Isabel de Portugal, imperatriz da Alemanha
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Isabel de Portugal (Lisboa, 24 de Outubro de 1503 — Toledo, 1 de Maio de 1539) foi filha do rei Manuel I de Portugal e de Maria de Aragão, infanta de Espanha. Diziam-na belíssima, como prova o retrato pintado por Ticiano. Morreu de sobreparto, no palácio de Fuensalida, em Toledo, estando sepultada no Panteão no Escorial. Foi atendida antes de morrer pelo dr. Laguna, sumidade da época, que recomendou estender por seu corpo “esterco fresco de cavalo cozido em vinagre com teias de aranha”.
Era irmã de D. João III e do Cardeal D. Henrique, filhos de D. Manuel I (31.5.1469-13.12.1521) e da infanta D. Maria de Castela e Aragão (Córdoba 29.6.1482-7.3.1517 morta no paço da Ribeira).
Inteligente, a infanta foi educada pela famosa Beatriz Galindo, la Latina e pelo humanista valenciano Luís Vives. Foi Regente de Espanha de 1528-1533 e de 1535 a 1538 quando o marido se ausentou, em guerra.
[editar] Casamento
O casamento fora recomendado por D. Manuel I, no codicilo de 11.12.1521. A 6.10.1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva trouxe por dote a exorbitante quantia de 900 mil cruzados ou doblas de oro castelhanas. Carlos era o Rei mais poderoso da cristandade, dominava a Alemanha e a Espanha e estendia ao mundo sua influência política e o poder das suas armas.
Casou-se em Almeirim por procuração em 1 de novembro de 1525 com o seu primo, o rei da Espanha Carlos I, imperador Carlos V, representado por seu embaixador Carlos Popeto. ouve bodas nos Reales Alcázares de Sevilha em março de 1526. Viveriam juntos 14 anos e ela acabou morrendo por numerosos partos.
A infanta partiu em janeiro de 1526 para Elvas com grande comitiva, fazendo a viagem em liteira até a fronteira. Depois montou linda égua branca, e com ´luzido acompanhamento´ foi ao encontro da embaixada que a vinha buscar: o Duque de Calábria, o duque de Béjar e arcebispo de Toledo. Carlos V deu-lhe por divisa as três graças, tendo a primeira delas a rosa, símbolo da formosura; a segunda o ramo de murta, símbolo do amor; e a terceira, a coroa de carvalho, símbolo da fecundidade, além do mote: Has habet et superat.
Residiu em Toledo, sem se ocupar da política, quase sempre no seu oratório ou junto das amas dos seus numerosos filhos. Carlos tanto se comoveu com a perda que no convento de S. Justo, onde se recolheu, passava horas a contemplar o retrato de Ticiano.
Perante o cadáver descomposto, ao entregá-la ao rei em Granada, Francisco de Borja, Marquês de Lombay, o Duque de Gandía, futuro Vice-Rei da Catalunha, se decidiu optar pela vida religiosa e ao enviuvar da dama de Isabel, Eleanor de Castro, portuguesa, ingressou na Companhia de Jesus. O padre Francisco de Borja foi o Terceiro General da Companhia e seria canonizado como São Francisco de Borja. Mas a famosa frase sobre sua “decisión de nunca más servir a un señor que pueda morir”, a ele atribuída, foi pronunciada pelo beato Juan de Avila em sua oração fúnebre da Rainha.
[editar] Ver também
- Ver Carlos V sobre a descendência;
