Conceição (Horta)
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Gentílico | hortense |
Concelho | Horta |
Área | 2,74 km² |
População | 1 157 hab. (2001) |
Densidade | 422,3 hab./km² |
Orago | N. Sra. da Conceição |
Código postal | 9900-081 Horta |
Endereço da Junta de Freguesia |
Lg. Padre José Silvestre Machado |
Sítio | www.conceiçaohorta.com |
Endereço de correio electrónico |
jfc@mail.telepac.pt |
Freguesias de Portugal |
Conceição é uma freguesia portuguesa da cidade da Horta, pertencente ao concelho do mesmo nome, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfice total de 2,74 km² com 1 157 habitantes (2001). Possuí uma densidade populacional de 422,3 hab/km². A freguesia conta com 967 eleitores inscritos (Autárquicas 2005).
Índice |
[editar] História
Situada no extremo Norte da Baia da Horta junto à Lomba de Espalamaca (horst), a freguesia se divide topograficamente em 2 partes: a parte Alta, uma área rural a juzante da Ribeira do Vale dos Flamengos; e a parte Baixa, onde situa-se a sede de freguesia e parte do núcleo urbano da cidade. No miradouro da Vista Alegre, pode observar o pitoresco Salto da Ribeira. Quando chove ambundantemente, forma uma bonita queda de água (ou Salto) composta por 2 cascatas sobrepostas. Junto da Foz da Ribeira, esta fazia no areal uma lagoa [daí, a origem do nome Alagoa].
Foi fundada pelo nobre flamengo, Joss van Aard (aportuguesado é José da Terra, nome que se adulterou para Jorge da Terra). Aqui fez residencia, cultivando terras e plantando árvores de fruto nas margens da ribeira (vulgo da "Ribeira da Conceição") e na encosta do promontório, a que os flamengos chamaram de Espalamaca (spelk maker). Terá sido Joss van Aard o fundador da primitiva ermida de invocação a N. Sra. da Conceição. O primitivo edifício da Casa da Câmara e Cadeia (1498), situava-se no n.º 16 da Rua do Bom Jesus. A 5 de Novembro de 1632, o pequeno edificio foi considerado incapaz pelo Corregedor dos Açores, Fernão Gomes Massam. Em 1926, existiam dela somente as paredes, que o violento sismo de 31 de Agosto derrubou.
Segundo Gaspar Frutuoso, a Igreja de N. Sra. da Conceição,tinha 3 naves com 5 colunas de casa lado e uma capela na ala direita. Em 1589, é saqueada por corsãrios ingleses. Em Outubro de 1597, é novamente saqueada, e desta vez, incêndiada. Frei Diogo das Chagas diz que a sua reedificação começou em 1607, ficando a igreja com "mais perfeição do que era antes". (Ref.ª Espelho Cristalino, Cap. 13) É novamente reconstruída, em 1749, sob a direcção do Padre Teodósio Fereira de Melo. Em 31 de Agosto de 1926, sofreu esta freguesia e, por arrastamento, toda a cidade, um violento sismo. A maior parte das habitações entrou em derrocada, inclusive a então Igreja Paroquial. É novamente reconstruída em 1933, com dimensões bem mais modestas em estilo "Arte Deco".
Na carta de aumento de côngruas passada pelo Rei D. Filipe I, em 7 de Agosto de 1590, menciona pela primeira vez a Paróquia de N. Sra. da Conceição como estabelecida pelo Bispo de Angra, D. Nuno Álvares Pereira, em carta de 30 de Julho de 1568. Era então a 2.ª maior freguesia da ilha em número de fogos - 188 contra 321 fogos de SS.º Salvador da Horta. Segundo Frei Diogo de Chagas, em 1643, a freguesia tinha 594 habitantes distribuídos por 161 fogos. (Ref.ª Espelho Cristalino, pág. 478)
Na parte Baixa da freguesia, foram construidos o Forte do Bom Jesus e o Forte da Alagoa, ambas fortificações infelizmente desaparecidas. Em Julho de de 1621, o desembargador Correia Borba autorizou a construção do Forte da Alagoa. A Ermida de N. Sra. do Pilar é fundada em 1701 pelo Padre Filipe Furtado de Mendonça. No ano de 1821, o Forte do Bom Jesus é descrito como tendo alguma artilharia e precisar de reparos, e o Forte da Alagoa, quase abandonado. Apartir de 1858, o Forte do Bom Jesus é utilizado como Cadeia da Comarca. Em 1868, é aberto o troço de estrada que passa pela Ermida de Santo Amaro até aos Flamengos. A 23 de Agosto de 1893, é festejado oficialmente a amarração do 1.º cabo telegráfico submarino na Praia da Conceição (ou Praia da Alagoa). Era o inicío da Era das Companhias dos Cabos.
Residiu na sede de freguesia, o benemérito Comendador António José Vieira Santa Rita, Governador Civil do ex-Distrito da Horta. No Palacete do Barão da Ribeirinha, Vitoriano da Rosa Martins, situado no largo da Igreja Paroquial, funcionou provisóriamente o Liceu da Horta. Foi a primeira sede da Sociedade Amor da Pátria, fundada em .
[editar] Ribeira da Conceição
Gaspar Frutuoso diz que em dias de forte percipitação, o caudal da ribeira vêm de enxurrada e transborda, dificultando a passagem para o centro da Vila. Menciona que "têm uma ponte de pedra por passam para a Vila". Acrescenta ainda que "com o ímpeto das águas da ribeira, se moíam moinhos de água". (Ref. Saudades da Terra, Vol. 6 Cap. 37) De modo que a construção de uma ponte foi uma necessidade que desde logo se impôs. Na 2.ª metade do Século XIX, tem ínicio a construção de uma nova ponte, rudimentar e estreita, ao nível da rua e assente em 4 vãos. Depois, são construidos dos muros limitadores da ribreira. Na sua margem direita um pouco acima do sítio do Mirante, funcionou o Matadouro Municipal num diminuto recinto de velhas paredes enegrecidas e sem condições. Durante o Verão, em virtude de de não haver água corrente na ribeira, era transferido para o lugar das Pedras dos Frades. É construido um novo edifício, na Alagoa, em 1900.
[editar] Monumentos e Museus
Do seu património edificado, destaca-se a actual Igreja de N. Sra. da Conceição. A igreja tem dimensões bem mais modestas, mas de traça arquitectónica moderna e de muito bom gosto. Junto da Foz da Ribeira, situa-se a Praia da Conceição e o Parque Municipal da Alagoa. Constituí um local muito agradável para quem gosta de passar o dia na praia, e à noite, ao ar livre. Bem próximo, situa-se a Oficina de Scrimshaw de John van Opstal.
A Ermida de Santo Amaro, situada próximo dos Casais do Farrobo segundo Gaspar Frutuoso, foi mandada erguer por promessa de Bráz Pereira Sarmento. A escritura da sua instituição data de 14 de Setembro de 1575. Nela foram sepultados o seu fundador (falecido a 10 de Março de 1606) e sua mulher. No Século XIX, era no Bairro de Santo Amaro onde residiam a maior parte dos padeiros que forneciam o pão de trigo à cidade. É inaugurada a Casa do Gaiato do Faial (obra do Padre Américo) em 28 de Setembro de 1969. Tinha a finalidade de acolher, educar e integrar socialmente crianças e jovens que, por qualquer motivo, ficaram privados do meio familiar normal. Durante 30 anos, prestou um serviço de grande mérito sob o cuidado do Padre Raúl de Jesus.
A Ermida N. Sra. do Pilar, um miradouro natural voltado para a cidade da Horta, foi fundada inicialmente em 1701 pelo Padre Felipe Furtado de Mendonça, onde pediu para ser sepultado. Foi destruida num incêndio e reconstruida em 1729, por uma Irmandade então criada. Possuí na sua fachada o Brasão Real da coroa portuguesa. Na Espalamaca, encontrará 3 exemplares dos Moinhos Faialenses, o miradouro da Imaculada Conceição e os Bunkers da Artilharia de Costa da II Guerra Mundial.
[editar] Tradições, Festas e Curiosidades
Destaque para as festas do culto do Divino Espírito no Império de Santo Amaro (), do Império da Estrada da Caldeira (), do Império da Lomba do Pilar (), do Império da Conceição (), Festa de Verão da Freguesia () e a Festa de N. Sra da Conceição (8 de Dezembro).
A Sociedade Filarmónica Artista Fayalense, fundada em 22 de Fevereiro de 1858, é a filarmónica mais antiga da ilha e uma das mais antigas dos Açores. Portadora de vasto historial, é presença habitual nas festas religiosas e sociais na ilha, no arquipélago e nas comunidades açoreanas no estrangeiro. O Fayal Sport Clube, fundado em 2 de Fevereiro de 1909, foi o 1.º clube de futebol dos Açores e o 5.º clube a ser fundado em Portugal.
[editar] Moinhos Faialenses
Os Moinhos Faialenses situados na Lomba da Espalamaca, embora sejam construções do Século XIX/XX, apresentam características marcadas de influência flamenga. São um conjunto de 3 moinhos de vento giratórios, de dois pisos, assentes em bases tronco-cónicas construidas em alvenaria de pedra consolidada com argamassa, num deles rebocada e nos outros com as juntas pintadas de branco. Sobre estas bases assentam as estruturas móveis, de madeira, com coberturas cónicas revestidas a chapa de zinco, de onde emergem os mastros que suportam a estrutura do velame, em 2 casos de velas de grades e no outro de velas triangulares. As escadas de acesso em madeira, que servem também de lemes, estão ligados aos corpos giratórios através de pequenos balcões. Todas as estruturas de madeira são pintadas de vermelho. Podem ser visitados. (Ref.ª Inventário do Património Imóvel dos Açores, Institudo Açoreano de Cultura, Ponta Delgada)
[editar] Economia
A freguesia tem como principal actividade económica o comércio retalhista e a restauração. Outros sectores apresentam-se também como fundamentais: a agro-pecuária, oficinas reparação automóvel e a pesca. No artesanato local, destaca-se trabalhos de Scrimshaw, rendas e bordados.