Discurso secreto

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O chamado Discurso Secreto, cujo nome oficial é Sobre o culto à personalidade e suas consequências, é uma famosa intervenção do político soviético Nikita Khrushchov durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, o 25 de Fevereiro de 1956. Neste são denunciados supostos "crimes" que teriam sido cometidos por Estaline e a repressão durante os chamados Grandes Expurgos nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. O discurso significou o rompimento da linha oficial do Partido dos postulados reflectidos no chamado estalinismo, de maneira que se tenta regressar ao PCUS seu leninismo oficial e inicial, repudiando o culto à personalidade.

O título foi adquirido da sessão na qual foi pronunciado, já que foi à porta fechada e na qual não participaram os convidados estrangeiros do Congresso. O texto original só foi publicado em sua totalidade na gazeta oficial do Comité Central do Partido no dia 3 de Março de 1989, como produto da abertura realizada por Mikhail Gorbatchov no proceso conhecido como glasnost.

[editar] História

Ao contrário do que se acredita, o discurso secreto não significou a primeira quebra dos novos governantes da URSS com Estaline. Antes do discurso já se haviam dado os primeros passos até o fim da estrutura repressiva que reinava no país. De fato, o discurso em si baseia-se em parte nas conclusões obtidas pelo grupo chamado «Comissão Shvernik». Esta comissão especial do Comitê Central (CC) do PCUS havia sido criada a 31 de Janeiro de 1955, com o fim de investigar a repressão exercida contra os delegados do XVII Congresso do Partido de 1934. Esta logrou reunir suficiente evidência para denunciar que, no período entre os anos 1938 e 1939, durante os momentos mais agitados da grande "Purga", mais de um milhão e meio de membros do Partido haviam sido acusados de realizar «actividades anti-soviéticas», dos quais pelo menos 680.000 foram executados. Estudos contemporâneos exageram essa cifra para mais do dobro. A quantidade foi confecionada com as listas que haviam sido assinadas pelo próprio Estaline

Para o ano de 1956, a nova camada de dirigentes do estado comunista se enfrentavam a um lento proceso de rehabilitação dos chamados «velhos bolcheviques», enquanto que o proceso de liberação dos internos dos campos de trabalho forçados era demasiado pausado. Apesar aos logros anteriores, as vítimas que pertenciam ao grupo conhecido como «[[processos de Moscovo» recém foram reabilitados em plenitude em 1988.

[editar] Noticias do discurso

Pouco depois do discurso pronunciado no Congresso partidário, notícias de seu existência chegaram a Ocidente por meio de um jornalista da agencia Reuters chamado John Rettie, quem supo de seu existência em um breve lapso de tempo, já que se lhe informou de ele antes de dispor-se a viajar a Estocolmo. De esta forma seu existência era conhecida nos países capitalistas desde meados de Março. Rettie por seu parte acreditava que se tratava de um discurso redigido por Khrushchov mas lido por outro intermediário.

Em 5 de Março de 1956, o Presidium do PCUS ordenou a todas as organizações partidárias, ao igual que aos membros do Komsonmol, que o informe de Khrushchov fora lido em todas as reuniones, tanto em presença dos militantes como dos não membros. assim o conteúdo do discurso era já conhecido por quase toda a população soviética não mesmo ano em que foi pronunciado. pelo anterior o término discurso secreto debe ser considerado errado, já que nunca o foi para a população russa. Apesar disto, o texto completo do discurso recién se publicou em 1989.

Poco depois de efectuado o discurso, foram emitidas copias dele aos principais dirigentes dos partidos comunistas da Europa Oriental. aos dirigentes ou militantes de outros partidos não lhes foi informado de seu existência até que foi conhecido públicamente ao ser publicado pela imprensa estadunidense.

A forma como chegou a ser conhecido o texto fora da órbita soviética foi curiosa. Como foi dito, o documento foi recibido pelos líderes dos países comunistas europeus. não caso da Polónia, foi recibido também pelo primeiro secretário do Partido Comunista, Edward Ochab. Uma de suas secretárias, de nome Lucía Baranowski se o prestó a seu novio judeu Viktor Grayevsky. Este último era jornalista e lhe haviam chegado rumores de seu existência. ao ter o discurso em suas mãos, levou-o à embaixada de Israel em Varsovia donde se o prestou, sem saberlo, a um agente da inteligencia hebrea de nome Yaakov Barmor, quem o fotografió e remitió os negativos a Jerusalén, os que chegaram o 13 de Abril de 1956. os serviços secretos israelítas tinham um pacto secreto de colaboração com a inteligencia americana e ante tamanho documento, lhe remeterom uma copia a Allen Dulles, diretor da CIA, quem –uma vez comprovada seu autenticidad- informó ao presidente dos Estados Unidos Eisenhower do texto titulado XX Congresso do Partido, o discurso do camarada Khrushchov, quem autorizó que a informação fora transferida ao New York Times para seu publicação.

[editar] Estrutura do discurso

a estrutura (parcial) do discurso secreto é a seguinte:

Denúncia do culto a Stalin.
- Menções aos textos clásicos de marxismo-leninismo pelos que se ataca ao culto ao indivíduo.
- Menções ao testamento de Lenin e de escritos de Nadejda Krupskaia nos quais se ataca o carácter de Stalin.
- Antes de Stalin a disputa ideológica com o trotskismo era puramente intelectual, e foi ele quem introduziu o conceito de «inimigo do povo».
- Violação por parte de Stalin das normas acerca o liderazgo coletivo.
  - repressão contra os «velhos bolcheviques» e dos delegados ao XVII Congresso. dos 1.966 delegados, 1.108 foram acusados de ser contrarevolucionários, sendo executados 848 de eles. dos 139 membros e candidatos ao Comitá Central, 98 foram declarados «inimigos do povo».
  - depois da brutal repressão, Stalin deixó de considerar as opiniões coletivas.
- Exemplos da repressão estalinista:
  - Criação de pruebas falsas para acusar a suas inimigos.
  - Exagero de seu papel durante a Grande Guerra Patriótica.
  - Deportação das nacionalidades.
  - Complô dos doutores
  - Criação de pinturas, canções, etcétera para adular o líder.