Terreiro do Alaketu
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Terreiro do Alaketu ou Ilé Maroialaji Alaketu Terreiro Ile Mariolaje – Iyalorixá Olga de Alaketu, localizado à Rua Luiz Anselmo, 67 – Matatu, foi fundado no Brasil, em 1616. Existem ainda todos os documentos.
As primeiras donas do Alaketu eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado do Ketu. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezasseis anos, quando voltaram para a África.
Casaram com 22 anos anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaketu no dia 8 de Maio de 1616. A dona do Alaketu, que fundou o terreiro, chamava-se Iyá Otampé Ojarê, e a irmã chamava-se Iyá Gogorisa. Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu.
Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas nós as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu. Informação dada por D.Olga de Alaketu
[editar] Tradição
A tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do sec.XVIII. O documento oficial mais antigo ligado à casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867.
A tradição diz que o terreiro foi fundado por uma africana originária de ketu, no Daome, que veio para o Brasil com a idade de 9 anos, recebeu o nome de Maria do Rosário. Seu nome africano era Otampé Ojaro. A roça foi consagrada a Oxossi – um dos antigos e principais orixas de Ketu – e a casa de culto construída na roça foi dedicada a Osumare.
Otampe Ojaro a fundadora e primeira mãe do Alaketu era filha de Osumare, orisa nago intimamente associado ao arco-íris. Conta a tradição da casa que foi este orisa quem se apresentou no mercado de escravos “na figura de um senhor de posses, alto e simpático” e comprou Otampe Ojaro e sua irmã gémea que com ela viera, alforriando-se em seguida. Otampe Ojaro voltou mais tarde para África onde se casou com Baba Laji em nome de branco “Porfírio Regis”.
Voltou então Otampe Ojaro á Bahia onde comprou o terreno da roça – “por seis patacas” – e fundou o terreiro a que deu o nome de Ilé Maroialaji. A tradição da casa fala no rapto das duas irmãs “em um riacho perto de ketu” pelos daomeanos numa das suas incursões predatórias.
A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem “a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa”.
O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Ketu e de onde ainda são escolhidos os Alaketu, num sistema rotativo. Por Vivaldo da Costa Lima.