Ismailismo
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O Ismailismo é uma doutrina religiosa considerada como um ramo do Islão xiita. Os adeptos do ismailismo são também denominados como septimâmicos em função de apenas reconhecerem os sete primeiros imãs do islão xiita.
[editar] História
Algumas décadas após a morte do profeta Muhammad (falecido em 632) gerou-se um cisma no islão em torno de quem deveria ser o líder da comunidade islâmica. Para alguns esta honra deveria ter recaído desde o primeiro momento sobre o genro e primo de Muhammad, Ali; contudo, Muhammad foi sucedido por outros companheiros próximos (que assumiram o título de califa), e que foram Abu Bakr, Otman e Oman. Os partidários da sucessão de Ali ficariam conhecidos como xiitas e os outros como sunitas.
Antes da morte do profeta Muhammad, Allah revelou a Muhammad a sua última mensagem. O profeta foi, então, comunicar a mensagem ao povo num certo local denominado Ghadir-e-Khum (Vale do Lago). Após a revelação da mensagem, o profeta disse: 'MAN KUTUM MOWLAHU FA-ALI MOWLA' (Para quem eu sou Senhor, Ali será seu Senhor também). Os muçulmanos que não aceitaram Ali como sucessor do profeta chamam-se sunitas e os que aceitaram Ali como 1.º imã, são os chamados xiitas.
Os xiitas reconheceram os descendentes de Ali como guias espirituais, sendo estes conhecidos como imãs. Eventualmente no seio do islão xiita surgiram conflitos em torno de quem deveria ser reconhecido como imã legítimo.
O sexto imã xiita, Jafar as-Sadiq, teve dois filhos, Ismail e Musa. De acordo com a visão ismailita, Sadiq nomeou o seu filho Ismail como seu sucessor. Porém, Ismail morreu três anos antes que o pai em 762 (ou segundo os ismailitas escondeu-se por ordem do pai) . Uma parte da comunidade xiita entendeu por isso que o sétimo imã deveria ser Musa, enquanto que os outros (mais tarde conhecidos como ismailitas), consideram Ismail como sétimo imã, apoiando a sucessão através do filho deste, Muhammad.
No século seguinte pouco se sabe sobre os partidários de Ismail. No século IX este grupo cristalizou-se num grupo centrado na Síria, que se opunham ao califas Abássidas.
Em 909 um ismailita, Ubayd Allah al-Mahdi Billah, fundou um estado no norte de África, mais precisamente na área da actual Tunísia. A dinastia por si formada tomaria o nome de Fatímidas, pois alegava ser descendente da filha de Muhammad, Fatima e de Ali. Em pouco tempo, os Fatímidas conquistaram o Egipto, onde fundaram a cidade do Cairo no ano de 969, que funcionaria como capital da dinastia.
Um dos califas desta dinastia, al-Hakim (falecido em 1021) proclamou-se Deus, e nessa qualidade revogou o Alcorão. Al-Hakim ordenou também a destruição da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, um dos factores que contribuirá para as Cruzadas.
Em 1094 ocorreu uma crise sucessória no califado fatímida. Após a morte do califa al-Mustansir, os irmãos al-Mustacli e Nizar lutariam pela liderança do califado. Os governantes fatímidas apoiariam al-Mustacli e os seguidores de Nizar, que ficariam conhecidos como nizaritas, fugiram para as montanhas da Síria e do Irão.
Na Síria o ramo nizari desenvolveu uma seita chamada Assassinos.
[editar] Doutrinas
À semelhança dos outros muçulmanos, os ismailitas acreditam num único deus e no profeta Muhammad como mensageiro divino. Partilham com os outros xiitas a crença que Ali foi nomeado por Muhammad para líder a comunidade muçulmana, devido à sua capacidade para interprear a mensagem de Deus, dom que foi transmitido aos seus descendentes.
Contudo, ao contrário dos outros xiitas, os ismailitas seguem um imã vivo, o qual é denominado como "Hazir Imam".
O pensamento ismailita apresenta igualmente uma visão cíclica, desenrolando-se a história ao longo de sete eras. Cada uma destas eras é iniciada por um profeta, que traz consigo uma escritura sagrada. Cada profeta é acompanhado por um companheiro silencioso, que revela os aspectos esotéricos da escritura. Os seis primeiros ciclos estiveram associados aos profetas Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesue e Muhammad. O companheiro silencioso de Muhammad foi Ismail, que regressará no futuro para ser o profeta do sétimo ciclo. Este sétimo ciclo implicará o fim do mundo. Até esse momento o conhecimento oculto deve ser preservado em segredo e revelado apenas a iniciados.
