Eduard Bernstein
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Eduard Bernstein (Berlim, 6 de janeiro de 1850 — Berlim, 18 de dezembro de 1932) foi um político e teórico político alemão. Foi o primeiro grande revisionista da teoria marxista e um dos principais teóricos da social-democracia.
Na Alemanha, em 1875, é fundado o SPD (Sozialistische Partei Deutschland), um partido criado por defensores do socialismo, que, no entanto, foi progressivamente abandonando o objectivo da tomada do poder através de uma revolução e adoptando o objectivo de chegar ao poder através de eleições. Esse objectivo foi ficando cada vez mais próximo à medida que o SPD ia obtendo cada vez melhores resultados eleitorais.
Esta mudança estratégica do SPD teve dois grandes teóricos: Karl Kautsky e Eduard Bernstein.
Este último vai colocar em causa as teses marxistas − não totalmente, mas em alguns aspectos importantes:
- ataca a doutrina do materialismo histórico ao considerar que há outros factores para além dos económicos que determinam os fenómenos sociais.
- ataca as teses dialécticas por não conseguirem explicar todas as mudanças em organismos complexos, como as sociedades humanas.
- ataca a teoria do valor dos bens, ao considerar que aquele vem da utilidade destes.
- Coloca também em causa as “leis” da inevitabilidade da concentração capitalista e do empobrecimento crescente do proletariado (aliás, provou com estatísticas que a situação económica do proletariado e o seu poder de compra vinham a melhorar, bem como começavam a haver trabalhadores a tornarem-se proprietários − aumentando a classe média).
Portanto, ataca a ideia da inevitabilidade histórica do socialismo por motivos económicos: o socialismo chegaria mais tarde ou mais cedo, sim, mas por motivos morais, por ser o sistema político mais justo e solidário.
E ataca a ideia da existência de apenas duas classes sociais, uma opressora e uma oprimida, reivindicando a existência de várias classes interligadas e de um interesse nacional superior.
Em alternativa às teses marxistas que criticava, Bernstein defendia a melhoria gradual e constante das condições de vida dos trabalhadores (dar-lhes meios para ascender à classe média), tinha dúvidas quanto à necessidade de nacionalizações em massa de empresas e recusava a via da violência revolucionária para atingir o socialismo (como o socialismo era inevitável por motivos morais, não era necessário derramar sangue por ele − acabaria por chegar um dia).