Tratado de Petrópolis
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O estado do Acre era,no início do séc.XX,uma região pertencente à Bolívia que vinha sendo ocupada por seringueiros brasileiros em plena época de expansão da economia de extração da borracha. Para resolver a tensão que se agravava, o Barão do Rio Branco dirigiu as negociações que resultaram no Tratado de Petrópolis (1903),pelo qual o Brasil adquiriu o Acre indenizando a Bolívia com a quantia de 2 milhões e libras esterlinas.Em contrapartida,cedia algumaas terras no Mato Grosso e se comprometia a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para escoar a produção boliviana pelo rio Amazonas.
[editar] Antecedentes
A região que corresponde ao atual estado brasileiro do Acre era uma possessão da América espanhola, de acordo com o Tratados Hispano-Portugueses de 1750 (Tratado de Madrid), 1777 (Santo-Ildefonso) e 1801 (Badajoz). Havia naquela região uma busca intensa por látex, que fez gerar conflitos fronteiriços. Os seringueiros do Brasil subiram os rios Purus e Acre e ocuparam os afluentes desses rios, estimulando assim o povoamento desta região.
Com a Comissão Demarcadora de Limites, ocorrida em 1898, e após as independências da América Latina, o Brasil reconheceu aquela zona como boliviana através do tratado de limites. No entanto, a região é de difícil acesso, e não houve efetiva ocupação boliviana.
O tratado determinava que a fronteira entre Brasil e Bolívia seria definida por uma linha reta entre a foz do rio Abunã no rio Madeira e a nascente do rio Javari, ainda desconhecida. Portanto, a fronteira estava determinada, mas não era definitiva. Algumas missões encarregadas de determinar a nascente do Javari não tiveram sucesso, enquanto a ocupação daquela parte do território boliviano por seringueiros brasileiros (em sua maioria, nordestinos fugindo da seca) era um fato.
[editar] Pontos mais importantes
O tratado estabeleceu definitivamente as fronteiras entre Brasil e Bolívia, compensando a anexação do Acre por meio da cessão de pequenos territórios próximos à foz do rio Abunã (numa região próxima ao Acre) e na bacia do rio Paraguai, do pagamento da quantia de 2 milhões de libras esterlinas, o correspondente a, atualmente, 630 milhões de reais.
Como a Bolívia ficou, após guerra com o Chile, sem saída para o mar, dois artigos do Tratado de Petrópolis obrigaram a Brasil e Bolívia a estabelecer um Tratado de Comércio e Navegação que permitisse a Bolívia usar os rios brasileiros para alcançar o oceano Atlântico. Além disso, a Bolívia poderia estabelecer alfândegas em Belém, Manaus, Corumbá e outros pontos da fronteira entre os dois países, assim como o Brasil poderia estabelecer aduanas na fronteira com a Bolívia.
O Brasil foi obrigado, ainda, a construir uma ferrovia "desde o porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no Mamoré", com um ramal que chegasse em território boliviano. Era a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Por fim, o Brasil se obrigava a demarcar a nova fronteira com o Peru. A licitação para a ferrovia foi realizada em 1905, as obras iniciadas em 1907 e concluídas em 1912.
Além disso o governo brasileiro deu dois cavalos brancos como presente ao presidente da Bolívia.