Domiciano Leite Ribeiro
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Domiciano Leite Ribeiro, o Visconde de Araxá, (São João del-Rei, 22 de abril de 1812 — Desengano, 12 de junho de 1881) foi um advogado, político, ministro, poeta, escritor e nobre brasileiro.
Filho natural do padre João Ferreira Leite e de Maria Ifigênia da Costa, era sobrinho paterno do Barão de Airuoca e da Baronesa de Itambé.
Começou seus estudos em sua cidade natal e seguiu aos quinze anos de idade para a cidade de São Paulo onde assistiu à inauguração festiva da Faculdade de Direito em 1827, e nela matriculou-se em 1829. Formado 1833, regressou à sua terra, ocasião em que libertou por sua própria conta o escravo que tinha sido seu pagem durante todo o curso de Direito.
Foi nomeado juiz de Direito na sua cidade e eleito deputado pela província de Minas Gerais em 1840. Em 1842 participou com o Dr. Francisco de Assis Furquim de Almeida e outros rebelados, do comando da cidade de São João del-Rei pelo partido chefiado por Teófilo Ottoni, líder da Revolução Liberal.
Foi nomeado presidente da província de São Paulo em 1848. Em 1850 fixou residência na cidade fluminense de Vassouras, onde moravam diversos de seus parentes. Em 1865 foi nomeado presidente da província do Rio de Janeiro.
Pertenceu ao Conselho do Imperador e ao Conselho de Estado e era Grande do Império.
Foi o autor da redação do Manifesto Vassourense, texto famoso que os partidos políticos de Vassouras dirigiram ao ao Senado do Império contra a reforma judiciária do ministério do Marquês de Paraná, acontecimento que ficou registrado como o Movimento de Vassouras, considerado fato marcante e luminoso na história daquela cidade.
Era o Visconde de Araxá fora da política, poeta e prosador. Colaborador de diversos jornais, escrevia no Correio Mercantil com o pseudônimo de "Poeta Vassourense" e no jornal "O Município" com o de "Macedônio" (um anagrama de seu prenome). Publicou em 1862 um hoje raríssimo livro, de 392 páginas, intitulado "Trovas de um quidam", que ele caprichosamente escondeu, não permitindo que fossem distribuídos, e que só foram descobertos após a sua morte. Também somente após sua morte, que seus parentes e amigos mandaram publicar, em 1883, na própria cidade de Vassouras, a sua obra intitulada "Reminiscências e Fantasias", prefaciada por seu primo e amigo de cinqüenta anos, o Barão de São João Nepomuceno, em cujo texto tem o relato do prefaciador, de ter ouvido diversas vezes, da própria boca do Imperador Dom Pedro II, o conceito de que o Visconde de Araxá era "Um grande caráter!!". A venda da edição de sua obra reverteu por instrução de seus familiares, em benefício do Asilo Furquim..
Casou com sua prima Mariana Jacinta da Silva Guimarães (1825 - 1880), filha do major José Bento Ferreira da Silva e Mariana Carlota Almeida Leite, e tiveram sete filhos
Faleceu fora da cidade de Vassouras, onde possuía uma grande chácara urbana, na rua que tem seu nome, na ocasião em que a cidade estava sofrendo com uma epidemia da febre amarela, atendendo a recomendações de seu filho médico, já que encontrava-se abatido pela idade e pela tristeza da viuvez recente.
Foi enterrado no cemitério da Estação do Desengano, e posteriormente transferido os restos para o Cemitério da Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras.
Além da rua Visconde de Araxá em Vassouras, em Niterói - antiga capital fluminense - o bairro do Ingá tem outra via pública que o homenageia com o nome de "rua Presidente Domiciano".
[editar] Bibliografia
SILVA, Rudy Mattos da - Galeria das Personalidades Notáveis de Vassouras - Vassouras - 2002 - pág. 58
Precedido por Joaquim Floriano de Toledo |
Presidente de São Paulo 1848 — 1848 |
Sucedido por Vicente Pires da Mota |
Precedido por Bernardo de Sousa Franco |
Presidente do Rio de Janeiro 1865 — 1866 |
Sucedido por Esperidião Elói de Barros Pimentel |