Augusto Boal
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Augusto Boal (Rio de Janeiro, 1931) é um dramaturgo, ensaísta e escritor brasileiro. Tem expressiva obra de dramaturgo além de ser conhecido internacionalmente, com traduções em mais de vinte línguas, de suas teorias acerca do Teatro do oprimido.
[editar] Biografia
Depois de cursar dramaturgia, nos Estados Unidos, com John Gassner, Boal passou a dirigir no Teatro de Arena de São Paulo, onde houve a estréia, em 1960, de sua peça Revolução na América do Sul, protagonizada pelo homem do povo José da Silva, vítima de todas as explorações da classe dominante.
Depois do golpe militar de 1964, Boal, de parceria com Gianfrancesco Guarnieri, que inaugurou com Eles não usam black-tie a linha nacionalista do Arena, lançou Arena conta Zumbi e mais tarde Arena conta Tiradentes, utilizando dois heróis históricos, sacrificados na luta pela liberdade, como metáfora contra a opressão do momento. Outro texto representativo de Boal é Murro em ponta de faca, dramatização de seu longo exílio, que se seguiu à prisão e à tortura. Viveu fora do Brasil até 1986, quando retornou após o processo de Abertura política, que marcou o início do fim do regime ditatorial.
Vários livros dão conta do Teatro do oprimido, assinalando-se os mais recentes Stop: c'est magique e O arco-íris do desejo (Método Boal de Teatro e Terapia). As técnicas para desenvolvê-lo compreendem o teatro invisível, o teatro-imagem e o teatro-fórum, e visam a transformar o espectador em protagonista da ação dramática e, "através dessa transformação, ajudar o espectador a preparar ações reais que o conduzam à própria liberação".
Em Teatro Legislativo, livro no qual o dramaturgo e ensaísta aproveita a sua experiência como vereador do Rio de Janeiro, encerrada em 1996, o espectador convertido em ator busca um novo estádio - o cidadão se transforma em legislador.
Hoje Augusto Boal dirige o Centro de Teatro do Oprimido CTO-Rio (www.ctorio.org.br), que realiza diversos projetos socias com o objetivo de expandir a metodologia do Teatro do Oprimido promovendo o diálogo entre as classes menos favorecidas.
[editar] Teatro popular
Preconiza Boal o teatro como uma forma de auxiliar as transformações sociais, como elemento de conscientização das massas e formação de lideranças nas comunidades rurais ou dos subúrbios.
Dentro dessas propostas, elaborou uma sucessão de exercícios simples, porém capazes de oferecer o desenvolvimento de uma boa técnica teatral amadora, que hoje consistem em base para muitos estudos de técnicas de desenvolvimento do ator.
[editar] Importância de Boal para o Teatro
Suas idéias, adoptadas em diversas iniciativas não apenas do Brasil, como de outro país, rederam-lhe um reconhecimento, que pode ser expresso nos seguintes comentários, que figuram seu livro "teatro do oprimido e outras poéticas políticas (ISBN 85-2000-0265-X):
- "Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro alegre e instrutivo. Uma forma de terapia social. Mais do que qualquer outro homem de teatro vivo, Boal está tendo um enorme impacto mundial" - Richard Schechner, diretor de The Drama Review.
- "Augusto Boal reinventou o Teatro Politico e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislawski." - The Guardian.