Guanabara
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- Nota: Se procura outros significados para o nome "Guanabara", consulte Guanabara (desambiguação).
A Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, no território do atual município do Rio de Janeiro.
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[editar] História
Em 1834, a cidade do Rio de Janeiro foi transformada em "município Neutro", permanecendo como capital do Império do Brasil, enquanto que Niterói passou a ser a capital da província do Rio de Janeiro. Em 1889, a cidade transformou-se em capital da República, o município neutro em distrito federal e a província em estado. Com a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, o município do Rio de Janeiro tornou-se o estado da Guanabara, de acordo com as disposições transitórias da Constituição de 1946 e com a Lei nº 3.752, de 14 de abril de 1960.
O Estado da Guanabara foi o único caso no Brasil de uma cidade-estado. Em plebiscito realizado 21 de abril de 1963, a população decidiu pela existência de apenas um município na unidade federada.
O primeiro governador, José Sette Câmara Filho foi nomeado pelo presidente da República e exerceu o cargo até 5 de dezembro de 1960, quando o passou para o primeiro governador eleito, Carlos Lacerda, que exerceu o cargo por cinco anos.
O Governo Lacerda dinamizou mudanças radicais na cidade, ao promover a remoção de favelas para outras regiões (e a conseqüente criação da Vila Kennedy e da Cidade de Deus), a construção da adutora do Guandu para o abastecimento de água à cidade, e implementou uma série de modificações paisagísticas. Dentre as principais obras realizadas na cidade nesse período, destacam-se a abertura do Túnel Rebouças, o alargamento da praia de Copacabana, e a construção da maior parte do Aterro do Flamengo, sobre o qual foi formada a mais extensa e completa área de lazer da cidade, o Parque do Flamengo, hoje denominado oficialmente de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, situado junto à orla da Baía de Guanabara, com 121,9 hectares e que se estende desde o Aeroporto Santos Dumont até o Morro da Viúva, em Botafogo.
Nesse período também foi organizada a Companhia Estadual de Telefones - CETEL, cuja missão foi a de instalar serviço de telefones automáticos nos afastados subúrbios, como Irajá, Bento Ribeiro, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz, na baixada de Jacarepaguá e na Barra da Tijuca, assim como na Ilha do Governador e na ilha de Paquetá. Anos mais tarde a companhia estadual foi incorporada ao sistema telefônico fluminense que, através da TELERJ, passou a atender o restante do estado após a fusão.
A pedido de Lacerda foi efetuada a elaboração do Plano Doxiadis, conjunto de projetos ligados a área urbanística. A Linha Vermelha e a Linha Amarela foram desengavetadas e concretizadas na década de 1990 baseadas no plano.
Os outros governadores eleitos para exercer a chefia do Poder Executivo da Guanabara foram Francisco Negrão de Lima (de 1965 a 1970) e Antônio de Pádua Chagas Freitas (1970 a 1975), durante cujo governo foi construído o emissário submarino de esgotos de Ipanema.
Pela Lei Complementar nº20, de 1 de julho de 1974, durante a presidência do general Ernesto Geisel, decidiu-se realizar a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março de 1975, mantendo a denominação de estado do Rio de Janeiro, voltando-se à situação territorial de antes da criação do município neutro, com a cidade do Rio também voltando a ser a capital fluminense.
A fusão causou grande polêmica entre os cariocas à época, haja vista não ter havido consulta popular nos estados que se fundiam. Apesar disso, vantagens de ordem econômica foram geradas na nova capital, sendo o município do Rio de Janeiro, atualmente, a sede de muitos negócios e empreendimentos do estado do Rio.
[editar] Movimentos contrários
Em 2004, o político Alfredo Sirkis lançou um movimento pela desfusão da Guanabara do estado do Rio de Janeiro, o "Autonomia Carioca", por considerar que a fusão dos dois estados foi prejudicial à cidade do Rio de Janeiro. O movimento propunha a realização de um referendo para recriação da Guanabara.
Em seu sítio na internet, foram recolhidas 2.473 assinaturas (até janeiro de 2007) e o movimento naufragou devido à precipitação em incluir a consulta no referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições[1], idéia que acabou descartada, e pela mudança de posição do prefeito Cesar Maia, que, a princípio, se manifestou a favor da desfusão, e, posteriormente, criticou o movimento[1].
Um dos fatores que também ajudaram foi o fato de a idéia, nos dias de hoje, ser extremamente impopular entre as camadas menos abastadas da população (o que fez à oposição a este movimento o taxar de "elitista") tanto da cidade quanto do estado do Rio, devido ao aumento dos encargos e o atual nível de integração urbana alcançado de em ambos, principalmente com a Baixada Fluminense.
[editar] Governadores
- 1960 José Sette Câmara Filho
- 1961-1965 Carlos Frederico Werneck de Lacerda
- 1965-1970 Francisco Negrão de Lima
- 1970-1975 Antônio de Pádua Chagas Freitas