Chão de Couce
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Concelho | Ansião |
Área | 25,10 km² |
População | 2 349 hab. (2001) |
Densidade | 93,6 hab./km² |
Freguesias de Portugal ![]() |
O Chão de Couce é uma freguesia portuguesa do concelho de Ansião, com 25,10 km² de área e 2 349 habitantes (2001). Densidade: 93,6 hab/km².
Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1855. O antigo município era constituído inicialmente apenas pela freguesia da vila. Tinha, em 1801, 1 279 habitantes.
Em 1836 foram-lhe anexadas as freguesias de Avelar e Pousaflores, com a extinção dos respectivos concelhos. Tinha, em 1849, 3 568 habitantes. Aquando da extinção, foi integrado no concelho de Figueiró dos Vinhos, passando, em 1895, para o actual município.
Chão de Couce, como espaço de ocupação humana, remonta ao princípio dos tempos, havendo vestígios arqueológicos da Pré-História e da ocupação romana, designadamente vestígios da via romana de Conímbriga a Sellium.
A primeira referência escrita a Chão de Couce, respeita à Quinta de Cima, onde actualmente permanece um palacete, que atesta, ainda, a sua nobreza e uma capela particular de invocação de Nossa Senhora do Rosário. Esta propriedade pertenceu aos reis de Portugal (I Dinastia) havendo registo da doação feita por D. Afonso III, a D. Constança Gil, dama da rainha D. Beatriz, como dote de casamento, em 5 de Fevereiro de 1258. Mais tarde, a Quinta foi do Conde de Barcelos, do Mosteiro de Santo Tirso, de D. Dinis, novamente Mosteiro de Santo Tirso e João Afonso, genro de D. Dinis.Consta-se que, aquando do casamento de D. Fernando com D. Leonor de Teles, criticado violentamente pelo povo de Lisboa, o casal real se terá refugiado aqui. Em 4 de Junho de 1451, Afonso V, fez a doação da Quinta, ao Conde de Vila Real, D. Pedro de Meneses. A Quinta de Cima voltou à Coroa em 1641 (com a execução do seu proprietário, um dos conjurados contra D. João IV) e, pouco depois, foi integrada na Casa do Infantado até 1834, vindo, posteriormente, a ser propriedade de António Lopes do Rego, Sargento-Mor e Cavaleiro da Ordem de Cristo, antepassado dos actuais proprietários. A Quinta de Cima é, ainda hoje, uma verdadeira preciosidade, em termos artísticos e históricos. No princípio do século XX, embora a arquitectura do belo edifício habitacional nada tivesse de medieval, continuava a ser um espaço idílico (e hoje ainda mantém, praticamente, o mesmo aspecto), habitado, então, pelo Dr. Alberto Rego que ali recebeu destacadas figuras do País, no domínio da música, das artes, da ciência, da medicina e da literatura.
Em 12 de Novembro de 1514, D. Manuel I deu foral novo a Chão de Couce, e, em conjunto, às vilas de Avelar, Pousaflores, Aguda e Maçãs de D. Maria - eram as “Cinco Vilas” que tinham como capital, Chão de Couce. Estes forais foram confirmados por Filipe I, em 7 de Outubro de 1594.
Em 31 de Dezembro de 1836, com a reforma administrativa, os cinco concelhos da comarca das Cinco Vilas constituíram apenas dois concelhos: o de Chão de Couce, com as freguesias de Chão de Couce, Avelar e Pousaflores; e o de Maçãs de D. Maria, com Maçãs de D. Maria, Aguda e Arega.
Em 1855, é extinto o concelho de Chão de Couce, passando esta freguesia, bem como o de Avelar e Pousaflores a integrar o concelho de Figueiró dos Vinhos. Finalmente, por decreto de 7 de Setembro de 1895 passou Chão de Couce, Avelar e Pousaflores a integrar, definitivamente, o concelho de Ansião.
A Igreja Matriz de Chão de Couce construída na 1.ª metade do séc. XX, tem a nave e a Capela-Mor decoradas com azulejos figurativos, a azul, da autoria de Mário Reis. Do mesmo autor, existem no alto da fachada principal, dois registos de azulejos. Num nicho da Capela-Mor existe uma Imagem quinhentista, em pedra, da Virgem, sem pintura.
Mas o maior atractivo desta Igreja é, sem dúvida, o Retábulo de Malhoa (1933), representando Nossa Senhora da Consolação. Foi a última grande Obra de Mestre Malhoa, que, em 2003, perfez 70 anos de existência, efeméride que a Paróquia fez questão de lembrar de forma pública e festiva.
A Região Pastoral do Sul da Diocese de Coimbra tem sede nesta freguesia, onde, desde finais do século passado existe o Centro Pastoral da Região Sul. Actualmente, a maior concentração industrial do concelho, situa-se na zona industrial do Camporês, que pertence à freguesia de Chão de Couce. Aí foram implantados nos últimos anos complexos industriais, onde se inserem unidades fabris de cerâmica, componentes para a indústria têxtil, sinais rodoviários, embalagens e alumínios, entre outras.