Discussão:Crioulo cabo-verdiano
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[editar] Erros e incorrecções
Eu gostaria de propor que se fizessem alterações nesta página, devido ao facto de ter incorrecções e/ou afirmações que revelam erros graves.
Primeiro, quanto à classificação genética, convinha fazer alterações visto que o crioulo cabo-verdiano não é uma língua indo-europeia. O crioulo é, conforme o nome indica, um crioulo. A maior parte das classificações linguísticas (ver, por exemplo, a classificação proposta pela Ethnologue em http://www.ethnologue.org/family_index.asp) considera que os crioulos constituem um grupo à parte. Só depois é que as línguas crioulas são subdivididas em crioulos de base lexical portuguesa, de base lexical inglesa, de base lexical francesa, etc. Talvez, a melhor classificação genética a ser apresentada seria:
- Línguas Crioulas
- Crioulos de base lexical portuguesa
- Crioulos Afro-Portugueses
- Crioulos da Alta-Guiné
- Crioulo Cabo-verdiano
- Crioulos da Alta-Guiné
- Crioulos Afro-Portugueses
- Crioulos de base lexical portuguesa
Segundo, o resto do artigo contém uma série de afirmações, que pelas suas incorrecções revelam falta de conhecimento profundo do crioulo, ou são afirmações feitas baseando-se apenas em boatos, sem nenhuma base científica ou documentada para corroborá-las. Tendo em conto que Wikipedia é um «site» sério, deviam-se evitar colocar afirmações sem especificar quais são as fontes, e evitar colocar afirmações que afloram o chauvinismo, o xenofobismo ou atitudes preconceituosas.
Em pormenor:
- 1 - As influências das línguas da África Ocidental no crioulo ainda estão em estudo, nada foi provado ainda.
- 2 - «...algumas palavras não são mutuamente inteligíveis.» Essa informação é imprecisa, e dá a entender que a mesma palavra é pronunciada de modo muito diferente nos vários crioulos, o que é falso. Os casos da falta de inteligibilidade no crioulo devem-se sobretudo ao uso de um léxico diferente. Pode ser comparado ao uso de «ônibus» no Brasil e «autocarro» em Portugal, ou ainda comparado a «espiga no norte de Portugal e «maçaroca» no sul de Portugal.
- 3 - Os académicos em Cabo Verde consideram o crioulo cabo-verdiano como uma língua única. Considerar as variantes do crioulo como «línguas distintas» seria o mesmo que considerar o português de Rio de Janeiro e o Português de Coimbra como línguas distintas...! As 9 variedades do crioulo são justificadamente dialectos diferentes, mas os académicos em Cabo Verde normalmente chamam-nas de «variantes» em vez de «dialectos».
- 4 - «…os dois grupos como duas línguas distintas…». Essas mesmas autoridades linguísticas estão a discutir a possibilidade de normalização (o que é diferente de oficialização) do crioulo à volta de duas variantes: a de Santiago e a de São Vicente. Se isso for avante, o crioulo irá tornar-se uma língua pluricêntrica.
- 5 - O termo «badiu» é usado para designar um habitante da ilha de Santiago (apenas) e também a variante do crioulo falado nessa ilha. Se uma pessoa não estiver familiarizada com o uso do termo «badiu», ele deverá ser evitado porque pode ser ofensivo em certos contextos. O mesmo para o termo «sampadjudu».
- 6 - As variantes rurais e urbanas não se manifestam apenas no crioulo de Santiago, mas também em todos as outras ilhas. Não se trata de diferenças dialectais, mas sim, de casos de basilectos e um acrolectos.
- 7 - «...os crioulos de Barlavento mantiveram uma relação mais estreita com o Português.». Trata-se de um mito. Estou presentemente a preparar um texto onde explico as origens desse mito.
- 8 - «...As grandes diferenças encontram-se entre o crioulo de Santiago (...) e o de Santo Antão.». É necessário clarificar porquê e quais são as fontes.
- 9 - «...muitas semelhanças entre os crioulos cabo-verdianos e algumas línguas da África ocidental...». Conforme foi dito atrás, isso ainda não está provado. Para além disso, os argumentos apresentados são incorrectos:
- - o uso de adjectivos verbais existe, mas é raro;
- - os adjectivos vêm depois dos substantivos, e não o inverso;
- - a entoação é usada para frases interrogativas para quase todas as línguas;
- - a repetição de palavras existe, mas é rara;
- - a presença de estruturas morfológicas africanas ainda precisa ser corroborada;
- 10 - «O badiu é muito próximo do crioulo falado na Guiné-Bissau.». Trata-se de outro mito. Estou presentemente a preparar um texto onde explico as origens desse mito.
- 11 - «...nos crioulos de Barlavento detecta-se a presença de uma fricativa palato alveolar surda.». É impreciso. Todas as variantes possuem fricativas palato alveolares. Repare-se nas palavras «côxa» [ˈkoʃɐ] e «lója» [ˈlɔʒɐ] que são pronunciadas praticamente da mesma maneira em todas as ilhas. O que o autor de aquela afirmação provavelmente quis dizer é que nas variantes de Santo Antão e São Vicente os sons [s] e [z] implosivos são palatizados. Enquanto que nas outras ilhas, palavras como «fésta» e «gósga» são pronunciadas [ˈfɛstɐ] e [ˈɡɔzɡɐ] respectivamente, em Santo Antão e São Vicente são pronunciadas [ˈfɛʃtɐ] e [ˈɡɔʒɡɐ]. Mas apenas em Santo Antão e São Vicente, as outras ilhas de Barlavento pronunciam os sons [s] e [z] implosivos como as ilhas de Sotavento.
- 12 - Não há nenhum organismo oficial, nem nenhuma entidade reconhecida que declarou que Mindelo é «a capital cultural de Cabo Verde».
- 13 - O ALUPEC não é baseado no crioulo de Santiago. A rejeição maciça que o ALUPEC tem tido (inclusive por santiaguenses) é porque é um sistema de escrita fonético que choca com os hábitos ortográficos que os cabo-verdianos têm vindo a seguir, que são hábitos ortográficos do português.
- 14 - Não existe nenhum estalido palatolingual, nem para comunicar em fim de frase nem em situação alguma.
Terceiro, não há necessidade de repetir a designação da língua. «Criolu / kriolu» e «criol / kriol» são a mesma palavra em crioulo cabo-verdiano, a diferença na escrita apenas reflecte a diferença entre os crioulos do Sul e os do Norte que perdem o «u» átono final. A diferença entre «Criolu / Criol» e «Kriolu / Kriol» apenas reflecte diferentes convenções da escrita: a escrita tradicional com «c» e a convenção ALUPEC com «k».
C. A. Duarte 213.63.94.42 12:51, 17 Fevereiro 2007 (UTC)
- Caro C. A. Duarte, registe-se e edite o artigo. Temos falta de pessoas com os seus conhecimentos. Ozalid 15:33, 17 Fevereiro 2007 (UTC)
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- Com certeza! Já criei um registo, assim que tiver acabado de compilar a bibliografia que me falta farei as devidas edições neste artigo. C. A. Duarte 213.63.94.42 08:43, 18 Fevereiro 2007 (UTC)
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- Verifico que o artigo inglês da Wiki sobre o crioulo de S. Vicente é mais completo que o português!
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Além disso, o glossário crioulo–português é retirado do inglês. Aliás, algumas palavras do quadro ainda estão em inglês. Daí concluo que: 1. A pessoa que fez o quadro – cuja boa vontade de forma alguma contesto – ou ainda não o terminou ou fê-lo um tanto à pressa. 2. O autor do quadro não sabe crioulo – ou seja, ainda nenhum utilizador de S. Vicente se dedicou a enriquecer o artigo sobre a sua língua materna. E é uma pena, pois os crioulos são a prova viva de como a linguagem é um dos factores essenciais da nossa humanidade. Estudar a génese destas línguas é fascinante – até porque é um tema extremamente complexo. Por desconhecimento, a (talvez ainda) maior parte das pessoas considera os crioulos línguas “mal faladas”. E temo que também muitos cabo-verdianos o pensem. Por ex, um professor português que leccionou em Cabo Verde durante algum tempo afirma, no seu blogue, que o crioulo não tem gramática. Não sei que disciplina o professor ensina, mas mesmo que seja educação física, é espantoso pensar tal coisa! Mas em vez de estar aqui a perorar, remeto-vos para a leitura do artigo da Wiki “Línguas crioulas”. E aproveito para lançar um repto àqueles que têm o crioulo como língua materna para melhorarem substancialmente os artigos sobre cada uma das variedades. Mas, por favor, não se limitem a traduzir o texto inglês. Isso qualquer um poderia fazer… Ponham o artigo a papia crioulo! Analógica 03:50, 11 Março 2007 (UTC)
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- Posso ainda acrescentar que todos os artigos precisavam de uma grande revisão. O artigo sobre o crioulo de Santo Antão falava do crioulo da Brava, o do Sal mencionava o Fogo, etc.
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Nos artigos sobre as variedades de cada ilha repete-se uma e outra vez: 1) é uma língua 2) é uma língua diferente do português 3) na evolução fonética as palavras sofreram grande erosão 4) não há inteligibilidade do Pt para o Ccv De facto, não terei acrescentado grande coisa, até porque não conheço suficientemente a gramática e outras características do Ccv. No entanto, creio ter salientado o estatuto de verdadeira língua, uma língua de per se, ultrapassando a definição de que o Ccv é uma língua porque é diferente do Pt! Por favor quem souber mais, colabore. Apague o que escrevi e ponha melhor. Dê exemplos das diferenças entre: 1) badiu vs. Sampadjudu; 2) variedades entre si Façam um quadro com vocabulário fundamental, com a respectiva tradução (tal como nos artigos em inglês ou no artigo sobre S. Vicente) Descrevam e exemplifiquem as características e o comportamento morfo-sintáctico da língua: pronomes pessoais e possessivos; verbo – tempo e aspecto; negação; cópula; adjectivos verbais Questões fonéticas. Referir a situação de diglossia e suas consequências, como a descrioulização. Valerá realmente a pena haver nove artigos, um por cada ilha e respectiva variedade linguística (ou dialecto – os linguistas não estão de acordo quanto a este ponto)? Efectivamente, esses artigos repetem-se, exceptuando os dedicados a S. Vicente e Santiago – o que é de uma pobreza confrangedora (eu limitei-me a melhorar o texto e a copiá-lo para 7 páginas…) Aliás, com artigos tão diminutos é inútil haver um índice, não é? E, deixando para o fim algo de extremamente importante, a literatura – poesia e prosa –, a imprensa escrita, outros meios de comunicação social. Analógica 03:50, 11 Março 2007 (UTC)
[editar] Alterações
Fiz as correcções sugeridas por Duarte e tornei o artigo mais completo conforme foi sugerido por Analógica. Demorei um mês para reunir a bibliografia necessária, e ainda estou à espera do resto que mandei vir de Cabo Verde, mas acho, humildemente, que valeu a pena, pois, havia muita asneira a circular por aí acerca do crioulo (consultar as versões anteriores a 17 de Março de 2007).
Ainda não acabei (faltam ainda pequenas formatações e actualizar alguma bibliografia), mas pelo menos já pus essas cinco páginas com informação que considero minimamente essencial:
Assim que eu tiver tempo (é que eu trabalho, minha boa gente!) vou completar os artigos referentes a cada uma das nove variantes e sobre uma lista de Swadesh para palavras em crioulo.
Ten Islands 16:50, 17 Março 2007 (UTC)
Se vocês dizem que é uma língua só, porquê que existem páginas para cada um dos crioulos? E porquê que cada uma dessas páginas sobre os crioulos está formatada (quadro, número de falantes, classificação, etc.) como se fosse uma língua? Vocês, caboverdianos, julgam-se melhores que toda a gente?
- Caro utilizador(a),
- Sinceramente, eu não percebo o porquê da sua agressividade. Se é que eu percebi bem o funcionamento desta enciclopédia on-line, ela rege-se pelo princípio da verificabilidade e não da veracidade, ou seja, qualquer afirmação aqui feita não tem a pretensão de ser uma verdade absoluta, mas sim, poder citar qual(is) o(s) autor(es) de determinada afirmação. O que está escrito neste artigo é que «As autoridades linguísticas em Cabo Verde consideram o crioulo como uma língua única», e essa frase foi redigida depois de existir vários artigos sobre cada uma das variantes do crioulo.
- Pessoalmente, como falante do crioulo como língua materna, eu vejo o crioulo como uma língua única, não é o facto de eu poder alternar entre uma variante e outra que faz de mim um «poliglota»… No entanto, pode haver quem não concorde comigo. Respeito isso. Mas se de facto, a maioria considerar que não se justifica que os artigos sobre cada uma das variantes esteja formatado como se fosse uma língua, lanço uma sugestão aos Wikipedistas para que façam as alterações necessárias.
- Ten Islands 05:08, 23 Março 2007 (UTC)
[editar] Diglossia
Olá! Estive uns tempos ausente (há mundo para lá do globo da Wikipédia :-) mas gosto sempre de voltar e apreciar as melhorias.
Reparei que diglossia está agora com a nota "[
]". Então tirei da prateleira o livro "Bilinguismo ou Diglossia?" de Dulce Almada Duarte, para o ir citar (embora não tenha sido eu a escrever sobre a diglossia neste artigo da Wikipédia). Mas depois verifiquei que o livro já está citado na Bibliografia.Assim, a minha questão é: nestas circunstâncias, é necessário acrescentar, ainda assim, a nota "[
]"?Um abraço. Francisco, Xuaxo 15:45, 1 Abril 2007 (UTC)
- Actualizado! Thanks!
- Ten Islands 17:30, 1 Abril 2007 (UTC)