Afonso de Portugal, 2º conde de Vimioso
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Afonso de Portugal, 2º conde de Vimioso. Nasceu em 1519 e morreu em Ãfrica em 1579.
Senhor das vilas de Aguiar, de Vimioso e de Vimieiro, alcaide-mor desta vila; comendador e alcaide-mor de Tomar, de Pias, e doutras localidades; e pelo seu casamento senhor da capitania de Machico, ilha da Madeira, etc.
Seguiu a carreira das armas, dedicando-se também muito à s belas letras, com distinção, especialmente no estudo da lÃngua latina. Aos 16 anos, alcançou licença de D. João III de Portugal para, com outros fidalgos, acompanhar o infante D. LuÃs que partia secretamente para a expedição de Tunis, onde o imperador Carlos V tentava tomar de assalto o castelo de Goleta, o que conseguiu, apesar da tenaz resistência. Carlos V o recebeu com atenções, e reconhecendo os merecimentos de sua casa, o distinguiu com a especial demonstração de o mandar entrar no seu conselho de guerra; quis que se instruÃsse ouvindo os votos de tantos homens já bem experimentados na vida militar.
Aos 25 anos, o rei o nomeou do seu conselho, numa carta muito honrosa, escrita em Almeirim a 11 de fevereiro de 1544. Estava D. Afonso destinado pelo Rei a casar com filha do Duque de Bragança D. Jaime, quando, arrastado por ardente paixão, contratou casamento em 1549 com D. LuÃsa de Gusmão, dama da infanta D. Maria, filha e herdeira de Francisco de Gusmão, mordomo-mor da mesma infanta, senhor da capitania da vila de Machico e da de Santa Cruz na ilha da Madeira, as quais dava em dote a sua filha.
A rainha de França D. Leonor, mãe da infanta D. Maria, fez mercê a D. LuÃsa, em muito honroso alvará, de 2.000 cruzados para o casamento, feito em Puisi a 18 de julho de 1547. O contrato do casamento causou dissabor ao Conde seu pai, por abandonar a aliança com os Duques de Bragança, famÃlia mais honrosa e ilustre.
Em 1549, morto o 1º Conde de Vimioso, sucedeu em toda a casa paterna e no tÃtulo, sendo o 2º Conde de Vimioso.
O rei o nomeou vedor da Fazenda, cargo vago por morte do pai, cuja sucessão já lhe estava prometida. Em 1557 havia D. João III determinado que sua irmã a infanta D. Maria passasse a Castela a encontrar-se com a mãe, rainha de França, e nomeou o conde de Vimioso para a acompanhar. Estava tudo pronto com todo o brilhantismo que pedia uma jornada tão especial, quando a partida ficou transtornada pelo falecimento de D. João III em Junho. Sucedeu no trono D. Sebastião de Portugal. Vimioso assistiu ao auto da sua aclamação. Meses depois, D. Catarina, regente, tornou a nomeá-lo para acompanhar a infanta na jornada em visita a sua mãe, mas o Conde se escusou, alegando não estar nessa ocasião habilitado a fazer novas despesas numa jornada tão grandiosa, pela diferença de tempo, porque poucos meses antes, nos preparativos para a jornada que se frustrara, se vira obrigado a empenhar sua casa, de que não recebera remuneração nem despacho.
A rainha lhe mandou propor pelo Duque de Aveiro e pelo secretário Pedro de Alcáçova, uma indenização, oferecendo-lhe o tÃtulo com diversas mercês para seu filho, entre elas as vilas de Vimioso e de Aguiar, de juro e herdade, com as alcaldarias-mores de Tomar e Terena, com a cláusula dele largar o cargo de vedor da Fazenda - o que o Conde não aceitou.
Chegaram a este tempo a Badajoz as rainhas de França e da Hungria, esta cunhada e a outra irmã da regente D. Catarina; com esta notÃcia era urgente apressar a jornada da infanta. 0 Conde tornou a escusar-se, mandando petição à soberana, alegando estar doente. D. Catarina tanto instou, invocando a memória de seu pai, que, vassalo dedicado ao defunto Rei, o Conde viu-se obrigado a aceitar a missão, e a rainha satisfeita mandou o seu secretário Pedro de Alcáçova escrever-lhe, da sua parte, que muito lhe agradecia a resolução.
Com a actividade de que era dotado, o Conde em pouco tempo conseguiu formar luzida comitiva e, apesar de coberta de luto pelo falecimento do Rei, foi grande seu aparato e magnificência. Voltaram no ano seguinte com a infanta, que o Conde a muito custo persuadiu a regressar a Portugal, porque queria ficar na companhia de sua mãe.
Assistiu nas primeiras cortes de D. Sebastião em ei, foi dos consultados sobre o casamento, consulta que o R fez por uma carta em que lhe dava conta do que se passava, querendo seu parecer; escrita Lisboa em 10 de outubro de 1567. Em 1567 D. Sebastião, por alvará passado em Almeirim a 19 de fevereiro, lhe fez mercê de que os seus servidores das vilas de Vimioso e de Aguiar da Beira pudessem assistir fora delas, não passando de 6 léguas; por outro alvará de Lisboa, de 20 de setembro de 1564, lhe tinha feito a mercê especial de poder caçar um dia cada semana às lebres com dois galgos e às perdizes com um açor. Por outro alvará, de Leiria de 8 de setembro de 1569 lhe concedeu aposentadoria e tudo que lhe fosse preciso para as suas jornada.
Tomando D. Sebastião posse do governo em 1568 Vimioso continuou no mesmo lagar de vedor da Fazenda, que servira ao prÃncipe D. João, seu pai, e a D. João III, seu avô. Em 1578, quando o monarca resolveu a sua segunda e tão desastrosa jornada a Ãfrica, Vimioso o acompanhou, levando três filhos: D. Francisco de Portugal, sucessor da sua casa, e D. LuÃs e D. Manuel de Portugal, assistindo todos à batalha de Alcácer Quibir, em Agosto, em que o Conde ficou prisioneiro. Morreu no cárcere.
0 brasão de armas é o antigo da Casa de Bragança e dos Condes de Vimieiro.
Posteridade:
- 1 - D. Francisco II (1550-morto nos Açores), Conde de Vimioso. Esteve em Alcácer Quibir.
- 2 - Ãlvaro (morto em 1582 em Nápoles).
- 3 - João (morto em 1639) Bispo de Viseu.
- 4 - Manoel (morto em 1578 em Alcacer Quibir).
- 5 - Nuno Ãlvares (morto depois de 1625). Casado com Joana de Portugal, sra de Val de Palma. Com posteridade.