Economia da Região Nordeste do Brasil
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A renda per capita nordestina evoluiu de US$ 397 em 1960 (41,9% da nacional) para US$ 2.689,96 em 1998 (56% da nacional). Ainda assim, é a região brasileira com a mais baixa renda per capita e maior nível de pobreza. 50,12% da população possui uma renda familiar de meio salário mínimo e de acordo com o levantamento da UNICEF divulgado em 1999 as 150 cidades brasileiras com a maior taxa de desnutrição se encontram no Nordeste.
A capacidade energética instalada é de 10.142 MW.
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[editar] Agricultura
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da região, produzido principalmente por Alagoas, seguido por Pernambuco e Paraíba, também é importante destacar os plantios de algodão (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), tabaco (Bahia) e caju (Paraíba e Ceará), uvas finas, manga, melão, acerola, e outros frutos para consumo interno e exportação. . Também destacamos a produção de feijão em Irecê e de soja em Barreiras, Bahia. Nos vales do rio São Francisco (Bahia e Pernambuco) e do Açu (Rio Grande do Norte) existe o cultivo irrigado de frutas para exportação. No sertão predomina a agricultura de subsistência, prejudicada às vezes pelas constantes estiagens.
[editar] Pecuária
Na região se cria principalmente gado, os maiores rebanhos bovinos estão na Bahia, Pernambuco e Ceará, no sertão os produtores têm sempre prejuízos devido as constantes secas. Caprinos — que são mais resistentes —, suínos, ovinos e aves.
As feiras de gado são comuns nas localidades do agreste nordestino, foram estas feiras que deram origem a cidades como Campina Grande, Feira de Santana etc.
[editar] Indústria
É mais forte e diversificada nas grandes regiões metropolitanas como a do Recife, a de Salvador e a de Fortaleza.
Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, chips, softwares, baterias e produtos petroquímicos, além de marcas de etiquetas famosas, calçados de couro e de lona, tecidos de todos os tipos e sal marinho. O pólo gesseiro de Araripina, em Pernambuco, é o mais importante do país, responsável por 95% do gesso consumido no Brasil.
[editar] Indústria Petrolífera
O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental de vários estados da região e processado na Refinaria Landulfo Alves, em Candeias, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, ambos no estado da Bahia. Recentemente foi lançada a pedra fundamental da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Os principais produtores nordestino de Petróleo são o Rio Grande do Norte que em 1997 era o 2º maior produtor petrolífero do país, a Bahia e Sergipe, as principais bacias estão no mar. Destaque também para o gás natural que é abundante na Região, somente a Bacia Alagoas/Sergipe vai durar por cerca de 120 anos.
[editar] Turismo
O imenso litoral com praias belíssimas -- muitas intocadas -- que são somente comparadas as do Caribe, colocam o Nordeste entre as grandes rotas de turismo no mundo, milhões de turistas desembarcam nos modernos aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensamente na melhora da infra-estrutura, criação de novos pólos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo. O ecoturismo ainda é pouco "explorado" no Nordeste, mas tem grande potencialidade, dentre os roteiros estão as trilhas da Mata Atlântica e a Serra da Capivara no Piauí, este que é um dos principais parques arqueológicos do país.
A cultura da região é, também, um grande atrativo para o turista, todos os estados tem folguedos e tradições diferentes. Olinda, São Luís e o Pelourinho -- em Salvador -- são os grandes atrativos culturais da região, sendo considerados Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
O arquipélago de Fernando de Noronha -- com suas ilhas e praias de águas límpidas e cristalinas -- também está ganhando destaque nacional e mundial, pelas ilhas é possível avistar os golfinhos saltadores que são uma atração à parte. Outro lugar de destaque são os Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais.
[editar] Transportes
A malha viária da região tem 394 700 km de rodovias que, em geral, estão precárias, com algumas exceções. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a BR-116 e a BR-101. Apesar de seu sistema ferroviário ser precário, suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza os principais destaques, recebem milhões de turistas anualmente e mantêm vôos regulares, com as principais cidades da Europa. Atualmente, apenas o Recife dispõe de um sistema de metrô, este que é considerado o mais limpo do mundo, os metrôs de Fortaleza e de Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos.
[editar] Produto Interno Bruto
Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto da Região Nordeste chega a quase 215 bilhões de reais. Pelas contas da Sudene, o PIB real do Nordeste cresceu entre 1970 e 1997 a uma taxa anual de 5,3%, enquanto a taxa média do Brasil ficou em 4,5%.
Em 2003 seu PIB era de R$214 bilhões ou 13,8% do PIB brasileiro, superando o de países como Chile, Singapura, Venezuela, Colômbia e Peru. Apesar disso, há grandes desigualdades sócio-econômicas na região, sendo o estado mais rico a Bahia e o mais pobre o Piauí, este último também o estado mais pobre do país.
A região é vista por muitos economistas como uma das mais promissoras do mundo ocidental, pois tem cerca de 30% da população brasileira e grande parte de seus habitantes ainda nem entraram no mercado consumidor. Segundo o economista José Otamar de Carvalho a renda per capita regional equivale a 60% da renda do Sudeste (40% em 1960), mas o percentual de renda apropriado pelos 10% mais ricos chega a cerca de 50%.
Estados | PIB | % do PIB nacional | % do PIB regional | PIB per capita | % do PIB per capita regional |
---|---|---|---|---|---|
Bahia | 73.166.488 | 4,7% | 34% | 5.445,71 | 14% |
Pernambuco | 42.260.926 | 2,7% | 20% | 5.177,85 | 14% |
Ceará | 28.425.175 | 1,8% | 13% | 3.663,77 | 10% |
Maranhão | 13.983.802 | 0,9% | 7% | 2.380,77 | 6% |
Rio Grande do Norte | 13.695.517 | 0,9% | 6% | 4.742,12 | 13% |
Paraíba | 13.710.913 | 0,9% | 6% | 3.896,70 | 10% |
Alagoas | 10.325.908 | 0,7% | 5% | 3.539,10 | 9% |
Sergipe | 11.704.013 | 0,8% | 5% | 6.243,43 | 17% |
Piauí | 7.325.106 | 0,5% | 3% | 2.505,40 | 7% |
[editar] Desenvolvimento humano
Entre os anos 1960 e 1997 houve redução da mortalidade infantil (de 166 para 58,3 por mil), aumento da esperança de vida (de 41 para 64,8 anos), incremento da população alfabetizada (de 34% para 70,6%), abastecimento urbano de água (164 cidades para 1.651 cidades).