Belmonte (cartunista)
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Belmonte, nascido Benedito Carneiro Bastos Barreto (São Paulo, 15 de maio de 1896 — São Paulo, 9 de abril de 1947) foi um caricaturista, cartunista, cronista e ilustrador brasileiro.
Belmonte foi o criador da personagem "Juca Pato": careca "por tanto levar na cabeça", cujo lema era "podia ser pior", e que encarnava as aspirações e frustrações da classe média paulistana. Inconformado, sintetizava a figura do homem cumum, trabalhador, honesto, acossado pela burocracia, pelo aumento do custo de vida e pela corrupção. Numa época pré-merchandising, Juca Pato estampou carteiras de cigarros, cadernos escolares, balas, água sanitária, marchinhas de carnaval, além do bar Juca Pato, ponto de encontro de intelectuais e artistas.
Em 10 de novembro de 1937, dia da instauração do Estado Novo, publicou uma charge em que Juca Pato lia trechos da constituição americana, tendo em segundo plano a Estátua da Liberdade. Posteriormente foi obrigado pelo DIP a tratar somente de temas internacionais.
Três anos após a Segunda Guerra Mundial, após seu falecimento em conseqüência de tuberculose, foi publicado o livro Caricatura dos Tempo, republicado pela Editora Melhoramentos em 1982. As caricaturas reunidas nesse livro permanecem até hoje exemplares das relações internacionais do período entre 1936 e 1946, tendo sido traduzido para diversos países da América Latina.
Em janeiro de 1945, às vésperas da rendição alemã, Joseph Goebbels, em uma das derradeiras transmissões pela Rádio de Berlim, atacava o conteúdo do livro de charges estrangeiro: Certamente, disse Goebbels, o artista foi pago pelos aliados ingleses e norte-americanos.
Além de álbuns de caricatura, escreveu também crônicas e contos humorísticos (Idéias de João Ninguém, 1935) e estudos históricos (No tempo dos bandeirantes; Brasil de outrora; Costumes da América Latina). Também ilustrou as obras infantis de Monteiro Lobato.