Eduardo VII do Reino Unido
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Ordem: | Rei do Reino Unido e Imperador da Índia |
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Reinado: | 21 de Janeiro de 1901–6 de Maio de 1910 |
Predecessor: | Vitória, Rainha da Grã-Bretanha |
Sucessor: | Jorge V |
Data de Nascimento: | 9 de Novembro de 1841 |
Local de Nascimento: | Londres |
Data de Falecimento: | 6 de Maio de 1910 |
Local de Falecimento: | Londres |
Pai: | Alberto de Saxe-Coburgo-Gota |
Mãe: | Vitória |
Consorte: | Alexandra da Dinamarca |
Eduardo VII do Reino Unido (em inglês: Albert Edward; em português: Alberto Eduardo) (9 de Novembro 1841 – 6 de Maio 1910) foi Rei do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, rei de 15 países da Commonwealth e Imperador da Índia. Filho primogênito da Rainha Vitória, Eduardo VII foi o primeiro monarca britânico da Casa de Saxe-Coburgo-Gota. Reinou de 22 de Janeiro de 1901 até à sua morte, em 6 de Maio de 1910.
Antes de sua acessão ao trono, Eduardo foi Príncipe de Gales e tem a distinção de ter sido o herdeiro aparente do trono por mais tempo que qualquer um em toda a história britânica. Seu reinado, agora chamado de Período Eduardiano, viu o primeiro reconhecimento oficial do ofício de primeiro-ministro. Tornou-se o primeiro monarca britânico a visitar a Rússia (1908), teve um papel na modernização de Home Fleet e na reforma da Army Medical Services, depois da Segunda Guerra dos Bôeres.
Índice |
[editar] Infância
Eduardo nasceu às 10:48 da manhã em 9 de Novembro de 1841 no Palácio de Buckingham. Sua mãe era a Rainha Vitória, a única filha de Eduardo Augusto, Duque de Kent e Strathearn, e neta do Rei Jorge III. Seu pai era o Príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, primo-irmão e consorte de Vitória. Foi cristianizado Alberto Eduardo (a partir de seu pai e de seu avô materno), na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, em 25 de Janeiro de 1842. As pessoas mais íntimas ligadas a ele o chamavam de Bertie. Seus padrinhos foram:
- Frederico Guilherme IV da Prússia
- Adolfo, Duque de Cambridge
- Fernando II de Portugal
- Maria, Duquesa de Saxe-Coburgo e Gota
- Princesa Carolina de Hesse-Cassel
- Princesa Sofia do Reino Unido
Como filho mais velho de um soberano britânico, ele foi automaticamente titulado Duque da Cornualha, Duque de Rothesay, Conde de Carrick, Barão Renfrew, Senhor das Ilhas e Príncipe da Escócia. Como filho do Príncipe Alberto, ele também detinha os títulos de Príncipe de Saxe-Coburgo-Gota e Duque da Saxônia. A rainha Vitória conferiu-lhe o título de Príncipe de Gales e Conde de Chester em 9 de Dezembro de 1841. Recebeu o título de Conde de Dublin (17 de Janeiro de 1850) e tornou-se cavaleiro da Ordem da Jarreteira (9 de Novembro de 1858) e da Ordem do Cardo-selvagem (24 de Maio de 1867). Em 1863, ele renunciou seus direitos de sucessão ao ducado de Saxe-Coburgo-Gota em favor de seu irmão, o Príncipe Alfredo.
A Rainha Vitória e o Príncipe Alberto determinaram que seu filho mais velho teria uma educação que o prepararia para ser um modelo de monarca constitucional. Aos sete anos, Bertie foi envolvido num rígido programa educacional projetado por seu pai e sob a supervisão de vários tutores. No entanto, diferente de sua irmã mais velha, o Príncipe de Gales não excedeu em seus estudos. Ele tentou satisfazer as expectativas de seus pais, mas sem resultado. Ele não era um aluno diligente, e seus verdadeiros talentos eram seu charme, sua sociabilidade e sua diplomacia. Observadores de sua juventude o consideraram um garoto amimalhado, pregüiçoso e, às vezes, cruel.
O Príncipe de Gales esperava possuir uma carreira na Armada Britânica, mas isso não foi permitido porque ele era o herdeiro ao trono. Ele serviu brevemente o regimento Grenadier Guards em 1861; contudo, era largamente uma sinecura. Ele avançou do cargo de tenente para coronel numa questão de meses. Em outubro de 1859, ele matriculou-se como um estudante que ainda não havia colado grau em Christ Church, na Universidade de Oxford (onde ele conheceu Lewis Carroll e assinou seu livro de autógrafos, mas recusou-se a posar para uma fotografia). Em 1861, transferiu-se para Trinity College, Cambridge, mas nunca recebeu um grau.
Em sua juventude, ele ganhou a fama e reputação de playboy. Em dezembro de 1861, seu pai morreu de febre tifóide, apenas duas semanas depois de visitá-lo em Cambridge. O príncipe Alberto tinha repreendido seu filho depois que um último caso com uma atriz se tornou matéria para jornais. A rainha, em luto inconsolável (que a acompanhou pelo resto da vida), culpou Bertie pela morte do pai. Ela achava seu filho frívolo, indiscreto e irresponsável.
[editar] Casamento
Uma vez viúva, a rainha Vitória retirou-se efetivamente da vida pública, mas pouco tempo depois da morte do príncipe consorte, ela arranjou para seu filho uma noiva: a Princesa Alexandra da Dinamarca, a filha mais velha do Rei Cristiano IX da Dinamarca. Eles se casaram na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, em 10 de Março de 1863.
Eduardo e sua esposa estabeleceram Marlborough House como residência londrina e Sandringham House, em Norfolk, como um refúgio campestre. Eles se entretinham numa escala pródiga. Eduardo era um caçador bastante entusiasmado e ordenava que todos os relógios de Sandringham estivessem adiantados meia hora, para prolongar seu passatempo. Isso criou a famosa tradição do Sandringham Time, que durou até 1936, quando foi abolida por Eduardo VIII.
O casamento encontrou desaprovação em certos círculos porque a maioria das relações parentescas de Vitória eram alemãs, e a Dinamarca estava em forte desacordo e em total desarmonia com a Alemanha, por causa dos territórios Schleswig e Holstein. Após o casamento de seu filho, a rainha expressou uma certa ansiedade sobre o estilo de vida que levavam e tentou dar ordens a eles. Vitória inclusive decidiu os nomes de seus netos.
[editar] Infidelidade
Eduardo tratava seu casamento com indiferença: mantinha casos com várias amantes, entre as quais a atriz Lillie Langtry e a socialite Jennie Jerome (mãe do primeiro-ministro Winston Churchill). Outras amantes foram: Daisy Greville, Condessa de Warwick, a atriz Sarah Bernhardt, a dançarina La Belle Otero e a rica humanitária Agnes Keyser. Lord Charles Beresford começou a ter um caso com Daisy Greville, Condessa de Warwick, ao mesmo tempo que Eduardo, o que causou o fim da amizade entre ambos. Agnes Keyser, que nunca foi casada, detinha, segundo o livro Edward VII's Last Loves: Alice Keppel and Agnes Keyser, de Raymond Lamont-Brown, uma ligação emocional com Eduardo que outras amantes nunca tiveram. Ela preferia se encontrar privativamente com o príncipe e tornou-se a mais favorita das amantes dentro dos círculos da realeza. Eduardo ajudou Keyser e sua irmã a fundar um hospital para oficiais militares.
Sua esposa, Alexandra, estava ciente de todos os casos extraconjugais do marido e até os aceitava, desde que não fosse vista com as amantes do marido. O príncipe e Lord Randolph Churchill discutiram somente no início do envolvimento de Eduardo com a esposa de Churchill (Jennie Jerome), mas a amizade durou até a morte de Lord Churchill em 1895. Jennie também era amiga de Alexandra, que gostava de sua companhia.
Sua última amante "oficial" foi a cortesã e matrona da sociedade Alice Keppel (Eduardo mantinha relações com Keppel e Keyser simultaneamente). Alexandra permitiu que Alice ficasse ao lado da cama de Eduardo (que solicitou isso escrevendo num papel), no seu leito de morte em 1910, embora não gostasse dela. Há rumores de que Alice era uma das poucas pessoas que sabiam como lidar e como por um fim nas mudanças imprevisíveis de humor do príncipe. Uma das bisnetas de Alice Keppel, Camilla Parker Bowles, tornou-se amante e segunda esposa de Carlos, Príncipe de Gales, cujo trisavô é Eduardo VII.
[editar] Filhos
Nome | Nascimento | Morte | Casamento |
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Príncipe Alberto Victor, Duque de Clarence | 8 de Janeiro de 1864 | 14 de Janeiro de 1892 | Não casou-se. |
Jorge V do Reino Unido | 3 de Junho de 1865 | 20 de Janeiro de 1936 | Casou-se com Maria de Teck, com quem teve seis filhos. |
Luísa, Princesa Real e Duquesa de Fife | 20 de Fevereiro de 1867 | 4 de Janeiro de 1931 | Casou-se com Alexander Duff, 1° Duque de Fife, com quem teve três filhos. |
Princesa Vitória Alexandra | 6 de Julho de 1868 | 3 de Dezembro de 1935 | Não casou-se. |
Princesa Maud | 26 de Novembro de 1869 | 20 de Novembro de 1938 | Casou-se com Haakon VII da Noruega, com quem teve um filho. |
Príncipe Alexandre João de Gales | 6 de Abril de 1871 | 7 de Abril de 1871 |
[editar] Rei
Quando a Rainha Vitória morreu em 22 de Janeiro de 1901, o Príncipe de Gales, aos 59 anos, tornou-se rei, tendo sido o segundo homem mais velho a ascender ao trono britânico (o recordista é Guilherme IV, que assumiu com 64 anos). Para a supresa de todos, ele escolheu reinar com o nome de "Eduardo VII", ao invés de Alberto Eduardo, como sua mãe havia requerido (nenhum rei britânico ou inglês até hoje reinou com um nome composto). O novo rei declarou que escolheu "Eduardo" para honrar os seus seis predecessores e que ele não desejava minguar a posição de seu pai. A rainha Vitória não queria que nenhum de seus sucessores usasse o nome de seu finado marido para reinar. Alguns observadores, notando que Eduardo VII acendia cigarros em lugares onde sua mãe sempre havia proibido fumar, pensaram que sua rejeição pelo nome Alberto como um nome reinante era uma confirmação de que ele estava finalmente livre das sombras de seus pais.
Eduardo VII e a Rainha Alexandra foram coroados na Abadia de Westminster em 9 de Agosto de 1902. Sua coroação originalmente havia sido marcada no dia 26 de Junho daquele ano; porém, o rei desenvolveu uma Apendicite. Graças à descoberta da Anestesiologia nos 50 anos anteriores, ele pode realizar uma operação, feita por Sir Frederick Treves. Duas semanas depois foi anunciado que o rei estava fora de perigo. Treves foi honrado com a dignidade de um baronete, e a cirurgia de apêndice entrou para o mainstream médico pela primeira vez na história.
Como rei, os principais interesses de Eduardo VII foram negócios navais e militares. Fluente em francês e em alemão, ele fez várias visitas a bordo. Uma das mais importantes foi a visita que fez à França na primavera de 1903, como convidado do presidente Émile Loubet.
[editar] "Tio da Europa"
Eduardo VII, através de sua mãe e de seu sogro, estava relacionado com muitos monarcas europeus e ganhou o apelido de "Tio da Europa". Wilhelm II da Alemanha, Nicolau II da Rússia, Ernesto Luís, Grão-Duque de Hesse e Carlos Eduardo, Duque de Saxe-Coburg e Gotha eram seus sobrinhos. Vitória Eugênia da Espanha, a Princesa Herdeira Margarida da Suécia, a Princesa Marie da Romênia e a Imperatriz Alexandra Feodorovna da Rússia foram suas sobrinhas. Haakon VII da Noruega era seu genro e seu sobrinho. Jorge I da Grécia e Frederico VIII da Dinamarca eram seus cunhados. Alberto I da Bélgica, Carlos I de Portugal, Manuel II de Portugal, Fernando I da Bulgária, Guilhermina dos Países Baixos e Ernesto Augusto, Duque de Brunswick eram seus primos. As relações voláteis com seu sobrinho, Wilhelm II, exacerbaram em tensões entre Alemanha e Grã-Bretanha na década anterior à Primeira Guerra Mundial.
[editar] Morte
Em 6 de Maio de 1910, Eduardo VII foi acamado, com Bronquite. Ele fumou seu último cigarro do dia e então começou a sofrer ataques cardíacos e morreu às 11:45 da noite no Palácio de Buckingham. Eduardo VII foi um bom sucessor, mas apenas reinou por nove anos. Ele garantiu que seu filho e sucessor, Jorge V, estivesse melhor preparado para o trono. Seu corpo está enterrado na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.
[editar] Títulos
- 1841: Sua Alteza Real O Duque da Cornualha
- 1841-1901: Sua Alteza Real O Príncipe de Gales
- 1901-1910: Sua Majestade (fora do Reino Unido, o soberano era algumas vezes referido como "Sua Majestade Imperial" o Rei-Imperador).
Precedido por: Vitória |
Rei do Reino Unido | Sucedido por: Jorge V |