Colonização alemã no Rio Grande do Sul
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A colonização alemã no Rio Grande do Sul aconteceu principalmente durante o século XIX, a partir de 1824, quando chegaram os primeiros colonos vindos da Alemanha. Apesar das mais distintas origens e dialetos variados, prevaleceu o dialeto chamado de Hunsrückisch Platt ou formalmente Riograndenser Hunsrückisch, um falar germânico baseado primariamente no dialeto Hunsrückisch originado de seu berço europeu, a região do Hunsrück (que poderia ser traduzido como Hunsrique, em português), no estado de Rheinland-Pfaltz (traduzido, entre outras formas, como Palatinado-Renâno, em português). Dialetos de regiões vizinhas ao Hunsrique, como a Baviera e a Suábia também influenciaram o alemão comum sul-brasileiro.
É importante frisar que ao se discutir os aspectos históricos da colonização alemão no Rio Grande do Sul não é necessário deduzir-se automaticamente que a língua alemã desapareceu do estado com o passar das décadas, seu início oficial tendo sido o ano de 1824. Especialmente após o período decretado como o Nacionalismo por Getúlio Vargas que proibia o uso de idiomas minoritários, mesmo em ambiente familiar. Conseqüentemente, sofreram os/as falantes de dialetos do alemão, inclusive a língua minoritária iídiche, uma língua indo-européia essencialmente germânica e pertencente ao grupo lingüístico Alto-Alemão, falada principal- e tradicionalmente, por judeus da Europa central e da Europa Oriental, mas também no Brasil, inclusive em Porto Alegre, na capital do Rio Grande do Sul, e mesmo pela celebradíssima escritora brasileira Clarice Lispector. Outros idiomas que foram muito perseguidos durante a era da nacionalização foram o italiano e o japonês. Tudo isso ocorreu sempre sob ameaças, coerções, encarceramentos e mesmo torturas.
Uma outra forma específica do idioma alemão que tem um histórico relacionado ao Rio Grande do Sul e a outras partes do Brasil é o chamado Pomerano, em português. Esta língua, que também é chamada de Pommersch, Pommeranisch é uma língua natural das regiões nordicas e geograficamente baixas da Alemanha e porções de países vizinhos. Daí o nome Baixo-Alemão ou Baixo-Saxão, Plattdeutsch em alemão ou mesmo Plattdüütsch, um termo formal que engloba as várias formas desse idioma nórdico. Até mesmo este projeto, a Wikipedia, está sendo produzio em Plattdüütsch, prova de que este idioma está vivo e passando por um ressurgimento. No Brasil o idioma pomerano veio a fazer parte das mais diversas comunidades regionais como Pencas, localizada no estado do Espírito Santo), do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
É importante notar que o termo Pomerano também é atribuído ao idioma indo-europeu eslavo-ocidental, falado no norte da polônia, chamado de também de língua Cassúbia, Cachubo ou cassúbio (Kashubian, em inglês). O Cassúbio pertence ao ramo Lequítico (Lechitic, em Inglês) ocidental, juntamente com o idioma polaco, a língua nacional da Polônia, e o Polábio, uma língua que caiu em extinção em 1750 quando da morte de seu último falante autóctone. A maioria dos falantes de variedades de línguas eslavas ocidentais acabou adotando alguma forma do dialeto Baixo-Saxão ou Baixo-Alemão, também conhecido como Plattdeutsch em alemão padrão ou plattdüütsch, nesta língua, quando ocorreu o período de germanização da região. Portanto, existe todo um aspecto político envolvido neste assunto. Após a retomada dessas regiões nórdicas pela Polônia, o Cassúbio foi considerado, por longa data, um dos pais 'singulares e diferentes' dialetos da língua polonesa. No entanto, nos últimos anos, notavelmente após o colapso do Comunismo na Polônia, o governo vem implantando políticas lingüísticas mais positivas do ponto de vista dos/as defensores/as desta língua e de falares minoritários. A Polônia, portanto, está atualmente (em 2005) atuando em acordo com a nova onda de valorização a diversidade e variações lingüísticas no continente europeu.
Vários dialetos germânicos fazem parte do cotidiano das mais variadas comunidades espalhadas por todo o estado do Rio Grande do Sul em maior ou menor grau de uso. Além dos falares teutos, outras línguas minoritárias fazem parte da vida cultural viva do estado, entre elas o Talian, um dialeto com fortes laços ao Vêneto da Itália, o polonês e, entre outros, o Castelhano (ou Espanhol), comumente praticado nas regiões fronteiriças ao país com o Uruguai e a Argentina, nações vizinhas do Brasil meridional.
[editar] Algumas colônias
- Colônia São Leopoldo, que deu origem ao município de São Leopoldo
- Colônia São Lourenço
- Colônia Santo Ângelo
[editar] Ligações externas
- Portal Brasil-Alemanha Online
- Matéria sobre o idioma alemão no município de Teutônia, no estado do Rio Grande do Sul, falado por mais de sessenta por cento da população
- Biblioteca de Carlos Henrique Hunsche
- Língua Alemã: Um legado dos imigrantes alemães para Santa Cruz do Sul