Vinhais
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Brasão | Bandeira |
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Gentílico | Vinhaense |
Área | 694,68 km² |
População | 10 646 hab. (2001) |
Densidade populacional | 15,33 hab./km² |
Número de freguesias | 35 |
Fundação do município (ou foral) |
1253 |
Região | Norte |
Sub-região | Alto Trás-os-Montes |
Distrito | Bragança |
Antiga província | Trás-os-Montes e Alto Douro |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | 20 de Maio |
Código postal | 5320 Vinhais |
Endereço dos Paços do Concelho |
Rua das Freiras 5320-326 Vinhais |
Sítio oficial | http://vinhais.com.sapo.pt |
Endereço de correio electrónico |
|
Municípios de Portugal |
Vinhais é uma vila portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e subregião do Alto Trás-os-Montes, com cerca de 2 400 habitantes.
É sede de um município com 694,68 km² de área e 10 646 habitantes (2001), subdividido em 35 freguesias. O município é limitado a norte e oeste pela Espanha, a leste pelo município de Bragança, a sul por Macedo de Cavaleiros e Mirandela e a oeste por Valpaços e Chaves .
[editar] População
População do concelho de Vinhais (1801 – 2004) | ||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2004 |
6084 | 10697 | 19842 | 19525 | 26577 | 16142 | 12727 | 10646 | 10051 |
[editar] Freguesias
As freguesias de Vinhais são as seguintes:
- Agrochão
- Alvaredos
- Candedo
- Celas
- Curopos
- Edral
- Edrosa
- Ervedosa
- Fresulfe
- Mofreita
- Moimenta
- Montouto
- Nunes
- Ousilhão
- Paçó
- Penhas Juntas
- Pinheiro Novo
- Quirás
- Rebordelo
- Santa Cruz
- Santalha
- São Jomil
- Sobreiró de Baixo
- Soeira
- Travanca
- Tuizelo
- Vale das Fontes
- Vale de Janeiro
- Vila Boa de Ousilhão
- Vila Verde
- Vilar de Lomba
- Vilar de Ossos
- Vilar de Peregrinos
- Vilar Seco de Lomba
- Vinhais
[editar] História
A ocupação humana deste território data de tempos ancestrais, tal como se pode verificar pelos inúmeros vestígios arqueológicos que se podem encontrar nesta região: inscrições rupestres, edificações de tipo dolménico e fortificações castrejas. Esta antiguidade é reiterada pelo Abade de Miragaia:
O chão desta vila e desta paróquia foi ocupado desde tempos remotíssimos, como se infere da lenda ou história da igreja de S. Facundo, que a tradição diz ter sido fundada no tempo dos Godos. (...) Também por aqui se demoraram os Romanos, pois ao norte da vila, no monte da Vidueira, se encontraram em 1872 muitas moedas romanas bem conservadas (...).
Perto de Vinhais foi encontrada uma lápide com a seguinte inscrição: JOVI / O.M. / LOVIIS / IAIIX / VOTO / LAP (Lovesia dedicou por voto e com generoso ânimo ao grande Júpiter).
Em meados do século XIII surgiu, pela primeira vez, a referência a Vinhais, num documento de doação ao mosteiro leonês de São Martinho da Castanheira: in villa que vocitant Villar de Ossus in territorio Vinales. Nesta época, Vinhais não era um topónimo, mas sim um coronómio, visto que designava uma região, um território e não um lugar determinado.
Pensa-se que a primeira povoação de Vinhais foi construída num outeiro, próximo da margem direita do rio Tuela, mais a norte do sítio actual, ou no monte da Vidueira, ou, ainda, no monte Ciradela ou Ciradelha, na Serra da Coroa. Estas suposições justificam-se pelo aparecimento de moedas romanas, vestígios de edificações da antiga cidade romana de Veniatia e da estrada militar romana que ligava Braga a Astorga (Asturica Augusti).
Vinhais foi, primitivamente, um castro de povoamento lusitano, transformado pelos romanos em castro luso-romano, com a sua fortaleza (oppidum). Certamente, os suevos ou os visigodos cercaram a localidade de muralhas e, com a expulsão dos muçulmanos, Vinhais ficou arrasada, tendo sido repovoada na época da dominação dos reis de Castela e Leão (D. Sancho II e D. Afonso VI). Este repovoamento foi continuado pelos primeiros reis portugueses, nomeadamente com D. Afonso Henriques, D. Sancho I (O Povoador), D. Afonso II e D. Sancho II.
Vinhais recebeu foral de D. Afonso III, no dia 20 de Maio de 1253, o qual foi outorgado pelo monarca D. Manuel I, em 4 de Maio de 1512.
Quando D. João I de Castela invadiu Portugal, em 1384, devido à crise de sucessão suscitada pela morte de D. Fernando, o castelo de Vinhais foi um dos muitos que hastearam a bandeira castelhana, recusando, assim, obediência ao Mestre de Avis, futuro D. João I de Portugal.
No século XVII, Vinhais sofreu bastante com a Guerra da Restauração, devido à sua localização geográfica, tal como conta Pinho Leal, na célebre obra Portugal Antigo e Moderno:
Em 1666, achando-se em Lisboa o III conde de S. João da Pesqueira (futuro 1º Marquês de Távora, criado por D. Pedro II Regente, de 7 de Janeiro de 1670), governador de Entre Douro e Távora (...). entretanto, o general galego D. BALTAZAR PANTOJA, pôs a ferro e fogo a província de Trás-os-Montes. Em 1 de Julho 1666 entrou por Montalegre, no dia 13 de Julho caíu sobre Chaves, no dia 14 de Julho os lugares de Faiões e Santo Estêvão, defendidos pelo sargento-mór ANTÓNIO DE AZEVEDO DA ROCHA, cometendo barbaridades. Recolhendo-se D. BALTAZAR PANTOJA a Monterey, praça galega ao Norte de Verim, e passados poucos dias volveu sobre Portugal, entrando por Monforte, veio pôr cerco a Vinhais, cercando com o seu exército o castelo, que era defendido pelo governador ESTÊVÃO DE MARIS, com os habitantes da vila e mais 50 auxiliares.
Este acontecimento ficou eternizado numa inscrição que, ainda hoje, se pode ver na parede de uma casa que o defensor de Vinhais (Estêvão de Maris) fez:
ESTÊVÃO DE MARIS, GOVERNADOR DES / TA VILA DE VINHAIS, Fº DE Rº DE MORAIS DE TIO / ZELO, MANDOV FAZER ESTAS CASAS / NA E. DE MDCCVI (?) QUANDO PANTOXA / G L DO EXÉRCITO DE GALIZA COM O / MAIOR Q. SE VIO NESTA PROVÍNCIA / E LHE DEFENDEO A MURALHA CÕ / A GENTE NOBRE DA VILA E POV / QVA MAIS DE GRÃ E CÕ PERDER MVTÃ / LEVANTOU O SITIO E QUEIMOU AS / CASAS QUE FICAVÃO FORA DA MVRALHA
Actualmente, Vinhais distingue-se pelas suas paisagens verdejantes, o que originou a designação Sintra Transmontana.