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Amin al-Husayni

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Amin al-Husayni.
Amin al-Husayni.

Mohammad Amin al-Husayni (1895-1974), também apelidado de Al-Husseini, foi um líder Nacionalismo árabe-palestino e um líder religioso muçulmano. Membro de uma das famílias muçulmanas mais proeminentes de Jerusalém, as suas posições mais importantes foram as de Mufti e presidente do Conselho Supremo Muçulmano.

Apesar de ser conhecido normalmente como o "Grande Mufti", ou "Grão-Mufti", ele não deteve o título oficialmente. Ele desempenhou um grande papel na elaboração dos primeiros movimentos terroristas árabes que atacaram os sionistas na então Palestina e no recrutamento de muçulmanos para combater ao lado do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Ele tornou-se próximo dos círculos da liderança nazista, fazendo discursos anti-semitas nas rádios árabes e desencadeando operações de recrutamento para eles perto do fim da Segunda Guerra Mundial.

Índice

[editar] Inícios de vida

Em 1913, com 28 anos de idade, Al-Husayni, fez a peregrinação à Meca, (ver Haj).

Antes da Primeira Guerra Mundial, Al-Husayni estudou a lei islâmica por cerca de um ano na Universidade de al-Azhar, no Cairo. Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, em 1914, Al-Husayni ingressou no exército turco, recebendo uma comissão como oficial da artilharia e sendo destacado para a Brigada 47, estacionada na zona da cidade de etnia predominantemente grega de Smirna. Em novembro de 1916, Al-Husayni deixou o exército turco com uma dispensa de três meses e regressou a Jerusalém onde permaneceu até ao fim da guerra. Em 1919, Al-Husayni fez parte do congresso Pan-Sírio que aconteceu em Damasco, no qual ele apoiou o Emir Faisal I do Iraque para Rei da Síria. Nesse ano, Al-Husayni aderiu (possivelmente teria fundado) o clube nacionalista árabe Al-Nadi Al-Arabi (em português: O Clube Árabe) em Jerusalém e escreveu artigos para o primeiro jornal a ser estabelecido na Palestina, o Suriyya al-Janubiyya (em português: Síria do Sul). O Suriyya al-Janubiyya foi publicado em Jerusalém a partir de setembro de 1919 pelo advogado Muhammad Hasan al-Budayri e editado por 'Arif al-'Arif, ambos membros proeminentes do Al-Nadi Al-Arabi.

Até finais de 1921, Al-Husayni pregava, sobretudo o Pan-Arabismo e a "Grande Síria", que definia a Palestina como uma província do Sul de um estado árabe cuja capital seria Damasco. A "Grande Síria" incluiria segundo esta perspectiva, os territórios do que hoje são a Síria, o Líbano, a Jordânia e Israel. A luta pela "Grande Síria" sofreu um colapso após o Reino Unido ter cedido o controle do que hoje são a Síria e o Líbano à França, em Julho de 1920, de acordo com o Acordo Sykes-Picot. O exército francês entrou em Damasco nessa altura, depondo o Rei Faisal e dissolvendo a "Grande Síria".

Após esta evolução, Al-Husayni deixou de se orientar para um pan-arabismo centrado em Damasco para se passar a orientar por uma ideologia nacionalista palestina centrada em Jerusalém.

[editar] Nacionalismo Palestino

Após o Pogrom de abril de 1920 em Jerusalém, no qual cinco judeus do Velho Yishuv (Bairro Judaico) foram massacrados e 211 feridos, o tribunal militar britânico condenou um número considerável de árabes e judeus à penas de prisão por longos anos. Al-Husayni foi condenado à revelia (uma vez que ele já tinha fugido para a Síria) a 10 anos de prisão por acusações de fomento dos tumultos do início de 1920.

Em 1921, a administração militar britânica da Palestina foi substituída por uma administração civil. O primeiro alto comissário, Herbert Samuel, decidiu abandonar as acusações contra Al-Husayni e nomeou-o "Mufti de Jerusalém", uma posição que tinha sido detida anteriormente pelo clã de Al-Husayni desde mais de um século. No ano seguinte, Samuel nomeou-o presidente do recém-formado Conselho Supremo Muçulmano, que controlava os tribunais e escolas muçulmanas e uma grande parte dos fundos angariados por doações de caridade religiosas.

Este método de nomeação estava em consonância com a tradição de então. Durante os anos do domínio pelo Império Turco-Otomano, os clérigos muçulmanos nomeavam três clérigos e o líder temporal secular, o Califa, escolhia entre esses três, aquele que se tornaria o Mufti.

Com a tomada britânica do poder na Palestina, o líder temporal secular passou a ser o "Alto Comissariado". Isto levou à situação extraordinária de um judeu, Herbert Samuel, ter sido escolhido para ser o Mufti. A única diferença foi que nesta situação foram nomeados cinco candidatos em vez de três. Certas pessoas acham que ao continuar a disputa entre os clãs Nashashibi e Husseini, os britânicos pretendiam "dividir para conquistar".

Al-Husayni chegou ao domínio do movimento árabe palestino após um confronto violento com os Nashashibis, o outro clã poderoso de Jerusalém, que tencionava a ser mais moderado e acomodado do que os Husaynis, que eram abertamente anti-britânicos. Durante a maioria do período do Mandato Britânico da Palestina, a luta entre estas duas famílias enfraqueceu seriamente a eficácia dos esforços árabes. Em 1936 eles tomaram uma medida a favor da unidade, ao conseguir que todos os grupos palestinos se juntassem para criar um órgão executivo permanente conhecido como o [Alto Comitê Árabe sob o comando de Al-Husayni.

O comitê convocou uma greve geral, o não pagamento de impostos, o fechamento de governos municipais e exigiu um fim à imigração judaica, à proibição da venda de terra a judeus e à independência nacional. A greve geral resultou numa rebelião contra a autoridade britânica, durando entre 1936 e 1939. Al-Husayni foi o principal organizador da rebelião. (Para mais informações ver: Aqui (em Inglês). Como resultado, os britânicos removeram al-Husayni do cargo da presidência do Conselho Supremo Muçulmano e declararam o Alto Comitê Árabe ilegal. Em outubro de 1937 al-Husayni fugiu para o Líbano, onde reconstituiu o comitê sob o seu domínio. Al-Husayni reteve o apoio da maioria dos palestinos árabes e usou o seu poder para punir os Nashashabis.

Em 21 de julho de 1937, ainda antes de Al-Husseini ter fugido para o Líbano, o Mufti contatou representantes do regime nacional-socialista, procurando cooperação, no consulado geral alemão em Jerusalém. Ele enviou, mais tarde, um agente e representante pessoal à Berlim para discussões com líderes nazistas, nomeadamente o SS Obergruppenfuehrer Reinhard Heydrich, o número dois das SS; seguido de Heinrich Himmler, chefe do Reichssicherheitshauptamt, RSHA (Segurança de Estado) e dos serviços secretos Sicherheitsdienst (SD).

Depois, em setembro de 1937, Heydrich enviou dois oficiais das SS, SS Hauptscharfuehrer Adolf Eichmann e SS Oberscharfuehrer Herbert Hagen numa missão à Palestina, sendo um dos objetivos principais, estabelecer contacto com o Grande Mufti.

Durante este período, Husseini recebeu apoio financeiro e assistência militar da Alemanha Nazista e da Itália Fascista.

Al Husseini fomentou uma campanha internacional árabe para restaurar e melhorar a mesquita conhecida como a Cúpula da Rocha (em árabe: Kubat al-Sakhra), no Monte do Templo. O aspecto presente da paisagem no Monte do Templo foi afetado diretamente pelas atividades de angariação de fundos de Husseini. Ele angariou a vasta quantia necessária para cobrir a Cúpula da Rocha de ouro.

A rebelião forçou os britânicos a fazer concessões substanciais aos árabes em 1939. Os britânicos abandonaram a idéia de estabelecer na Palestina um estado árabe e a imigração judaica continuaria por mais cinco anos (permitindo a imigração de um total de 75.000 Judeus), a imigração posterior dependeria do consentimento árabe. Al-Husayni, no entanto, achou que as concessões não iam longe o suficientemente e repudiou esta nova política.

[editar] Atividades na Segunda Guerra Mundial

Em 1933, poucas semanas depois da chegada ao poder de Adolf Hitler na Alemanha, Al-Husayni contatou o cônsul-geral alemão do Mandato Britânico da Palestina oferecendo-lhe os seus serviços. A oferta de Al-Husayni foi rejeitada no início, dado o receio de interferência com as relações anglo-germânicas ao aliar-se com um líder manifestamente antibritânico.

Em 1938, as relações anglo-germânicas já não eram uma preocupação. A oferta de Al-Husayni foi aceita. As ligações de Al-Husayni ao regime nazista foram muito boas. Ficando em Berlim, Al-Husayni desempenhou um papel significante da política inter-árabe.

Em 1939, Al-Husayni fugiu do Líbano para o Iraque.

Em Maio de 1940, o Ministério dos Negócios Estrangeiros inglês (British Foreign Office) declinou a proposta do presidente do Vaad Leumi (Conselho Nacional Judaico na Palestina) que propunha o assassinato de Al-Husayni. Mas em novembro desse ano, Winston Churchill, aprovou o plano. Em maio de 1941, vários membros do Irgun, incluindo o seu líder David Raziel, foram libertados da prisão e fugiram para o Iraque com esse objetivo. A missão foi abandonada quando Raziel foi morto por um avião alemão em Mattar.

Em 1941, após ter organizado um golpe de estado pró-nazista no Iraque que não teve sucesso, Al-Husseini fugiu para a Europa, vestido de mulher, em violação da lei islâmica. Ele encontrou-se com Joachim Von Ribbentropp e foi oficialmente recebido por Adolf Hitler, em 28 de Novembro de 1941, em Berlim. O Reichsfuehrer-SS Heinrich Himmler fez de Al-Husseini um SS Gruppenfuehrer. O regime nazista estabeleceu para "der Grossmufti Von Jerusalem" um escritório pessoal a partir do qual ele organizava o seguinte:

  • Propaganda na rádio a favor da ideologia nazista;
  • Espionagem e atividades de subversão em regiões muçulmanas da Europa e do Oriente Médio;
  • Formação de escolas e centros de treino militar para imanes muçulmanos e mulás, que deveriam acompanhar as unidades muçulmanas da SS e Wehrmacht.

Logo após a chegada à Europa, o Mufti estabeleceu contatos com os líderes muçulmanos da Bósnia e da Albânia. Ele iria passar o resto da guerra organizando e motivando os muçulmanos em apoio da Alemanha Nazista.

No início de 1943, Al-Husayni teve um importante papel na organização, formação e integração de muçulmanos da Bósnia em várias unidades das Waffen SS e outras unidades.

A maior foi a 13a Divisão "Handschar" (21.065 homens), que conduziu operações contra os comunistas nos Bálcãs, a partir de fevereiro de 1944. Foi responsável por atrocidades praticadas contra civis, em especial prisioneiros judeus.

A Divisão 21 "Kama" (3.793 homens) não chegou a ter força operacional e foi desmontada após cinco meses, sendo o seu pessoal transferido para outras unidades.

Unidades adicionais incluem um regimento muçulmano SS de autodefesa na região de Rashka (Sandzak) da Sérvia, a Legião Árabe (Arabisches Freiheitskorps), a Brigada Árabe e o Ostmusselmanische SS-Regiment.

[editar] Atividades no Pós-Guerra

Após a guerra, Al-Husayni foi preso por pouco tempo na França, mas escapou e recebeu exílio no Egito. Grupos sionistas fizeram uma petição aos britânicos para que ele fosse processado e julgado como um criminoso de guerra. Os britânicos declinaram, em parte porque eles consideravam as provas insuficientes, mas também porque tal decisão iria gerar problemas adicionais na Palestina e Egito, onde Al-Husayni ainda era popular. A República Socialista da Iugoslávia também pediu a sua extradição, sem sucesso.

Em 1948, Al-Husayni foi declarado o presidente do governo palestino da [[Faixa de Gaza[[. Em 1 de Outubro, foi declarado um estado independente da Palestina em toda a Palestina, tendo Jerusalém como capital. Este governo foi reconhecido pelo Egito, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita, e Yemen, mas não pela Jordânia ou por qualquer outro estado não-Árabe. O seu governo estava totalmente dependente do Egito. O Egito anulou o governo palestino por decreto em 1959. O fracasso desta iniciativa e a falta de credibilidade de Al-Husayni devido ao seu colaboracionismo com as forças do Eixo são fatores que enfraqueceram o Nacionalismo Árabe Palestino nos anos de 1950.

Al-Husayni morreu em Beirute, Líbano em 1974. Ele desejou ser enterrado em Jerusalém, mas o governo israelense recusou este pedido.

[editar] Referências

Em Inglês

  • P. Mattar, Al-Husayni and Iraq's quest for independence, 1939-1941, Arab Studies Quarterly 6,4 (1984), 267-281.
  • R. Khalidi, The Formation of Palestinian Identity: The Critical Years, 1917-1923, Rethinking Nationalism in the Arab Middle East, Israel Gershoni and James Jankowski, editors

[editar] Amin al-Husseini

Em 1941, Haj Amin al-Husseini, que foi apontado o Grand Mufti de Jerusalém pelos Britânicos e era o líder Árabe na Palestina durante o Mandato Britânico, voou para a Alemanha. Ele se instalou como Primeiro Ministro no Exílio de um governo Árabe pró-Nazista e dava USD$10.000,00 por mês para fundar as Atividades Islâmicas Nazistas no mundo Árabe. A comunidade Árabe-Islâmica na Alemanha o chamou de "The Führer do mundo Árabe”.

Uma vez na Alemanha, ele presenteou Hitler com 15 rascunhos de declarações que ele queria que o Eixo adotasse. Estas declarações buscavam suporte nazista para o extermínio de Judeus na Palestina por Árabes Palestinos. Quando Hitler e al-Husseini se encontraram em Novembro de 1941, Hitler se recusou a emitir uma proclamação oficial em apoio aos Palestinos, mas deu sua palavra ao Mufti que a Alemanha compartilhava o desejo da Palestina em varrer os Judeus do Oriente Médio e prometeu que quando a Alemanha conquistasse o Cáucaso, eles exterminariam os judeus palestinos.

Em troca, o Mufti esteve muito ativo durante a Segunda Guerra Mundial, lutando pela causa nazista.

  1. Ele instituiu a propagada de rádio em favor da Alemanha nazista – Após a vitória dos aliados em El Alamein, Egito, Husseini respondeu com uma transmissão em árabe "Levantem-se, Oh filhos da Arábia! Lutem pelos seus direitos sagrados. Matem os judeus onde quer que você os encontre. O sangue deles derramado agrada Ala, nossa historia e religião. Isto vai salvar nossa honra”. Durante a guerra Husseini fez transmissões similares em apoio aos nazistas regularmente.
  2. Ele espionou as regiões muçulmanas da Europa e do Oriente Médio para a causa nazista.
  3. Ele ajudava os campos de extermínio. Nos últimos anos da guerra, Husseini estava profundamente envolvido com os altos escalões do poder nazista. Então, quando a Cruz Vermelha se ofereceu para mediar com Adolf Eichmann em um negócio de trocas de prisioneiros de guerra envolvendo a libertação de cidadãos alemães em troca de 5.000 crianças judias que seriam enviadas da Polônia para o campo de extermínio de Theresienstadt, Husseini interveio diretamente com Himmler. A troca foi cancelada. Nos Julgamentos de Nuremberg, o deputado de Adolf Eichmann, Dieter Wisliceny (executado em seguida como criminoso de guerra), testemunhou que "O Mufti tinha sido um dos iniciadores da exterminação sistemática dos judeus europeus e que tinha sido um colaborador e conselheiro de Eichmann e Himmler na execução deste plano. Ele foi um dos melhores amigos de Eichmann e o incitou constantemente a acelerar as medidas de execução. Assim eu o ouvi dizer, acompanhado de Eichmann, quando visitava em sigilo a câmara de gás de Auschwitz”. Na verdade, Husseini tinha seus próprios planos de construir campos de extermínio, modelados com base em Auschwitz, perto de Nabos.
  4. A formação de Waffen SS muçulmanas e unidades Wehrmacht na Bósnia-Herzegovina, África do Norte e áreas ocupadas pelos nazistas da União Soviética. Ele ajudou sozinho a recrutar 20.000 voluntários muçulmanos para a SS, que participaram na matança de judeus na Croácia e na Hungria. Seus soldados Hanjar, uma companhia especial Waffen SS, participaram no assassinato dos judeus da Bósnia.
  5. A formação de escolas e centros de treinamento para imams e mullahs muçulmanos que acompanhariam a SS muçulmana e as unidades Wehrmacht.

Em suas memórias, Husseini escreveu como líder dos árabes na Palestina: Nossa condição fundamental para cooperar com a Alemanha foi de ser uma mão livre para erradicar até o último judeu da Palestina e do mundo árabe. Eu pedi ao Hitler um entendimento explícito que nos permitisse resolver o problema judeu de uma maneira que beneficiaria nossas aspirações nacionais e raciais e que estivesse de acordo com métodos científicos inovados pela Alemanha na lida com seus próprios judeus. A resposta que tive foi: 'Os Judeus são seus.'

[editar] Ligações externas

[editar] Ver também

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