Caesalpinia echinata
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- Nota: Se procura a cidade de Minas Gerais, consulte Pau Brasil (cidade).
Pau-brasil
Estado de conservação: |
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Detalhe da flor do pau-brasil |
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Classificação científica | ||||||||||||||||
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Nomenclatura binominal | ||||||||||||||||
Caesalpinia echinata Lam., |
Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam., uma Leguminosa nativa da Mata Atlântica. Árvore Nacional do Brasil, declarada pela lei nº 6507 do dia 7 de dezembro de 1978, que estabeleceu também que o dia 3 de maio seria o "Dia do Pau-Brasil". Das plantas nativas do Brasil, o ipê era até então considerado a árvore nacional brasileira, com este decreto a flor do ipê foi considerada a flor do símbolo nacional. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".
O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado.
São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, a Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna).
Sinonímia botânica: Guilandina echinata (Lam.) Spreng.
A árvore, que se encontra na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável, alcança entre 10 e 15 metros de altura. Possui tronco ereto, cinza-escuro, coberto de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens (echinata significa "com espinhos"). As folhas são compostas bipenadas, de cor verde médio, brilhantes. As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado. Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, contendo de 1 a 5 sementes discóides, de cor marrom.
O corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI. A abundância desta árvore naqueles tempos conferiu à colônia o nome de Brasil.
A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil européia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subseqüentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.
No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta à partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.
A madeira do pau-brasil é reputada como a melhor para a fabricação de arcos de violino.
Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau Brasil" em 1924).
O interessante disso tudo é que não há nenhuma referência aos nativos brasileiros, os quais, segundo a história do Brasil, deram origem ao nome do país. Na verdade os portuguêses quando chegaram nesta terra, até então desconhecida, encontraram os índios gritando "Brasil" em volta de uma árvore e já concluíram muito precipitadamente que "Brasil" se tratava do nome da planta na qual os indígenas rodeavam. Na verdade os índios nunca chamaram essa planta de "Brasil", na língua tupi-guarani, como está exposto acima, a planta é ibira pitanga (madeira vermelha). O que os indígenas chamavam de "Brasil", era na verdade, um espírito da floresta que eles invocavam e adoravam em volta da árvore e os nossos livros de história, não sei porque, nunca relataram.
[editar] Fontes
- Harri Lorenzi, ''Arvores Brasileiras, vol 1. Instituto Plantarum.
- VIANNA, M. C., MARTINS, H. F., CASTELLANOS, A., ET AL. 1988. Arboreto Carioca (Ediçäo Fac-Similada). Banco da Providência, Rio de Janeiro. 125 pgs.
- O AGRONOMICO 21:109-134, 1969.
- CESP -CENTRAIS ELETRICAS DE SAO PAULO, Ed. 1988. Guia de Arborizacao, 3 Ediçäo. Diretoria de Distribuicao, Sao Paulo. 33 pgs.