História do Canadá
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O Canadá era anteriormente habitado por nativos hurons, iroqueses e esquimós, que habitavam imensas regiões do país por dez mil anos. Vikings por um curto período de tempo habitaram a província de Terra Nova e Labrador, no século X.
[editar] Colonialismo Europeu
Alguns historiadores acreditam que o português João Vaz Corte Real tenha sido o primeiro europeu a oficialmente desembarcar em terras canadenses, ao comando de uma expedição luso-dinarmaquesa, embora poucos historiadores acreditem na existência de tal expedição, devido à ausência de referências.
O primeiro europeu reconhecidamente a pisar em terras canadenses foi o italiano John Cabot, trabalhando oficialmente sob o comando da coroa inglesa. Portugueses explorariam a costa canadense durante as primeiras décadas do século XVI, mas a colonização viria somente quando os ingleses, e especialmente os franceses, se estabeleceram a partir da década de 1540. Os ingleses não tiveram uma forte presença no antigo Canadá (instalando-se nas atuais províncias de Nova Escócia e Terra Nova e Labrador, sendo que o Rio São Lourenço e outras regiões estratégicas estavam nas mãos dos franceses. A Nova França (Nouvelle-France) continuava a expandir-se. Essa expansão foi não foi bem aceita pelos Hurões, Iroqueses e, principalmente, pelos britânicos e colonos americanos das Treze Colônias britânicas, desencadeando uma série de batalhas que culminou no Tratado de Paris - na qual os franceses aceitaram ceder seus territórios da Nova França para os britânicos.
Os britânicos, que já então dominavam o imenso Território do Noroeste (que à época incluía também as atuais (ou parte de) províncias canadenses de Alberta, Saskatchewan, Manitoba, e Nunavut) passaram o Ato de Quebec, que permitiu aos franceses estabelecidos no antigo Canadá que continuassem a manter seu código civil e sancionou a liberdade de religião e de idioma - permitindo que a Igreja Católica e a língua francesa continuassem a sobreviver no Canadá até os dias atuais.
Com a Guerra de Independência dos Estados Unidos da América, que durou de 1775 até 1783, o Canadá recebeu levas de colonos leais aos britânicos, provenientes das Treze Colônias britânicas rebeldes. Tais colonos se estabeleceram no que é a atual província de Ontário. Com isso, os britânicos decidiram separar o Canadá em dois, criando o Canadá Superior (atual Ontário) e o Canadá Inferior (atual Quebec), além do território de Nova Brunswick (antiga Acádia - parte dos territórios antigamente colonizados pelos franceses).
Os próprios americanos, em 1812, invadiram o Canadá Inferior e o Canadá Superior, numa tentativa de anexar o resto das colonias britânicas na América do Norte, desencadeando a Guerra de 1812. Os americanos não tiveram sucesso - mas ocuparam temporiamente as cidades de York (atual Toronto) e Quebec, queimando-as ao sair.
Em 1837, houve-se uma grande rebelião de colonos, tanto no Baixo Canadá quanto no Alto Canadá. Isso levou os britânicos à uma tentativa de assimilar a cultura francesa à inglesa - entre outras coisas, o Baixo Canadá e o Alto Canadá foram unidas numa única províncias do Canadá.
O medo de uma segunda invasão americana, gerando imensas despesas em relação ao quesito segurança (mais tropas, armamentos, suprimentos, etc), aliado ao fracasso britânico em assimilar os franceses em 1830, fez com que a idéia da Confederação Canadense (mentalizada por colonos canadenses), cujo objetivo era integrar o Canadá e defender melhor a região de um eventual ataque americano, fosse aprovada pelos ingleses. Em Primeiro de julho de 1867, as províncias do Canadá, Nova Brunswick e Nova Escócia tornaram-se uma federação (porém, ainda com fortes laços com os ingleses).
[editar] Pós-Confederação até dias atuais
Depois de 1867, lentamente outras colônias inglesas aceitaram se unir à Confederação Canadense, sendo que a primeira foi a Colúmbia Britânica, e em 1880, os Territórios do Noroeste - cedido pela Companhia da Baía de Hudson). Posteriormente, os Territórios do Noroeste seria divido nas atuais províncias de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, além dos territórios de Yukon e Nunavut) foi totalmente integrado ao território canadense, não sem a geração de conflitos de cunho étnico, social e econômico, dos quais destaca-se a Rebelião de Red River, liderada por Louis Riel. Este seria posteriomente executado por traição.
O Canadá participou da Primeira Guerra Mundial, como aliada dos ingleses (os canadenses tiveram que participar de qualquer maneira, porque relações exteriores do Canadá ainda eram de responsabilidade inglesa), tendo um importante peso ao decorrer da guerra. A guerra gerou também um forte nacionalismo quebequense, porque os canadenses de origem francesa não queriam ir à guerra, enquanto os canadenses de origem inglesa queriam.
Outro importante efeito da guerra foi a discriminação canadense com os imigrantes (principalmente de origem asiática). Isso é devido que a economia canadense desceu, devido ao término da guerra - os soldados que haviam participado na guerra, ao invés de encontrar reconhecimento, encontraram desemprego. Com tamanha discriminação, o Canadá proibiu a entrada de imigrantes vindos da China ou restringiu bastante a entrada e imigrantes vindos de outros países.
Após a guerra, a dependência do Canadá com os ingleses foi diminuida em 1931, pelo Estatuto de Westminster. Nesses anos, a Grande Depressão já mostrava seus efeitos devastadores no país - desemprego, miséria, fome - esses efeitos apenas terminariam com o início da Segunda Guerra Mundial, na qual novamente o Canadá desempenhou um importante papel no decorrer da guerra.
Com o término da guerra, a economia do Canadá continuou a crescer, até os dias atuais - em grande parte, devido ao surgimento dos EUA como uma superpotência mundial. As leis que restringiam a entrada de imigrantes (e proibiam a entrada de imigrantes chineses) foram removidas em 1954, graças à importante participação de soldados de descendência chinesa.
O crescente nacionalismo quebquense foi aumentando, cada vez mais isolando Quebéc das outras províncias canadenses, no processo da Revolução Tranqüila. O governo do primeiro-ministro Lester Bowles Pearson, além de tentar solucionar esse problema, também é o responsável pela criação da atual bandeira do Canadá (vermelha dos lados, branca no meio, com a tradicional folha de plátano vermelha no meio) - mas nada evitou que o então presidente francês, Charles de Gaulle, num discurso em Montreal, falasse "Viva o Quebec / Viva o Quebec livre", em 1967, no centenário da independência do país - para alegria dos separatistas Quebecois.
Além disso, nessa época o Quebec ja estava sendo ultrapassado pela província de Ontário como a mais importante e populosa do país, com Toronto ultrapassando Montreal em importância economica. Em 1977, a província de Quebec, sob o governo de René Lévesque, tornou o francês a única língua oficial da província, e em 1980, o Quebec realizou um referendo para a independência da mesma - no plesbecito realizado em Quebec, 60% dos votantes não aprovaram o referendo, e o Quebec continuou oficialmente no Canadá. Numa segunda votação por um segundo referendo para a independência da província, em 1995, o número de votantes que votaram por continuar no Canadá havia caído para 50.3%.
O Canadá foi um país fortemente influenciado pelos imigrantes - ingleses, franceses, chineses, italianos, portugueses, escoceses, alemães, ucraniânos, poloneses, gregos - e mais recentemente, latino-americanos, gregos, árabes, indianos, sul-coreanos e africanos, que fazem do Canadá um dos países mais multiculturais do mundo.