Exército de terracota
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Patrimônio Mundial da UNESCO | |
Exército de terracota | |
Os Guerreiros de Xian
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Informações | |
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Inscrição: | 1987 |
Localização: | Xian |
Critérios: | [[Critérios de selecção de Património Mundial|]] |
Descrição UNESCO: | fr en |
Exército de terracota, Guerreiros de Xian ou ainda Exército do imperador Qin, é uma coleção de mais de oito mil figuras de guerreiros e cavalos em terracota, em tamanho natural, encontradas próximas do mausoléu do primeiro imperador da China. Foram descobertas em 1974, próximas de Xian.
Índice |
[editar] História
As imagens em terracota foram enterradas junto ao mausoléu do primeiro imperador, Qin Shihuang em c.209-210 a.C. e foram descobertas em março de 1974 por agricultores locais que escavavam um poço d’agua a leste do monte ‘’Lishan’’, uma elevação de terra feita por mãos humanas e que contém a necrópole do primeiro imperador da dinastia Qin. A construção desse mausoléu começou em 246 a.C. e acredita-se que 700.000 trabalhadores e artesãos levaram 38 anos para a completar. De acordo com o historiador Sima Qian, na obra Registros do Historiador(c. 100a,C.), o imperador foi enterrado em 210 a.C. juntamente com grandes tesouros e objetos artísticos, bem como com uma réplica do mundo onde pedras preciosas representavam os astros, pérolas os planetas e lagos de mercúrio representavas os mares. Pesquisas recentes detectaram altos índices de mercúrio no solo, comprovando o historiador.
A tumba fica perto de uma pirâmide de terra com 76 metros de altura e 350 metros quadrados de área, mas ainda não foi devidamente explorada por se temer que a erosão provocada por chuvas possa danificá-la. Planeja-se cobrir a área com um telhado especial, mas até a presente data (2006), ainda não foi possível. O complexo do mausoléu foi construído para servir como um palácio ou corte imperial. É dividido em vários ambientes, salas e outras estruturas e cercado por uma muralha com diversos portões. Seria protegido por um exército de soldados em terracota guardados nas proximidades, mas os restos de muitos artesãos e suas ferramentas foram encontrados, o que faz acreditar que tenham sido enterrados com o imperador para impedir que revelassem as riquezas ou as entradas aos salteadores.
[editar] Arqueologia do exército de terracota
As escavações arqueológicas dos soldados de terracota estão em curso ainda, trinta anos após sua descoberta. Isto se deve à fragilidade natural do material e sua difícil preservação. Terracota é literalmente terra assada, em fornos com temperatura relativamente baixa. Após queimar cada figura, ela era coberta com uma camada de laca, para aumentar a durabilidade. Eram também coloridas para aumentar o realismo da aparência das figuras e de suas roupas e equipamentos. Algumas peças ainda retém traços da pintura, mas a exposição ao ar rapidamente causa o descascamento ou descoloração.
8.099 foram escavadas até o momento, incluindo soldados, arqueiros e oficiais, e foram todas feitas em poses naturais. Cada figura porta armas reais como lanças, arcos ou espadas de bronze. Acredita-se que estas armas foram feitas antes de 228 a.C. e podem ter sido usadas na guerra. Carruagens feitas com grande precisão e detalhes também foram incluídas como parte do exército do imperador Qin.
As figuras de terracota foram encontradas em três diferentes trincheiras, e uma quarta foi encontrada vazia. Acredita-se que a trincheira maior, contendo mais de 6000 figuras de soldados, carruagens e cavalos, representavam a armada principal do primeiro imperador. A segunda trincheira continha cerca de 1400 figuras da cavalaria e infantaria, também com carros e cavalos, representava a guarda militar. A terceira continha a unidade de comando, com oficiais de alto nível, oficiais intermediários e um carro de guerra puxado por quatro cavalos. É a menor, com 68 figuras.
[editar] Construção
As figuras de terracota eram fabricadas em oficinas por artesãos do governo. Acredita-se que utilizavam a mesma técnica dos tubos de drenagem de água daquela época. Foram feitos em partes que eram unidas depois da queima e não em uma peça só. Eram então colocadas em seu lugar, em formação militar, de acordo com sua patente e posto.
As figuras eram em tamanho e estilo natural. Variavam em peso, indumentária e penteado, de acordo com a patente. A pintura da face, expressão facial individualizada e as armas e armaduras reais utilizadas criavam uma aparência realista e mostravam a qualidade do trabalho e a precisão envolvida na sua construção. Demonstram também o poder de um monarca que podia ordenar a construção de tão monumental empreita.
[editar] Destruição
Escavações no sítio mostraram com grande precisão restos de um incêndio que queimou as estruturas de madeira que abrigavam o exército de terracota, como Sima Qian descreveu em seu livro, conseqüência de uma revolta liderada pelo general Xiang Yu menos de cinco anos após a morte do imperador. Ele disse que um dos atos do general Yu foi o saque da tumba e seu posterior incêndio. Apesar do incêndio, muitos dos guerreiros de Xian sobreviveram em vários estágios de preservação, cercados pelos restos das estruturas queimadas.
Hoje em dia, cerca de dois milhões de pessoas visitam o local. Os guerreiros de Xian são hoje um fenomenal sítio arqueológico e um ícone do passado distante da China. O poderio do primeiro imperador Qin Shihuang é evidente na massiva e monumental presença de seus soldados, eternamente prontos a proteger seu líder.
[editar] Bibliografia
- ((en))Debainne-Francfort, Corrine. "The Search for Ancient China," (Harry N. Abrams Inc. Pub. 1999): 91-99.
- ((en))Dillon, Michael(ed). "China: A Cultural and Historical Dictionary," (Curzon Press, 1998): 196.
- ((en))Ledderose, Lothar. "A Magic Army for the Emperor." from "Ten Thousand Things : Module and Mass Production in Chinese Art" ed. Lothar Ledderose, (Princeton UP, 2000): 51-73.
- ((en))Perkins, Dorothy. "Encyclopedia of China: The Essential Reference to China, Its History and Culture," (Roundtable Press, 1999): 517-518.