Black metal
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Black metal | |
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Origens estilísticas: | Thrash metal, Heavy metal |
Contexto cultural: | Final da década de 80 na Europa, principalmente nos Países Escandinavos |
Instrumentos típicos: | Bateria, Baixo, Guitarra, Vocal, Teclados |
Popularidade: | |
Formas derivadas: | |
Subgêneros | |
Black metal melódico, Black metal nacional-socialista, Unblack metal, Viking black metal | |
Gêneros de fusão | |
Black-death metal, Symphonic black metal, War metal | |
Cenas regionais | |
Escandinávia | |
Outros tópicos | |
Bandas, Satanismo, Paganismo |
O black metal é um subgênero do metal. Este subgênero evoluiu do thrash metal no início dos anos 80 paralelamente ao death metal, um outro gênero do metal extremo. Este novo estilo é ainda mais agressivo que o thrash metal e incorpora em suas letras temas como satanismo e paganismo (em particular a mitologia nórdica). Algumas bandas consideradas precursoras do estilo são: Bathory, Bulldozer, Celtic Frost, Hellhammer, Mercyful Fate e Venom.Algumas das bandas mais influentes no início deste estilo foram: Burzum, Darkthrone, Emperor, Immortal Sarcofago e Mayhem.
Índice |
[editar] Características do estilo
[editar] Características musicais
As músicas de black metal costumam apresentar uma ou mais das seguintes características:
- Utilização de tons menores visando à criação de atmosferas musicais sombrias, frias, obscuras e melancólicas.
- Guitarras rápidas usando a técnica de palhetadas em tremolo.
- Letras de cunho anti-cristão ou ligadas ao paganismo, satanismo, mitologia e ocultismo em geral. Vale notar que bandas como Deicide, Immolation e Slayer possuem algumas músicas com letras referentes a estes temas, porém estas bandas são consideradas respectivamente bandas de death metal (Deicide e Immolation) e thrash metal (Slayer).
- Bateria rápida e agressiva, geralmente usando a técnica de "blast beats". A bateria também pode assumir uma sonoridade mais seca e vagarosa de forma a criar diferentes atmosferas para a música.
- Os vocais geralmente são guturais e agudos, mas existem muitas bandas que utilizam estilos vocais bastante variados.
- Utilização ocasional de teclados. Harpas, violinos, órgãos e coros são relativamente comuns, proporcionando à música uma sonoridade de orquestra ou catedral. As bandas que se utilizam de teclados ou instrumentos sinfônicos são consideradas bandas de symphonic black metal.
- Produção musical limitada e gravação de álbuns com baixa fidelidade. Este expediente é utilizado intencionalmente como uma afirmação contra a música "mainstream" ou para criar atmosferas diferentes na música. Este efeito de "subprodução" é obtido cortando-se as freqüências mais altas e as mais baixas, deixando apenas as freqüências médias. Poucas bandas pioneiras do estilo ainda se utilizam de tal recurso, pois sua produção musical limitada era causada principalmente por seus baixos orçamentos.
[editar] Outras características
- Uma característica notória do estilo é a utilização do "corpse paint", que é uma pintura facial (geralmente em preto e branco) que proporciona à pessoa uma aparência de cadáver em decomposição (corpse, em inglês). A banda Immortal referia-se à sua pintura como uma pintura de guerra com significado diverso do "corpse paint".
- Utilização de pseudônimos satânicos ou obscuros. A utilização de pseudônimos no black metal foi iniciada pelo Venom, cuja formação original consistia de Cronos, Mantas e Abbadon. Outros exemplos são: Frost (1349), Quorthon (Bathory), Inferno (Behemoth), Agramon (Mysteriis), Count Grishnackh (Burzum), Nattefrost (Carpathian Forest), Fenriz (Darkthrone), Zephyrous Darkthrone), Faust (Emperor), Ihsahn (Emperor), Samoth (Emperor), Trym (Emperor), Darken (Graveland), Abbath (Immortal), Demonaz (Immortal), Horgh (Immortal), Blasphemer (Mayhem), Dead (Mayhem), Euronymous (Mayhem),Hellhammer (Mayhem), Maniac (Mayhem), Necrobutcher (Mayhem), Malefic (Xasthur)
[editar] Precursores (ou primeira onda de black metal)
Embora algumas bandas nos anos 70 já tivessem feito referências ao lado negro da vida, as bandas consideradas precursoras do black metal moderno são: Venom (que inventou o termo em 1981 e deu ao seu segundo álbum de 1982 o nome Black Metal), Bulldozer, Celtic Frost, Hellhammer, Mercyful Fate e Bathory que lançou em meados dos anos 80 o Under the Sign of the Black Mark, um dos álbuns que se tornou um paradigma para o black metal moderno. Alguns consideram que estas bandas precursoras fizeram parte da primeira onda do black metal, sendo que alguns dos álbuns mais significativos desta onda foram: Black Metal do Venom, The Return e Under the Sign of the Black Mark do Bathory, Melissa do Mercyful Fate e Morbid Tales do Celtic Frost.
Diversas bandas desta mesma época (década de 80) como Slayer, Possessed e Destruction começaram a abordar temas satânicos em suas letras, embora suas sonoridades fossem bem diferentes do black metal.
[editar] História do black metal
Apesar de hoje em dia as bandas da primeira onda de black metal, serem consideradas black metal, em meados dos anos 80 elas não eram consideradas como tal, em sua maioria eram bandas de speed metal e thrash metal que estavam forjando as bases do que viria a ser o black metal moderno que passou a existir de forma mais sólida a partir da segunda onda de black metal.
[editar] Início dos anos 90 (ou segunda onda de black metal)
O estilo teve um grande crescimento no início dos anos 90 com a chamada segunda onda de black metal através de bandas da Noruega como Burzum, Darkthrone, Emperor, Enslaved, Immortal e Mayhem, que contribuíram para tornar o black metal moderno conhecido por todo o mundo. Estas bandas mesclavam elementos de heavy metal, hardcore e música clássica e suas letras falavam de temas pagãos, satânicos, anti-cristãos e ocultos em geral. Além do aspecto musical as bandas retomaram o uso das pinturas faciais. As pinturas faciais ligadas ao black metal passaram a ser chamadas de pinturas de guerra ("warpaint") ou mais comumente "corpse paint". Alguns dos álbuns mais representativos deste período foram: Det Som Engang Var e Filosofem do Burzum, A Blaze In The Northern Sky do Darkthrone, Pure Holocaust do Immortal, De Mysteriis Dom Sathanas do Mayhem e In The Nightside Eclipse do Emperor.
Na época de 1991 a 1994 ocorreram na Noruega fatos polêmicos ligados ao estilo black metal como queima de igrejas, assassinatos e violações de túmulos, que indiretamente contribuíram para a divulgação do gênero pelo mundo. Nesta mesma época começam a ser criados inúmeros subgêneros do black metal.
[editar] Do final dos anos 90 até hoje (ou terceira onda de black metal)
Durante os últimos anos da década de 90, o black metal ganhou maior notoriedade na mídia através de bandas como Dimmu Borgir e Cradle of Filth, que possuíam uma sonoridade menos ríspida para os padrões vigentes do black metal. Estas bandas logo começaram a ser rotuladas como bandas de black metal melódico ou symphonic black metal, pelo uso intensivo de teclados e elementos de música clássica em suas músicas e começaram a tocar em grandes festivais europeus. Com isso as bandas norueguesas de black metal que tocavam um som mais cru e agressivo também ganharam mais atenção da mídia, não mais por assassinatos e queima de igrejas, mas sim por sua música.
Os EUA têm uma pequena quantidade de bandas de black metal. O movimento americano de black metal é por vezes chamado de USBM. Esse movimento ainda não ganhou uma forma muito clara, mas os grupos mais conhecidos são Absu, Judas Iscariot e Averse Sefira, todos com fortes influências do estilo death metal.
Estas bandas fazem parte da chamada terceira onda de black metal, que contempla o black metal contemporâneo, incluíndo bandas ao redor de todo mundo. Além das citadas anteriormente outras bandas dignas de nota são: Ildjarn e Mütiilation.
[editar] História e ideário do black metal norueguês
A mais proeminente figura da original cena da Noruega foi Øystein Aarseth, mais conhecido como Euronymous, o guitarrista da banda Mayhem. De muitas maneiras, ele foi o precursor da cena do black metal na Noruega. A cena era profundamente anti-cristã, e procurava remover o cristianismo e outras religiões não-escandinavas da cultura norueguesa, bem como tudo o mais que afetasse as raízes da Noruega. Isso conduziu à mobilização de algumas pessoas com idéias afins para a inclusão na cena black metal do país. A maior parte deste movimento foi dirigida pelo "Inner Circle", um grupo formado por Aarseth e alguns outros amigos próximos, cuja sede ficava no sótão da loja de discos de Aarseth, chamada de "Helvete" (ou Inferno). Essa loja também servia de estúdio de gravações, e foi aí que foram gravados os discos do Mayhem e de outras bandas de black metal que assinaram com o selo de Aarseth, chamado Deathlike Silence Productions. Ele só assinava contratos com bandas que, segundo suas próprias palavras, "encarnavam o mal em seu estado mais puro".
Durante esse tempo na Noruega diversas igrejas foram queimadas, e o círculo de Aarseth foi acusado desses atos. Negaram, contudo terem queimado as igrejas, reclamando que o seu objectivo era inspirar seus seguidores a perpetuar o orgulho escandinavo e não deixar que suas origens fossem esquecidas. A mais famosa das igrejas queimadas foi a de "Fantoft Stave", queimada por um membro do "Inner Circle" com ajuda de Varg Vikernes (também conhecido como Count Grishnackh) da banda Burzum. Os entusiastas do black metal também começaram a aterrorizar outras bandas de death metal que tocavam no país e nos países vizinhos.
A cena black metal não ganhou uma grande repercussão na mídia quando o vocalista da banda Mayhem, Per Yngve Ohlin, que adotava o pseudônimo "Dead", cometeu suícidio em Abril de 1991 com um tiro de espingarda na cabeça, depois de ter cortado os pulsos e garganta. Devido o seu grande senso de humor mórbido, deixou escrito: "Desculpe todo o sangue". Seu corpo foi descoberto por Aarseth, que em vez de chamar a polícia, foi correndo para a loja mais próxima comprar uma câmera e tirou fotografias do cadáver. Uma dessas fotografias serviu de capa para o álbum Dawn of the black hearts, do Mayhem. Boatos dizem que Euronymous fez colares dos fragmentos do crânio de Ohlin e que ingeriu pedaços de seu cérebro.
O "Inner Circle" foi mais exposto na mídia quando, em 1993, Vikernes assassinou Aarseth em sua casa, o esfaqueando 23 vezes na cabeça e nas costas. Vikernes foi setenciado a 21 anos de prisão e desde então distanciou-se da cena black metal, envolvendo-se com neo-nazismo e escrevendo extensos artigos sobre o tema. Varg Virkenes, em seus artigos recentes, deixa claro que a música do Burzum (sua banda) apesar de ser enquadrada no estilo, não é black metal e não tem nenhuma ligação com o satanismo.
[editar] Subgêneros
O black metal é conhecido por possuir inúmeros subgêneros. Há grande rivalidade entre os adeptos de alguns subgêneros do black metal. Os principais sub-gêneros do estão listados abaixo:
- Black-death metal: Este subgênero se caracteriza basicamente por ter uma sonoridade de death metal e vocais e letras de black metal.
- Black metal melódico: Black metal com uso intensivo de riffs de guitarra mais melodiosos. ::Algumas bandas: Dimmu Borgir, Naglfar.
- Black metal nacional-socialista: A diferença deste subgênero para o black metal é apenas quanto às letras, que falam sobre ódio, paganismo, ideais nacional-socialistas, racismo e orgulho da nação de origem.
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- Algumas bandas: Aryan Terrorism, Temnozor e Nokturnal Mortum.
- Symphonic black metal: Black metal com a adição de sons sinfônicos, como violinos, órgãos, piano e coros.
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- Algumas bandas: Emperor, Dimmu Borgir, Arcturus, Old Man's Child, Cradle Of Filth .
- Unblack metal: Também chamado de christian black metal ou black metal cristão que podem ser considerados formas extremas do metal cristão ou white metal. Este sub-gênero possui a sonoridade das bandas de black metal, mas suas letras falam sobre temas cristãos.
- Viking black metal: Black metal com letras falando sobre vikings, bárbaros, mitologia nórdica e natureza.
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- Algumas bandas: Bathory, Vintersorg, Enslaved e Moonsorrow.
- War metal: O war metal é um híbrido do black metal e do death metal. O marco inicial do estilo se deu com o surgimento da banda canadense Blasphemy, que possuia um visual militar com o uso de máscaras de gás, coturnos e outros apetrechos militares. Apesar disso a banda nunca se intitulou war metal, termo que só surgiu com os australianos do Bestial Warlust. Os brasileiros do Holocausto, em seu álbum Campo de Exterminio de 1987, já utilizavam o termo antes das bandas citadas mas seu estilo sonoro é um pouco mais brando do que o war metal atual. O propósito deste subgênero é criar uma impressão sonora de uma guerra, com letras abordando temas como genocídio, guerra nuclear, holocausto, morte e o final da humanidade. Muitas bandas não utilizam este rótulo, pois a sonoridade do war metal é muito próxima do black-death metal.
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- Algumas bandas: Abominator, Axis of Advance, Bestial Warlust, Darkest Hate Warfront, Blasphemy, Impaled Nazarene nos primeiros álbuns e Revenge.
[editar] Principais bandas de black metal
- Vide: Lista de bandas de black metal para uma relação mais completa.
[editar] No mundo
[editar] No Brasil
- Amen Corner
- Apokalyptic Raids
- Volcanov
- Evil Emperor
- Evilwar
- Sentencius Dragons
- Letargia SP
- Murder Rape
- Cruor Cultum
- Mysteriis
- Nephthys
- Mystifier
- Ocultan
- Pactum
- Sarcofago
- Unearthly
- Vulcano
[editar] Álbuns importantes do estilo
Os álbuns abaixo são considerados pela crítica como clássicos do estilo black metal:
- Bathory - The Return e Under the Sign of the Black Mark
- Burzum - Burzum, Aske, Hvis Lyset Tar Oss e Filosofem
- Celtic Frost - Morbid Tales, To Mega Therion e Into the Pandemonium
- Dark Funeral - Secrets of the Black Arts
- Darkthrone - A Blaze in the Northern Sky, Under a Funeral Moon e Transilvanian Hunger
- Emperor - In the Nightside Eclipse , Anthems to the Welkin At Dusk e IX Equilibrium
- Gorgoroth - Pentagram e Antichrist
- Hellhammer - Satanic Rites e Apocalyptic Raids
- Immortal - Diabolical Fullmoon Mysticism e Pure Holocaust
- Keep Of Kalessin - Armada
- Marduk - Fuck Me Jesus e Panzer Division Marduk
- Mayhem - Deathcrush , Live in Leipizig e De Mysteriis Dom Sathanas
- Sarcófago - I.N.R.I. e Rotting
- Venom - Welcome To Hell e Black Metal
[editar] Livros
- Lords of Chaos: The Bloody Rise of the Satanic Metal Underground. Feral House Books, Los Angeles ISBN 0-922915-48-2, 1998
- Garry Sharpe-Young: Rockdetector: Black Metal. Cherry Red Books ISBN 1-901447-30-8, 2004
- Karl Jones: A blaze in the northern sky: Black Metal Music and Subculture. University of Manchester ISBN 0-946180-60-1, 2002