 1983 |
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![]() Grêmio Campeão |