Engenheiros do Hawaii
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Engenheiros do Hawaii | |
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Origem | Porto Alegre - RS |
País | Brasil |
Período | 1985 - atualmente |
Gênero(s) | Rock, Rock Progressivo, MPB e Regional |
Gravadora(s) | Universal e BMG |
Integrantes | Humberto Gessinger Gláucio Ayala Bernardo Fonseca Fernando Aranha Pedro Augusto |
Ex-Integrantes | Adal Fonseca, Augusto Licks, Paulinho Galvão , Fernando Deluqui, Carlos Maltz, Marcelo Pitz, Ricardo Horn, Carlos Stein, Paolo Casarin, Luciano Granja, Lucio Dorfman |
Sítio oficial | www.EngenheirosDoHawaii.com.br |
Engenheiros do Hawaii é uma banda de rock brasileira, formada em Porto Alegre em 1985, e que alcançou grande popularidade com suas canções irônicas e críticas. O vocalista Humberto Gessinger é o único integrante original a permanecer no grupo até hoje.
Índice |
[editar] Trajetória
[editar] Os primeiros anos (1985 – 1989)
Quatro estudantes da Faculdade de Arquitetura da UFRGS - Humberto Gessinger (vocal e guitarra), Carlos Maltz (bateria), Marcelo Pitz (baixo) e Carlos Stein (guitarra) - resolveram formar uma banda apenas para uma apresentação em um festival da faculdade, que aconteceria por protesto à paralisação de aulas. Escolheram o nome Engenheiros do Hawaii para satirizar os estudantes de engenharia que andavam com bermudas de surfista, com quem tinham uma certa rixa.
Começaram a surgir propostas para novos shows e, após, algumas apresentações em palcos alternativos de Porto Alegre juntamente com uma série de shows pelo interior do Rio Grande do Sul. A banda só consegue gravar duas músicas na coletânea Rock Grande do Sul (1985) com diversas bandas gaúchas em razão de uma das bandas vencedoras do concurso audicionador à coletânea ter desistido da participação do álbum na última hora.
Carlos Stein desiste do grupo e, tempos depois, passa a integrar a banda Nenhum de Nós. Meses passaram, e os Engenheiros do Hawaii gravam o seu primeiro álbum: Longe demais das capitais, em 1986. O norte musical do disco apontava para um som voltado à música pop, muito próximo ao ska de bandas como o The Police e o Paralamas do Sucesso. Destacam-se as canções Toda forma de poder e Sopa de Letrinhas.
Antes de começarem as gravações do segundo disco, Marcelo Pitz deixa a banda. Com Gessinger assumindo o baixo, entra o guitarrista Augusto Licks, que havia trabalhado com Nei Lisboa, conhecido músico gaúcho.
Os Engenheiros lançam o disco A Revolta dos Dândis, em 1987. A banda muda o direcionamento temático, iniciando uma trilogia baseada no rock progressivo, com discos com repetições de temas gráficos e musicais e letras em que ocorre a auto-citação. Os arranjos musicais são influenciados pelo rock dos anos 60, as letras são críticas, com ocorrência de várias antíteses e paradoxos e aparecem citações literárias de filósofos, como Camus e Sartre. Destaque para Infinita Highway, Terra de Gigantes, Refrão de Bolero e a faixa título, dividida em duas partes. Começam os shows para grandes platéias nos centros urbanos do país, como o festival Alternativa Nativa, realizado entre 14 e 17 de junho de 1987. A partir desta data, os Engenheiros encheriam ginásios e estádios pelo Brasil afora.
O disco seguinte, Ouça o que Eu Digo: Não Ouça Ninguém, de 1988, pode ser visto como uma continuidade do anterior, tanto pelo trabalho da capa do álbum como pelo tema e estilo de suas canções. Destaque para as músicas Somos Quem Podemos Ser, Nunca se sabe, Tribos & Tribunais e Variações Sobre o Mesmo Tema', esta última uma homenagem à banda Pink Floyd, com sua estética progressiva e dividida em três partes. O álbum também marca a saída dos Engenheiros da cidade de Porto Alegre, indo morar no Rio de Janeiro.
Consolidada a nova formação, os Engenheiros lançam Alívio Imediato, de 1989, quarto disco da banda e o primeiro registro “ao vivo”. Suas canções mostram uma retrospectiva de suas principais canções e as novas perspectivas a serem incorporadas, em especial o som mais eletrônico, presente na faixa título e na música Nau à Deriva, ambas gravadas em estúdio e as demais gravadas ao vivo.
[editar] Mudança para o Rio de Janeiro (1990 – 1993)
O disco seguinte, O Papa é Pop, de 1990 consolida a mudança de sonoridade da banda. Puxados pelo sucesso Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones, regravação de uma velha canção do grupo Os Incríveis, e a faixa-título, o quinto disco dos Engenheiros investe no som progressivo, calcado nos solos de guitarra de Licks e em uma base mais eletrônica de teclados e bateria. Gessinger passa a assumir também os teclados da banda e começam a surgir as baladas "piano e voz" da banda. São dele as canções O Exército de um Homem Só, Pra Ser Sincero e Perfeita Simetria. Aclamados pelo público e massacrados pela crítica, os Engenheiros do Hawaii consagram-se no Rock in Rio II, arrancando elogios do jornal estadounidense New York Times.
O ano de 1991 marca o lançamento do sexto disco, Várias Variáveis, que completa a trilogia iniciada no segundo e terceiro discos da banda. Há redução dos efeitos eletrônicos e a retomada de um som mais rock'n roll, mas não repete o mesmo sucesso do anterior, mesmo tendo belas canções como Piano Bar, Muros & Grades, Ando Só e Herdeiro da Pampa Pobre, um cover do Gaúcho da Fronteira.
No ano seguinte, 1992, é lançado o sétimo disco Gessinger, Licks e Maltz, ou GLM, inspirado no famoso logotipo ELP de Emerson, Lake & Palmer. O som continua mesclando elementos de MPB e rock progressivo, com destaque para a milonga Pampa no walkman, Ninguém = Ninguém e Parabólica, canção que Gessinger fez em homenagem a sua filha, Clara.
O oitavo disco dos Engenheiros é o eletro-acústico Filmes de Guerra, Canções de Amor, de 1993, gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Foi gravado ao vivo por uma decisão da banda de gravar um álbum ao vivo a cada três álbuns, uma idéia da banda Rush, que faz o mesmo. Com guitarras acústicas, percussão, piano, acordeon e participação da Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Wagner Tiso, as velhas canções – como Muros & Grades e Crônica – e novas composições – como Mapas do Acaso e Realidade Virtual, ganharam arranjos que apontavam para o jazz, a música folclórica gaúcha e o erudito, ressaltando a qualidade das letras dos Engenheiros do Hawaii.
[editar] Tempos de tempestade (1994 – 1996)
O ano de 1993 marca também a primeira excursão dos Engenheiros pelo Japão e Estados Unidos da América. Porém, no final deste mesmo ano, discussões e rixas internas acabaram por resultar na saída do guitarrista Augusto Licks. Inicia-se uma longa disputa jurídica pela marca Engenheiros do Hawaii, tendo Gessinger e Maltz finalmente ficado com o nome da banda.
O passo seguinte foi remontar os Engenheiros, com a entrada do guitarrista Ricardo Horn. Posteriormente, também ingressam na banda: Paolo Casarin (acordeon e teclados) e o guitarrista Fernando Deluqui (ex-RPM). Após dois anos sem gravar, os Engenheiros lançam o álbum Simples de Coração, em fins de 1995. O som é mais pesado, com climas regionais gaúchos dados pela acordeon de Casarin. Destaque para as canções A promessa, A Perigo, Lance de Dados, Ilex Paraguariensis e Simples de Coração. Ao final da turnê, Maltz resolve sair da banda, por questões ideológicas, resultando em nova crise para os Engenheiros.
[editar] Gessinger Trio (1996 - 1997)
Gessinger retorna para Porto Alegre e, com dois amigos, Luciano Granja (guitarra) e Adal Fonseca (bateria), monta a banda 33 de Espadas, depois renomeada Gessinger Trio. Logo, gravam o disco Humberto Gessinger Trio, de 1996. O clima enxuto do disco, basicamente com bateria, baixo e guitarra, lembra os primeiros trabalhos de Gessinger, como exemplificam as canções Vida Real e O Preço. Na verdade, é um disco dos Engenheiros sem o nome Engenheiros do Hawaii, como diria Gessinger. O fato se comprovou no ano seguinte, quando Granja, Adal e Gessinger assumem novamente o nome Engenheiros do Hawaii.
[editar] A volta dos Engenheiros (1997 - 2001)
Para o disco Minuano, de 1997, e que marca a volta dos Engenheiros, o tecladista Lucio Dorfman passa a integrar a banda. O disco, que mescla influências regionalistas, tecnologia e que conta com arranjos de violino que lembram o folk, tornam este o disco mais leve e com a sonoridade mais vaga da banda. Emplaca o sucesso A Montanha, além de outras belas canções como Nuvem e Alucinação, uma cover para uma antiga canção de Belchior. O disco seguinte, Tchau Radar!, de 1999, exibe um Engenheiros mais maduro, onde as influências musicais da banda ficam mais evidentes (folk rock, rock'n roll dos anos 60, rock progressivo e MPB) com belas composições de Gessinger, como Eu que Não Amo Você, 3X4 e duas covers: Negro Amor (It's All Over Now Baby Blue, de Bob Dylan) e Cruzada, esta contando com arranjos de orquestra, como é comum em várias faixas do álbum.
Da turnê de Tchau Radar!, surgiu o terceiro disco “ao vivo” da banda, e o décimo segundo de sua carreira: 10.000 Destinos. Novamente, Gessinger repassa o repertório consagrado da banda em novas versões divididas em um set acústico e um elétrico e conta com a participação de Paulo Ricardo, cantando Radio pirata do RPM, e do gaiteiro Renato Borghetti nas canções Refrão de um Bolero e Toda Forma de Poder. Como faixas-bônus, gravadas em estúdio, acompanham as inéditas Números e Novos horizontes, além do cover Quando o Carnaval Chegar, de Chico Buarque. Este álbum também rendeu o primeiro DVD da banda, também intitulado 10.000 destinos.
Alguns meses após a apresentação no Rock in Rio III, Lúcio, Adal e Luciano saem da banda para formar a banda Massa Crítica, mudando novamente a formação dos Engenheiros.
[editar] Dançando no Campo Minado (2001 - 2004)
Saindo Lúcio, Adal e Luciano, são substituídos por Paulinho Galvão (guitarra), Bernardo Fonseca (baixo) e Gláucio Ayala (bateria). Gessinger volta a tocar guitarra, após 14 anos responsável pelo contrabaixo dos Engenheiros.
Com essa nova formação eles regravam algumas músicas da banda e lançam reedição de seu último disco, agora intitulado 10.001 Destinos. Duplo, traz as mesmas faixas do disco precursor, e novas versões de estúdio das canções Novos horizontes, Freud Flinstone, Nunca se Sabe, Eu que Não Amo Você, A perigo, Concreto e asfalto e Sem você (É Foda!), deixando claro que começava ali numa nova fase, de som mais limpo e pesado. Isso se confirma em 2002, com o lançamento de Surfando Karmas & DNA, disco que consolida a nova fase da banda, e que tem a participação especial do ex-Engenheiros Carlos Maltz na faixa E-stória. São destaques do disco a faixa título e a canção Terceira do Plural. Há influência do punk rock e pop rock adolescente nas novas canções.
O disco seguinte, Dançando no Campo Minado, de 2003, mantém a regra: sonoridade muito similar ao seu antecessor com músicas curtas, guitarras pesadas e a poesia crítica de Gessinger denunciando os males da globalização, da desilusão política e ideológica e da guerra, nas canções Fusão a Frio, Dançando no Campo Minado, Dom Quixote e Segunda Feira Blues (partes I e II, esta última novamente com a participação de Carlos Maltz). Emplaca nas rádios a canção Até o Fim.
Para comemorar os vinte anos de banda, completados em 2004, os Engenheiros do Hawaii lançaram o CD e DVD Acústico MTV, quebrando a tradição de um disco ao vivo a cada três em estúdio, desagradando os fãs mais tradicionalistas. O acústico tem as participações especiais dos músicos Humberto Barros (órgão harmmond) e Fernando Aranha (violões), este assumindo o posto de guitarrista da banda. Carlos Maltz divide a voz com Gessinger na canção Depois de nós, de sua própria autoria. Gessinger apresenta novas versões para músicas consagradas como Infinita Highway e O Papa é pop, lados B da banda como Pose, com a participação de Clara, filha de Gessinger, e canções do Gessinger Trio como O Preço e Vida real. Por fim, acrescentam-se ainda as canções inéditas Armas Químicas e Poemas e Outras Frequências.
[editar] Acústico MTV (turnê acústica) (2004 - 2006)
Depois do sucesso de vendas do DVD e CD Acústico MTV, a banda agora perde o guitarrista Paulinho Galvão, que passa a se dedicar a outros projetos, seguindo com Fernando Aranha nos violões e o jovem músico Pedro Augusto nos teclados.
A turnê também buscou uma reaproximação com a época gloriosa dos Engenheiros, com algumas canções que há muito tempo não eram tocadas, tornando a turnê acústica um sucesso de público.
No final de 2006, Humberto publicou dez demos das canções farão parte do disco novo da banda no site da banda. Em 11 de novembro disponibilizou em vídeo as gravações caseiras de: Pra quem gosta de nós, No meio de tudo, você, Luz, Faz de conta e Vertical. Em 11 de dezembro, disponibilizou mais cinco canções, gravadas em estúdio, com a banda: Coração Blindado, Guantánamo, Não Consigo Odiar Ninguém, Plano B e Quebra Cabeça, sendo que a banda já tocou algumas delas em apresentações da turnê Acústico MTV. O novo disco será ao vivo e gravado em maio de 2007.
[editar] Discografia
- 1986 - Longe Demais das Capitais
- 1987 - A Revolta dos Dândis
- 1988 - Ouça o que Eu Digo, Não Ouça Ninguém
- 1989 - Alívio Imediato
- 1990 - O Papa é Pop
- 1991 - Várias Variáveis
- 1992 - Gessinger, Licks & Maltz
- 1993 - Filmes de Guerra, Canções de Amor
- 1995 - Simples de Coração
- 1996 - Humberto Gessinger Trio (segundo o sítio oficial da banda, agora faz parte da discografia oficial da Engenheiros do Hawaii)
- 1997 - Minuano
- 1999 - !Tchau Radar!
- 2000 - 10.000 Destinos
- 2001 - 10.001 Destinos
- 2002 - Surfando Karmas & Dna
- 2003 - Dançando no Campo Minado
- 2004 - Acústico MTV Engenheiros do Hawaii
- 2007 - Pra Quem Gosta de Nós