Civilidade
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros duma sociedade. Não confundir com civismo que tem que ver com o respeito pela sociedade organizada, pelas instituições e pelas leis.
Índice |
[editar] Histórico
Civil vem do latim civile, que designava o habitante da cidade civitate. Quando a humanidade se defrontou com o raciocínio, logo com a inteligência, e realmente teve a consciência do "Eu", houve a necessidade do respeito mútuo, do respeito ao outro. Começou então a codificação de civilidade, isto é, regras de convívio social que no início eram somente de respeito do inferior para com seu superior, hierárquico ou sexual, como nos animais irracionais.
[editar] O início dos códigos de ética
Iniciou-se então a codificação de normas e regras de convívio social e de conduta, sendo impostas de modo empírico, pela tentativa e erro; os preceitos de civilidade, que eram passados de forma verbal, passaram a ser codificados e seguidos, pois o convívio em sociedade assim o exigiu. Sendo o ser humano um animal social, começou a haver de fato uma organização disciplinadora do grupo onde iniciou-se a separação do ser e do ter.
[editar] As relações humanas
Com o aumento da complexidade das relações humanas, começou a haver quebras de conduta. Alguns queriam algo que pertencia a outrem, comportamentos começaram a ser repudiados pelo grupo, etc. Iniciou-se então uma codificação dual, entre certo e errado, pois os conflitos começaram a se iniciar dentro dos grupos sociais, que para assegurar sua sobrevivência e coesão formaram as normas civis, normas estas que norteiam a base das civilizações, do convívio em sociedade, seja na selva ou nas cidades.
[editar] A codificação de condutas
Com o avançar do tempo e o desenvolvimento social, a vida em grupo passa a exigir uma organização formal que discipline a atividade dos indivíduos, proporcione condições de equilíbrio a suas relações e assegure a distribuição e a posse de seus bens. Foi no direito romano que pela primeira vez as normas do convívio social se dissociaram das noções religiosas e formaram um complexo de leis codificado, de caráter prático e aplicação sistemática, esta baseada no respeito mútuo, pois o homem, por natureza, é moral, racional e social, e a lei facilita o desenvolvimento dessas qualidades inatas, e esta deve seguir à ética, e principalmente ao respeito a outrem. E assim sucessivamente
[editar] Os códigos morais
Sérgio Buarque de Holanda consagrou a expressão homem cordial discorrendo sobre cordialidade e civilidade, atraso e modernidade, tradição e renovação, privado e público. Segundo Buarque de Holanda, a definição de civilidade é proporcional à ética, à modernidade, à renovação, à educação, pois o indivíduo que tem como prerrogativas a civilidade é, e deve ser, cordial, ético e principalmente educado, tanto nas ações quanto no comportamento. Os códigos morais regem a conduta dos membros de uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para garantir a integridade do grupo, a convivência pacífica e o bem-estar dos indivíduos que o constituem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito enquanto parte de uma coletividade. Portanto, moral coaduna com ética e respeito, e estes são a base de qualquer grupo civilizado.
[editar] Ver também
- Freeciv, jogo de computador que simula as grandes civilizações históricas num hipotético conflito.
- Como aprender a ser ético e civilizado.
[editar] Referências
[editar] Bibliografia
- Buarque de Hollanda, Sérgio; Raízes do Brasil; Companhia das Letras; 1995; ed. 26; ISBN: 8571644489.