Clipper
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- Nota: Se procura outro significado de Clipper, consulte Boeing 314.
CA-Clipper é uma linguagem de programação que foi criada em 1984 com o propósito de ser um compilador para o Ashton-Tate dBase, um gerenciador de banco de dados muito popular em sua época.
Conta a lenda que dois amigos estavam almoçando num restaurante de frutos do mar chamado Nantucket Lighthouse, discutindo como era frustrante o fato da Ashton-Tate se recusar a criar um compilador para o seu principal produto. A baixa velocidade de processamento do dBase quando comparado às aplicações compiladas era gritante. Começaram então a discutir a idéia de criar um compilador e fundar uma empresa para comercializá-lo. O nome Clipper veio de um quadro na parede do restaurante que mostrava um destes rápidos e elegantes navios mercantes. O nome da empresa foi uma escolha emprestado do nome do restaurante.
Quando de sua criação, o Nantucket Clipper se propunha basicamente a ser o melhor compilador para dBase que existia. Na caixa da versão Summer '87 vinha os dizeres "dBase III ® Compiler". As versões foram:
Nantucket Corporation; com nome de estações do ano, vendidas como "dBase compilers"
- Nantucket Clipper Winter '84 - released May 25 1985
- Nantucket Clipper Summer '85 - released 1985
- Nantucket Clipper Winter '85 - released January 291986
- Nantucket Clipper Autumn '86 - released October 31 1986
- Nantucket Clipper Summer '87 - released December 21 1987
Nantucket Corporation; Clipper 5
- Nantucket Clipper 5.00 - released 1990
- Nantucket Clipper 5.01 - released April 15 1991
- Nantucket Clipper 5.01 Rev.129 - released March 31 1992
- CA-Clipper 5.01a -
- CA-Clipper 5.20 - released February 15 1993
- CA-Clipper 5.2a - released March 15 1993
- CA-Clipper 5.2b - released June 25 1993
- CA-Clipper 5.2c - released August 6 1993
- CA-Clipper 5.2d - released March 25 1994
- CA-Clipper 5.2e - released February 7 1995
- CA-Clipper 5.30 - released June 26 1995
- CA-Clipper 5.3a - released May 20 1996
- CA-Clipper 5.3b - released May 20 1997
Com a versão 5, Clipper iniciou o processo de desvinculação do dBase, tornando-se uma linguagem de programação com linha de evolução própria. A versão 5 adicionou recursos inexistentes no dBase, incluindo um depurador visual, exceções estruturadas, RDD (um tipo de ODBC pré-histórico), novos tipos, novas funções para gerenciar arrays e um pré-processador que permitiu que a linguagem pudesse ser estendida de forma praticamente ilimitada no ambiente de 16 bits.
Antes de a CA (Computer Associates) comprar a Nantucket, o escritório alemão da Nantucket havia começado um projeto de maneira informal conhecido como "ASPEN", embora internamente fosse chamado simplesmente de Clipper for Windows. O projeto representava uma ruptura com as versões anteriores do Clipper na medida em que introduzia o conceito de orientação ao objeto (OO) e suporte ao ambiente gráfico da Microsoft sem se preocupar com retro-compatibilidade. Dentre os novos recursos, estava um desempenho comparável à do C++ com uma linguagem muito mais acessível e que possuía uma enorme base de potenciais programadores advindos do dBase, Clipper e outros ambientes XBASE.
A CA resolveu que iria entrar para valer na briga por uma fatia considerável do nascente mercado de programação para Windows e adquiriu a Nantucket por causa do VO (Visual Objects), apostando alto no que foi um dos maiores fracassos da área de tecnologia. A falta de compatibilidade com as versões anteriores levou muitos desenvolvedores a migrarem para a nova ferramenta da Borland chamada Delphi.
O Clipper, que após a aquisição foi renomeado CA-Clipper, ainda viu uma edição que usava o gerenciamento de memória do Windows enquanto mantinha a interface caracter, mas foi oficialmente aposentado em favor do novo produto, o VO.
Embora hoje seja considerada uma linguagem obsoleta dado que parou de evoluir após a versão 5.3 e tratando-se o VO de um produto distinto e nati-morto, Clipper ainda possui uma razoável base de programadores conhecidos pelo depreciativo apelido de "clippeiros". Projetos open-source Software Livre como o Projeto Harbour continuam a oferecer suporte ao padrão XBASE enquanto são orientados para modernos ambientes gráficos, embora sem nenhum apoio oficial da CA, detentora dos direitos sobre o Clipper.
[editar] Utilização Decrescente
Tanto o dBase quanto o Clipper são produtos de uma época onde os computadores pessoais eram desconectados, e o banco de dados era um conjunto de arquivos em disco acessado por apenas um usuário. Ambos os programas funcionam, na prática, como uma biblioteca ligada ao programa final, monolítico, que acessa diretamente os arquivos contendo os dados, sem intermediação (como ocorre no caso dos SGDB).
Com o aparecimento das redes de computador, passou a ser possível utilizar discos compartilhados para acessar diretamente esses arquivos, porém fazendo que o programador tivesse que controlar e resolver vários problemas ligados ao acesso compartilhado de arquivos e registros.
Atualmente, apesar de muitos programas ainda utilizarem essas linguagens, o uso de um SGBD é mais recomendado, o que leva, gradativamente, ao abandono dessa tecnologia.
[editar] Exemplos de código
? "Alô Mundo!"
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